A Biz, plataforma de infraestrutura de pagamentos, serviços bancários, prevenção a fraudes e benefícios flexíveis, encerrou seu primeiro ano como Instituição de Pagamento (IP) com mais de R$ 2 bilhões em transações . Para 2025, o plano é ainda mais ousado. A meta é triplicar esse valor, alcançando R$ 6 bilhões. Para isso, a estratégia combina o lançamento de novos produtos, foco em grandes marcas e o uso de inteligência artificial (IA).
Há 20 anos no mercado, a transformação em IP começou em agosto de 2023, quando a empresa ultrapassou R$ 300 milhões em volume transacionado em 12 meses — limite que exige autorização do Banco Central (BC). Com o aval do regulador, a Biz passou a oferecer diretamente serviços de pagamentos, como transferências eletrônicas, operações com cartão, transações móveis e outras movimentações dentro de arranjos próprios. Essa autonomia ampliou sua atuação e abriu caminho para novas fontes de receita.
Entre os motores de crescimento da empresa está o “Multi”, cartão que integra multibenefícios, multimoedas, multicréditos e multicontas em uma só solução. A ferramenta permite que empresas configurem pacotes flexíveis para seus colaboradores, adaptando benefícios de acordo com as necessidades individuais.
“Temos como diferencial competitivo a hiperpersonalização. E quando eu falo esse superlativo hiper, digo de forma proposital, porque hoje a empresa cliente consegue atender seus funcionários de modo individual. Se a Maria, tem uma necessidade de ter mais benefícios em saúde, nosso cliente consegue proporcionar isso a ela. Ou se ela tem algum problema de saúde, também consegue oferecer benefícios relacionados”, disse Douglas Barrochelo, CEO da Biz, ao BRAZIL ECONOMY.
Impulsionada por esse produto, a Biz acaba de lançar uma nova funcionalidade: a Antecipação Salarial. Com ela, os funcionários podem antecipar até 30% do salário, sem juros ou tarifas, para uso no crédito. O objetivo é promover bem-estar financeiro e facilitar a vida dos times de Recursos Humanos.
A antecipação pode ser ativada no portal ou aplicativo da conta-salário e tem desconto direto na folha de pagamento. Segundo a empresa, não há custos extras nem burocracia para a empresa ou o colaborador.
Atualmente, a Biz atende mais de 500 clientes com soluções whitelabel, entre eles nomes como 99, Adidas, Azul, Gol, Grupo Bandeirantes, Lindt, Mellitta, Omni e Sympla. Para o próximo ano, a meta é escalar ainda mais, mirando empresas com mais de 100 funcionários e produtos que sigam os critérios do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
“A gente olha muito para as listas do GPTW (Great Place to Work), para marcas consolidadas, que se preocupam com branding e com a relação com seus colaboradores. Nosso foco não é um nicho, e sim empresas que querem zelar pela sua marca.”
Para Barrochelo, a versatilidade do produto elimina a necessidade de segmentação por setor. “Nosso produto é tão customizável que não precisamos segmentar por nicho. Cada empresa cria as categorias de uso que quiser, como uma campanha de Dia das Mães ou um benefício pontual com base em regras e datas específicas. Isso tudo é feito direto na plataforma.”
A inteligência artificial como interface do futuro
Além da hiperpersonalização, a inteligência artificial será central para o crescimento da Biz em 2025. A tecnologia já é usada internamente há anos, mas agora assume um papel estratégico também na jornada do usuário.
“Se nos anos 2000 o ativo digital era o site, e nos anos 2010 era o aplicativo, agora a próxima onda são os chatbots. Acreditamos que, em breve, não vamos mais pedir comida ou consultar saldo por app, mas sim conversar com um chatbot”, afirma.
Em agosto de 2025, a Biz vai lançar um chatbot próprio no WhatsApp que permitirá ao colaborador consultar saldo, trocar senha, desbloquear cartão, localizar restaurantes e até calcular quanto pode gastar por dia até o fim do mês. Tudo isso com a identidade visual da empresa cliente, sem exposição da marca Biz.
“Não aparece nossa marca, só um ‘made by Biz’ discreto no rodapé. Todo o visual é da empresa. Isso transforma o chatbot em um ativo da marca, com potencial até de ser usado para outras funções, como feedbacks, avaliações de desempenho ou soluções internas de workspace.”
Hoje, a Biz processa mais de R$ 20 bilhões em recursos ao ano e opera mais de 11,5 milhões de cartões por meio da sua techfin. Para o futuro próximo, estão no radar novas soluções como pix-as-a-service, open finance, core banking e iniciador de pagamento.
Descentralização como propósito
A visão da Biz também vai além da tecnologia. Ela parte de uma convicção estratégica de que o sistema financeiro será cada vez mais descentralizado e as empresas terão papel central nesse novo desenho.
“Nosso propósito é descentralizar o sistema financeiro, permitindo que empresas ofereçam soluções bancárias dentro do seu ecossistema, com sua própria marca. O mundo não precisa de banco, precisa de serviços bancários. Assim como o mundo não precisa de táxi, mas sim de mobilidade”, concluiu Barrochelo.