Gallo amplia portfólio no Brasil para dobrar venda: “Não entramos para brincar”, diz CEO

Empresa portuguesa se apresenta como Casa Gallo, uma casa de marcas que abriga três logotipos: a tradicional Gallo, a linha de azeites premium Rossio de Abrantes e De Olliva, de azeite composto. Brasil é o maior mercado, com 60% da receita

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Imagens: Divulgação

Cristiane Souza, presidente da Gallo no Brasil, tem a missão de diversificar a oferta de produtos para multiplicar os resultados

Cristiane Souza, presidente da Gallo no Brasil, tem a missão de diversificar a oferta de produtos para multiplicar os resultados

“Não entramos para brincar.” A declaração da presidente da Gallo no Brasil, Cristiane Souza, ao BRAZIL ECONOMY, é emblemática e traduz exatamente o momento da empresa no País. A companhia portuguesa, fundada em 1919 e presente há mais de 100 anos na mesa dos brasileiros, amplia seu portfólio, entra em categorias premium e de azeites compostos, além de retomar com força sua presença em categorias como azeitonas, vinagres e pimentas. Agora, a empresa se apresenta como Casa Gallo — uma casa de marcas que abriga três logotipos: a tradicional Gallo, a linha de azeites premium Rossio de Abrantes e De Olliva, um óleo 100% oliva para uso diário na cozinha.

Serão 11 novos SKUs que chegarão às prateleiras dos pontos de venda no Brasil, onde a Gallo tem seu melhor desempenho entre os 40 mercados em que atua pelo mundo e é líder em azeites, com mais de 30% de participação de mercado.

Um índice relevante em um setor pulverizado, com mais de 300 marcas atuando no território nacional e, por outro lado, com três principais marcas respondendo por 60% das vendas.

Companhia lança primeiro no Brasil a marca Rossio de Abrantes, de azeites premium
Companhia lança primeiro no Brasil a marca Rossio de Abrantes, de azeites premium

O plano da Casa Gallo com as novidades e o avanço no País é dobrar o desempenho da operação local, que representa 60% do faturamento global da empresa. A companhia não revela resultados, mas fontes do mercado apontam uma receita aproximada de 500 milhões de euros. “Temos um potencial enorme para realmente dobrar a penetração da marca no Brasil”, afirmou Cristiane.

Para anunciar o novo posicionamento da marca, atualizado no ano passado, e apresentar os lançamentos ao consumidor final, a companhia já investiu R$ 20 milhões em mídia e fortalecimento da marca — um dos maiores aportes da Gallo no País em todos os tempos, o que reflete o potencial que a empresa enxerga no mercado brasileiro.

Primeiro no Brasil

A Gallo faz parte da Gallo Worldwide, uma joint venture entre a Unilever (detentora de 55% do negócio) e a Sociedade Francisco Manuel dos Santos (com os 45% restantes). Esse modelo é exclusivo de Portugal e não se aplica ao Brasil.

A importância do País para a Gallo é comercial e estratégica. Tanto que a companhia lança primeiro no Brasil a marca Rossio de Abrantes, de azeites premium — posteriormente disponível em Portugal e em outros países. O nome remete à localidade portuguesa onde a empresa iniciou sua produção e ainda mantém uma fazenda.

Os azeites dessa linha, produzidos a partir de blends artesanais, chegam em três versões, para diferentes experiências de harmonização e também para consumo a cru. Nos formatos de 500 ml e 250 ml, os rótulos são: Verde (sabor fresco e intenso, com aroma de erva fresca), Frutado (sabor aveludado e equilibrado), Maduro (sabor doce e suave).

Já a De Olliva é a mais nova linha de óleos 100% oliva da Gallo, com bom custo-benefício, ideal para refogar, grelhar e fritar. São duas opções: Extra Suave, que não altera o gosto natural dos alimentos, e Cebola e Alho, para reforçar o sabor dos pratos.

A categoria de azeites é complementada pelos chamados Aromatizados — azeites extravirgens com adição de aromas naturais para finalização de receitas — nas versões Limão Siciliano, Manjericão e Trufa.

De Olliva é a mais nova linha de óleos 100% oliva da Gallo, com bom custo-benefício, ideal para refogar, grelhar e fritar
De Olliva é a mais nova linha de óleos 100% oliva da Gallo

Azeitonas, vinagres e pimentas, categorias em que a Gallo já atuava de forma tímida no mercado brasileiro, retornam agora com nova roupagem e mais força para conquistar espaço nas gôndolas e no paladar dos consumidores.

Preço e clima

Mesmo com todas as novidades e a meta de dobrar as vendas no Brasil, a Casa Gallo continuará com a operação de envasamento dos produtos em Portugal. A explicação é técnica: quanto mais jovem a azeitona e mais rápido o azeite é colocado na garrafa, maior é a qualidade do produto.

“A produção por lá está mais alargada, com mais turnos. Todos estamos convictos de que essa é a direção certa e os investimentos também vão nessa linha”, ressaltou Cristiane. “Estamos no caminho certo.”

Apesar das iniciativas para ganhar mercado, há desafios — um deles é o preço do azeite, que nos últimos dois anos praticamente dobrou, chegando a cerca de R$ 50,00 o litro do extravirgem. O consumidor se adaptou, buscando alternativas mais acessíveis, como os azeites compostos (mistura de azeite e outros óleos).

A alta nos preços foi provocada principalmente por fatores climáticos: a seca nas últimas safras em Portugal e Espanha — dois dos maiores produtores mundiais — prejudicou a produção.

Para Cristiane Souza, os preços já começam a recuar, ficando abaixo de R$ 40,00, mas será difícil retornar aos R$ 25,00 de anos atrás.

Em um setor que depende do “sabor da natureza” — com o perdão do trocadilho —, a Gallo investiu em processos e maquinário para minimizar os impactos climáticos na produção. “Sabemos que as condições climáticas podem voltar a interferir a qualquer momento. Mas estamos preparados para isso”, afirmou a executiva.

Preparados também para desenvolver novas categorias e ampliar sua participação no mercado brasileiro.

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