JAS projeta receita de US$ 10 bilhões com logística até 2030, impulsionada pelo Brasil

Sob o comando de Karin Schöner, operação brasileira se transforma e aposta em inovação e personalização para se tornar ainda mais representativa nos negócios

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Imagens: Divulgação

Karin Schöner, presidente da JAS Brasil: mais de 20 anos de experiência em cargos de liderança em corporações multinacionais

Karin Schöner, presidente da JAS Brasil: mais de 20 anos de experiência em cargos de liderança em corporações multinacionais

Companhia de logística de origem italiana, com sede nos Estados Unidos, a JAS Worldwide tem um plano ousado: alcançar uma receita de US$ 10 bilhões em 2030. Isso significa mais do que triplicar o último faturamento divulgado, de US$ 3 bilhões em 2023. Presidente da JAS Brasil há um ano, Karin Schöner também tem um plano ambicioso: colocar a operação brasileira como protagonista desse projeto. Atualmente, o País é o quinto maior entre os cerca de 100 em que a empresa atua.

“O Brasil visa ser um dos grandes players nesse processo. Queremos chegar a ser o número quatro. Temos a ambição de sermos protagonistas para alcançar esse número mágico de faturamento”, disse a executiva ao BRAZIL ECONOMY. “Temos tudo para isso. O Brasil é um país cheio de oportunidades.”

Karin chegou à JAS em maio de 2024 com a responsabilidade de elevar o patamar da companhia, que busca deixar de ser um player médio para se tornar um dos grandes do setor de logística.

No anúncio de sua contratação, a companhia destacou que sua chegada marcava uma nova fase, com foco em fortalecer parcerias estratégicas, expandir as operações e oferecer soluções logísticas de alta qualidade para os clientes.

Ela trouxe na bagagem mais de 20 anos de experiência em cargos de liderança em corporações multinacionais no Brasil e na América Latina, como Maersk, Geodis, Panalpina e Kuehne & Nagel. Na última delas, a Maersk, comandou a operação da Costa Leste da América do Sul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), integrou entregas marítimas, aéreas e rodoviárias, além de liderar avanços tecnológicos significativos — em uma empresa com faturamento na casa dos US$ 55 bilhões.

Agora, a missão é executar essas conexões na JAS, fundada em 1978 e presente no Brasil desde 1990, para torná-la um player mais relevante e capaz de competir com os gigantes que Karin conhece bem.

A JAS já possui uma operação organizada e estruturada no Brasil. Atende, por exemplo, uma grande montadora automobilística, com entregas aéreas e marítimas, incluindo o chamado 4PL (Fourth-Party Logistics), um modelo de gestão logística que supervisiona toda a cadeia de suprimentos, inclusive com prestadores de serviços terceirizados. Também atende um importante player do setor de semicondutores.

São contas relevantes, mas a companhia quer expandir. Tem investido em agilidade, especialmente na área tecnológica. “Temos trazido os BIs (Business Intelligence Reports), automatização e muitas ferramentas de track and tracing. E estamos trabalhando em aplicações de Inteligência Artificial e em toda a parte de consultoria para os clientes”, afirmou Karin.

JAS Brasil realizou, há três semanas, seu primeiro frete rodoaéreo, modelo que deve ser escalonado ao longo do ano
JAS Brasil realizou, há três semanas, seu primeiro frete rodoaéreo, modelo que deve ser escalonado ao longo do ano

PERSONALIZAÇÃO

Com todas essas frentes de atuação, a executiva busca um atendimento mais personalizado. “Vivemos em um mundo VUCA (high-complexity businesses in volatile markets ou negócios de alta complexidade em mercados voláteis). O desafio é enorme”, afirmou, citando como fatores complicadores do setor a guerra entre Rússia e Ucrânia, as tensões no Oriente Médio, os problemas climáticos, o tarifaço aplicado pelos Estados Unidos e a disputa comercial entre os EUA e a China.

“Tudo isso impacta a logística global. Por isso, a JAS precisa de um braço mais forte de consultoria de mercado, com um olhar diferenciado para os clientes”, frisou Karin, que reestruturou parte do organograma da companhia e formou um time de dez diretores que lhe reportam diretamente, para dinamizar a gestão — além de ter promovido uma liderança mais humanizada, com foco em aumentar a retenção de talentos. “É preciso estabilidade para manter o know-how e não perder a tração com o cliente.”

Karin também criou um plano interno denominado Inspire Brazil. “Incentivamos o pensamento de que o Brasil pode ser algo maior. Envolvemos nossas 11 filiais no País e todos os setores — operações, financeiro, vendas… Em um ano, fizemos uma revolução interna”, disse. “Assim vamos levar a JAS para outro patamar.”

Ajuda o fato de a matriz incentivar ideias e ações projetadas pelas operações locais, em vez de impor diretrizes ‘de cima para baixo’. “Inclusive, alinhamos pontos com países importantes como China, Estados Unidos e Alemanha”, destacou a presidente. “Temos essa liberdade para fazer o que for necessário para crescer a empresa, dentro do compliance e do guidance.”

Nesse sentido, a JAS Brasil realizou, há três semanas, seu primeiro frete rodoaéreo — modelo que deve ser escalonado ao longo do ano. “Estamos expandindo as operações, aumentando o leque de serviços, mas nunca esquecendo o mais primordial da empresa: foco no cliente com flexibilidade.”

A integração da entrega, com uma parte feita por avião e outra por caminhão, desenvolvida para uma empresa da indústria automobilística, ilustra exatamente o papel consultivo citado pela executiva. “Surgiu de uma análise em que observamos a necessidade de entregar a carga mais cedo no local de destino”, contou Karin, sobre o trajeto feito de Manaus (AM) a São Paulo (SP). “Também mudamos rotas marítimas para dar maior eficiência à operação e sugerimos a substituição de empresas parceiras que atuam no ecossistema e não estavam entregando o esperado.”

Com isso, a JAS abandona soluções padronizadas e entrega experiências personalizadas — especialmente para reforçar sua presença nos setores automotivo e de semicondutores, onde já tem atuação consolidada, além de avançar nos segmentos farmacêutico, de moda premium, agronegócio, varejo e alimentício.

Assim, a JAS Brasil acelera para se tornar peça-chave na engrenagem global da companhia.

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