A rentabilidade dos imóveis residenciais no Brasil atingiu um patamar expressivo em 2024. O retorno financeiro alcançado foi de 19,1% ao ano, segundo aponta um estudo divulgado em março, realizado em conjunto por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) e do QuintoAndar.
Esse desempenho se deve aos sucessivos aumentos da taxa Selic, referência de juros no país, que encarecem o financiamento imobiliário e, consequentemente, elevam os preços dos aluguéis. Conforme o principal índice do setor imobiliário, o FipeZAP, a variação de preços em 12 meses (até fevereiro deste ano) chegou a 12,92%, mais do que o dobro do IPCA (5,06%) e acima do IGP-M (8,44%).
Por outro lado, esses índices têm impactado positivamente o setor de consórcios. É crescente o número de brasileiros que estão aderindo à modalidade para fugir dos juros do financiamento e do aumento do aluguel, buscando formar patrimônio sem onerar o orçamento. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que o primeiro bimestre deste ano registrou um aumento de 53,8% nos créditos comercializados no segmento, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em todo o Brasil, o número de participantes ativos foi de 2,21 milhões em janeiro e fevereiro, 23,5% a mais que em 2023.
Por ser uma opção livre de juros e contar com uma ampla variedade de planos adaptáveis a diversos perfis, o consórcio tornou-se uma alternativa atrativa para quem deseja adquirir um imóvel. Além disso, quando contemplado, seja por lance ou sorteio, o consorciado ganha a capacidade de comprar à vista, o que favorece a negociação.
Outra grande vantagem diz respeito ao uso do crédito, que pode ser destinado à concretização do sonho da casa própria, à aquisição de casas e apartamentos em leilão, à construção de uma aposentadoria imobiliária, entre outras finalidades. Ainda nesse sentido, o consórcio de imóveis também conta com uma atualização de crédito, realizada anualmente pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), o que mantém o poder de compra do consumidor.
Sendo assim, com o aumento do valor dos aluguéis e as múltiplas oportunidades oferecidas pela modalidade para a aquisição de imóveis, o consórcio se destaca como uma solução flexível e segura, permitindo aos consumidores realizarem seus planos por meio de estratégia e planejamento financeiro.
*Tatiana Schuchovsky Reichmann é administradora, especializada em gestão empresarial e CEO da Ademicon