Milhares de empresas sonham em ficar frente a frente com os tubarões do Shark Tank Brasil, para terem seus negócios avaliados, receberem aportes financeiros e mentorias que impulsionem seu desenvolvimento. Esse sonho se tornou realidade para Carol Matsuse e Yuri Gricheno, fundadores da Insider Store. Em 2017, quando criaram a marca de roupas antissuor e antiodor, apresentaram a ideia no programa, receberam uma proposta, mas a recusaram para seguir sozinhos. Hoje, a Insider deixou de ser conhecida apenas como “a empresa da camisa preta” e passou a contar com mais de 100 produtos em seu portfólio, dobrando de tamanho a cada ano. A companhia lançará quatro novas linhas ainda neste ano e já pensa em produzir fora do País.
Os detalhes da evolução da marca ao longo de sua trajetória e os planos para o futuro foram apresentados ao BRAZIL ECONOMY por Guilherme Almeida, que saiu da Enjoei e assumiu como CFO da Insider em novembro do ano passado.
Em sua primeira entrevista exclusiva desde que chegou à companhia, o executivo falou sobre seus nove meses de trabalho, período em que vem “arrumando a casa” da Insider.
Almeida chegou com a missão de organizar o setor financeiro de uma empresa que cresce 100% ao ano. “A companhia vem se desenvolvendo bastante e já ultrapassou um patamar que exige um nível de controle e governança diferente. Meu mandato aqui, neste primeiro momento, é ajudar a elevar os níveis de governança corporativa”, disse.
Controles operacionais e financeiros estão no pipeline do CFO. O primeiro ciclo de auditoria externa, inclusive, foi iniciado há uma semana, no momento em que a Insider atingiu, pela primeira vez em sua história, um faturamento semestral de R$ 300 milhões.

A expectativa é atingir R$ 600 milhões em 2025, mas esse número pode ser superado, devido ao desempenho das vendas de julho a dezembro — geralmente mais fortes em razão do Dia dos Pais, da Black Friday e do Natal.
Esse novo patamar de eficiência nos balanços torna a Insider mais madura para os próximos passos da companhia, inclusive para futuros fundings, avanços na cadeia de suprimentos internacional e incremento das vendas ao exterior.
O olhar para fora da Insider ocorre em dois sentidos. No primeiro, a possibilidade de evoluir entre fornecedores internacionais. Alguns materiais já são importados, mas há espaço para ampliar esse ecossistema.
No segundo, o objetivo de ampliar a comercialização de produtos para o exterior. Hoje, as vendas orgânicas já alcançam mais de 40 países, mas ainda não representam uma fatia relevante da receita. No entanto, podem se tornar uma linha de faturamento adicional no futuro.
De forma mais imediata e concreta, a Insider trabalha para ampliar seu portfólio e conquistar mais clientes no Brasil. Fechou o ano passado com 1 milhão de cadastros na base e, neste primeiro semestre, cresceu 20%, alcançando 1,2 milhão. Com o ritmo acelerado previsto até o fim do ano, a expectativa é ultrapassar 1,5 milhão de consumidores que recebem ativações da marca.
Também há uma intensificação nos esforços para diversificar a linha de produtos. O plano é lançar quatro novas linhas até o final deste ano, com tecnologias inéditas que ainda estão sob sigilo.
Atualmente, são mais de 100 itens no portfólio da Insider. Considerando a variedade de tamanhos e cores, são mais de 1.000 SKUs entre peças masculinas e femininas — camisetas, calças, casacos, moletons, cuecas, shorts, vestidos, meias, tops, bermudas, saias, bonés e itens esportivos.
Nada mal para quem começou com camisetas — que ainda são o carro-chefe das vendas — e ficou conhecida como a “empresa da camiseta preta”. Nesse contexto, vale destacar uma curiosidade sobre a entrada da companhia na categoria de artigos femininos.
Durante a pandemia, foi uma das primeiras empresas a lançar máscaras antivirais. A alta procura pelo público feminino impulsionou a criação da linha voltada para mulheres, que hoje representa 35% do faturamento. O público masculino é responsável por 55%, enquanto os acessórios respondem por 10%.
De uma simples camiseta preta a uma operação robusta e tecnológica, a marca quer seguir crescendo de forma sustentável — sem perder de vista o DNA de performance, funcionalidade e design que a colocou no radar do consumidor brasileiro. O futuro, ao que tudo indica, promete ser ainda mais ambicioso.