Enquanto milhões de foliões estavam concentrados nos desfiles das escolas de samba e dos bloquinhos no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e diversas outras cidades do País durante o Carnaval, Brunno Saura retornava de uma viagem e recebeu uma ligação telefônica no feriado festivo. Estava sendo avisado que assumiria a posição de general manager of sales do PayPal Brasil. Dias depois, foi anunciado oficialmente para o mercado como “responsável por conduzir a próxima fase de crescimento da empresa no País”.
Na prática, Saura terá a função de disseminar o conceito de integrador de soluções financeiras para empresas e consumidores. “Vamos trabalhar para cada vez mais nos colocarmos no mercado como uma one stop shop (variedade de produtos e serviços em um único lugar) para o vendedor. Conosco, os parceiros sabem que vão encontrar soluções completas”, disse ele com exclusividade ao BRAZIL ECONOMY.
O PayPal também é utilizado pela Eventim no País. A maior fornecedora de serviços de bilhetagem da Europa e segunda maior do mundo utiliza o PayPal Braintree, uma solução de processamento de transações que oferece experiências de checkout de ponta a ponta, com pagamentos com um único clique.
Com a ferramenta, houve redução de 73% em chargebacks (devolução de valores ao cliente que contesta uma cobrança no cartão de crédito ou débito) e aumento de 17% da aprovação de transações na plataforma de venda de ingressos. É o melhor desempenho da Eventim desde que iniciou a operação no Brasil, em 2016.
É só um exemplo da capacidade de transformação de negócios da PayPal, segundo Saura, executivo de 39 anos, nascido em Limeira, Interior de São Paulo, que tem passagens por Amazon e Philip Morris International.
O comando da PayPal optou por seu nome pelo desempenho nos últimos anos. São oito anos de companhia, divididos em duas passagens. Ele liderou a implementação da primeira solução de checkout unbranded do PayPal no mercado brasileiro e a reestruturação de contas estratégicas para aumentar a lucratividade e a eficiência operacional.
Saura se preparou para o cargo, estava ansioso pela promoção que não foi exatamente uma surpresa, mas admite que não considerou “normal” a convocação para capitanear uma operação de vendas de uma multinacional que atua em 200 países. “Havia uma expectativa, mas por outro lado eu também sabia que era difícil. Fiquei muito feliz”, afirmou.
Depois de estourar o champagne, invariavelmente vem o trabalho árduo. O momento é bom, porém, com o e-commerces, pagamentos e fintechs em um período de transformação, avaliou Saura, que mira impulsionar um crescimento sustentável e lucrativo da empresa.
A escolha de seu nome se deu também pela “formação dentro de casa”, como dizem os envolvidos com futebol. Seus oito anos de atuação no PayPal, com uma cultura corporativa assimilada, pesaram para ele liderar o setor em um país que é “mercado”chave” da companhia, como avaliam os executivos globais.
Publicamente, a informação é de que a operação brasileira está entre as 10 maiores do mundo entre os 200 países em que o PayPal está presente. Até pelo desempenho local é que Saura foi alçado ao posto de general manager of sales. Se a performance estivesse abaixo do esperado, um executivo de fora seria o alvo da empresa americana.
O PayPal fechou 2024 com uma receita de US$ 31,8 bilhões, 7% superior à registrada no ano anterior, com lucro líquido de US$ 4,1 bilhões, muito próximo dos US$ 4,2 bilhões de 2023. Foram US$ 1,68 trilhão transacionados, em 25 bilhões de operações.
Nada mal. Mas a companhia quer mais. E Saura sabe disso. Como ele quer chegar ao Carnaval do ano que vem, um ano depois de ser anunciado como general manager of sales do Brasil? “Com uma presença maior no mercado, mostrando que o PayPal ajuda a desenvolver o ecossistema de pagamentos. E com nossas soluções auxiliarmos ainda mais as empresas a processarem melhor, ter maior lucro e também ser parceiro delas em suas necessidades de internacionalização.”
