O agronegócio brasileiro vai bem e carrega junto toda uma cadeia produtiva. Máquinas, defensivos agrícolas, sementes, grãos, tecnologia e logística são alguns dos segmentos que colhem os frutos plantados pelo setor, que deve representar 29,4% do PIB brasileiro em 2025, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP — um aumento considerável em relação aos 23,5% observados em 2024. Nesse contexto, há ainda mercados adjacentes, como o têxtil, no qual a TXC está inserida.
A primeira marca brasileira de moda inspirada no vestuário norte-americano e “no estilo de vida autêntico do homem do interior do Brasil”, como define-se a empresa, já domina o setor de moda country em cidades onde o agro tem predominância, com 60,75% de market share, segundo dados da própria companhia. Em plena expansão, a empresa, que completa 10 anos em 2025, tem planos ousados para ampliar o número de franquias, pontos de venda e entrar no mercado dos Estados Unidos.
Fundada em 2015 pelos sócios Antônio Neto, Rafael Biazin e Rubens Inácio, a TXC registrou crescimento de 156% entre 2021 e 2023. Em 2024, fechou com faturamento de R$ 153 milhões, contando com cerca de 70 lojas e franquias espalhadas por estados como Mato Grosso, Goiás, Bahia e Pará, além de 1.400 pontos de venda multimarcas. Foram 300 mil peças vendidas na coleção de Verão 2025.

Apenas no ano passado foram inauguradas 15 franquias. A meta para 2025 é ultrapassar 100 unidades e alcançar 3.000 pontos de venda em todo o país nos próximos três anos.
“Nosso modelo de expansão é centrado em cidades a partir de 40 mil habitantes, com franqueados que conhecem bem suas regiões e conseguem manter o espírito autêntico da marca”, disse Rubens Inácio, sócio-fundador da TXC, ao ressaltar que, embora o público ainda prefira a compra presencial, o e-commerce representa 6% do faturamento da empresa e vem crescendo de forma consistente.
A empresa investe em coleções programadas e em um modelo de negócio que oferece suporte completo, incluindo projeto arquitetônico, marketing e treinamento. Com isso, as peças da TXC têm alcançado forte presença no segmento de moda em cidades como Querência (MT, com 23,65% de share), Canarana (BA, 19,06%), Xinguara (PA, 17,52%), Água Boa (MT, 15,29%) e Confresa (MT, 14,38%).
Os dados da companhia também apontam para 17,99% de participação em municípios entre 50 mil e 100 mil habitantes; 9,59% em cidades entre 100 mil e 200 mil; 5,27% entre 200 mil e 400 mil; e 1,98% em municípios entre 400 mil e 600 mil habitantes.
“Esses números comprovam nossa capilaridade e aceitação nas regiões produtoras do país, mas o diferencial está na forma como nosso público se identifica com a marca. Existe um sentimento de pertencimento quando o consumidor encontra uma marca com raízes no agro que também entrega moda contemporânea”, disse Antônio Neto, diretor comercial e cofundador da TXC.
“Temos uma fatia importante desses mercados porque também entendemos a identidade cultural desse público”, afirmou o executivo.
Expansão internacional
No ano passado, a TXC iniciou sua expansão internacional, ao abrir operação no Paraguai, no modelo Shop in Shop. E já deu início ao processo de adequação da produção e etiquetas para atuar no mercado dos Estados Unidos.
“Acreditamos que o estilo do agro brasileiro tem força e apelo internacional. Queremos levar essa identidade para o mundo, mantendo a essência country e o orgulho de produzir para quem produz”, frisou Rubens Inácio.