Com crédito caro na praça, os empresários interessados em financiamento têm olhado com mais atenção para as linhas de crédito oferecidas pelo governo federal. Além de taxa de juros mais branda, iniciativas como o FGI PEAC (Fundo Garantidor de Investimentos) têm oferecido condições e prazos mais atraentes que o mercado privado tradicional. Para surfar esta onda, o BS2, banco digital especializado em empresas, firmou R$ 850 milhões em crédito subsidiado pelo Fundo Garantidor.
O bom desempenho, segundo Maryelen Denardi, superintendente de produtos de crédito do BS2 se intensificou no segundo semestre do ano passado, quando o crédito oferecido via tal modalidade dobrou, atingindo 10% da carteira total de crédito do banco digital. “As empresas têm buscado melhores – e mais baratas – condições de financiamento, por isso optamos por priorizar essas linhas”, disse.

Ofertado desde 2022 pelo BS2, o FGI PEAC atende empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões, sendo um programa de acesso a crédito com garantia administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, para atender tal demanda, a executiva ressalta a importância da tecnologia no processo. “Com a digitalização, o cliente ganha agilidade no processo de contratação e tem acesso ao recurso de forma simples e sem burocracia”, afirmou.
Além do FGI, o banco também conta com o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), linha de crédito também contratada de forma digital por companhias com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
NOVOS NEGÓCIOS
Recentemente a empresa anunciou o lançamento de uma área especializada em DCM (Debt Capital Markets) para expandir a atuação no segmento High Middle e Corporate por meio do mercado de capitais. Com o novo produto, a empresa consegue criar, estruturar e distribuir operações de títulos de dívida de empresas que não encontraram soluções no mercado mais tradicional de crédito.
O plano é atingir este ano R$ 800 milhões em operações e a captação de recursos pode ser feita por meio de soluções como emissões de CRA, CRI e debêntures. Segundo Rodrigo Pentagna Guimarães, diretor executivo comercial do BS2, a criação da área atendia uma demanda já verificada, e represada, entre os clientes do banco digital. “Vamos trabalhar com os mais diversos setores, com ênfase para infraestrutura e imobiliário, mercados em que o BS2 tem décadas de experiência.”
Há ainda, segundo o executivo, oportunidades em áreas como o agronegócio, que tem se mostrado aberto para o modelo de operação. “Movimentos no mercado de capitais são sempre estratégicos para uma empresa”, afirmou Guimarães.
Segundo o executivo, o mercado deve seguir ainda mais aquecido este ano, reflexo da regulamentação do setor que aconteceu em 2024 e já tem seus reflexos em 2025. “Com a introdução de inovações no mercado, como as debêntures simplificadas e notas comerciais, empresas de diferentes portes podem acessar recursos de forma mais eficiente”, finaliza.