Ele transita com naturalidade entre os mundos empresarial, político e midiático. Presidente do Conselho da Esfera Brasil — um dos principais think tanks do país — e Executive Chairman da CNN Brasil, João Carlos Camargo lidera uma série de movimentos estratégicos que buscam conectar informação qualificada, formulação de políticas públicas e relevância editorial em um ambiente de disputas acirradas por atenção e credibilidade.
À frente de um portfólio crescente de emissoras de rádio e recém-instalado como acionista controlador da Agência iNFRA, especializada em jornalismo sobre infraestrutura, Camargo defende a convergência de conteúdo, dados e articulação institucional como caminho para o desenvolvimento do país.
Em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY, ele fala sobre o novo posicionamento da Esfera, os planos para a CNN Brasil, os desafios da radiodifusão diante das novas plataformas e os rumos da política nacional. Confira os principais trechos da conversa:
A Esfera Brasil acaba de adquirir o controle da Agência iNFRA. Qual foi a motivação estratégica?
O Brasil está vivendo um novo ciclo de investimento em infraestrutura — logística, energia, saneamento, conectividade. Mas os grandes veículos abandonaram essa cobertura. A Agência iNFRA ocupa esse espaço com excelência técnica e credibilidade. Incorporá-la ao ecossistema da Esfera foi uma decisão para garantir que esse debate continue bem informado.
Essa integração sinaliza novos investimentos em mídia especializada?
Sem dúvida. A Esfera é um cluster vivo, onde quem toma decisão precisa estar bem informado. A aquisição da iNFRA nos posiciona como um hub de conteúdo de alto nível. Isso abre espaço para outros investimentos em veículos com foco em políticas públicas e desenvolvimento econômico.
Pode revelar o valor da operação?
Adquirimos o controle da iNFRA, mas optamos por não divulgar valores neste momento.
No setor de rádios, a aquisição da Rede Transamérica é parte de uma estratégia de consolidação?
Sim. Nosso plano é transformar a Transamérica em uma grande rede nacional voltada a esporte e jornalismo. E vamos aproveitar todo o conteúdo da CNN Brasil, que hoje é o mais qualificado do país. Estamos integrando produção jornalística entre CNN, Transamérica, Disney, 89 FM e Alpha FM.
Como essas emissoras se complementam? Há sinergia de fato?
Totalmente. A Alpha fala com o público executivo, a 89 com o jovem urbano, a Disney com a família, e a Transamérica tem alcance nacional. Teremos sinergia comercial, alinhamento editorial e integração estratégica — respeitando sempre a identidade de cada marca.
Com streaming e podcasts em alta, como o grupo está se adaptando?
Enquanto os carros vierem com rádio, o rádio continuará sendo um grande negócio — especialmente nas metrópoles, onde o trânsito manda. Mas o rádio também está indo para o digital: YouTube, redes sociais, podcasts. Estamos atentos e investindo em plataformas híbridas.
A CNN Brasil passou por desafios. Qual é hoje o diferencial da rede frente a concorrentes como Jovem Pan News e GloboNews?
A CNN é o principal canal de hard news do Brasil. Temos três vezes mais audiência que o segundo colocado. Crescemos em todas as plataformas: portal, redes sociais, TV por assinatura, smart TVs, streaming. Nosso diferencial é conteúdo com profundidade, responsabilidade e independência editorial.
Quais os planos para a CNN em 2025, um ano pré-eleitoral?
Teremos reforço de comentaristas, novos formatos e grandes coberturas políticas e econômicas. A CNN continuará sendo a plataforma mais confiável do Brasil para informação — tanto na TV quanto no digital.
E quanto à aproximação com novas audiências e parcerias digitais?
Hoje somos a plataforma digital de notícias mais eficiente do país. Temos uma estrutura robusta com inteligência artificial, data lake e distribuição integrada. E, sim, estamos abertos a parcerias que nos ajudem a ampliar alcance e engajamento com novas audiências.
O Fórum Esfera Brasil 2025 debateu temas estratégicos. Quais foram os principais destaques?
A Esfera completou quatro anos agora em junho e é hoje o think tank mais relevante do Brasil. No Fórum, destaco a articulação entre Congresso, setor privado e governo em torno de temas como reforma tributária, transição energética, concessões, inovação em saúde e reindustrialização.
A Esfera Brasil vem se consolidando como ponte entre o público e o privado. Quais os próximos passos mirando 2026?
Em 2026, um ano decisivo, vamos intensificar nosso papel institucional. Ampliar a presença nos estados, fortalecer o diálogo entre empresários, parlamentares, governadores e investidores. A Esfera é o lugar onde o Brasil se encontra para construir soluções concretas.
