Tarifaço de Trump deve favorecer mercado de itens de luxo e fortalecer grifes nacionais

A expectativa MCF Consultoria é de que o setor cresça 15% no Brasil em 2025 e um dos principais motores desse avanço é o mercado de revenda

Fernanda Bompan
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Imagens: Pexels

Uma bolsa Hermès Birkin pode custar R$ 500 mil nas lojas da marca e R$ 145 mil nas revendas de luxo

Uma bolsa Hermès Birkin pode custar R$ 500 mil nas lojas da marca e R$ 145 mil nas revendas de luxo

Boa notícia para quem ama moda de luxo: o mercado de second hand está em alta e promete crescer ainda mais em 2025. Com o novo pacote de tarifas sobre importações anunciado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, revendedoras brasileiras de peças premium já celebram o aumento da procura. E até marcas nacionais começam a ganhar mais espaço entre os consumidores exigentes.

A expectativa é de que o setor de luxo cresça 15% no Brasil em 2025, segundo levantamento da MCF Consultoria, divulgado com exclusividade ao BRAZIL ECONOMY. Um dos principais motores desse avanço é o mercado de revenda de artigos de alto padrão, que pode ganhar tração inclusive nas próximas semanas, impulsionado por datas comemorativas como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados.

“O mercado de second hand de luxo evoluiu muito no Brasil na última década, principalmente quando falamos de profissionalismo, com ótimas curadorias, inclusive aumentando a oferta de peças exclusivas. Portanto, com a elevação dos preços de importação de produtos novos, é natural que mais consumidores conheçam e busquem as revendas como alternativa mais vantajosa em termos de preço e qualidade”, afirma Lilian Marques, CEO da Front Row, uma das maiores resellers brasileiras de produtos de moda de alto padrão para o público feminino, especializada em bolsas Hermès, joias e relógios.

Segundo ela, o setor já havia sido beneficiado em 2024 com a alta do dólar, que encareceu as compras internacionais. “A alta do dólar tem sido muito positiva para nós, pois nossos clientes que normalmente comprariam em shoppings acabam preferindo a comodidade e o custo-benefício provenientes da compra online e do second hand. No ano passado, fechamos com um crescimento de 33% nas vendas, um patamar acima do que registramos em 2023, quando o volume comercializado aumentou 25%”, contou ao BRAZIL ECONOMY. Atualmente, a Front Row tem cerca de 4 mil clientes em sua base, com um tíquete médio de R$ 55 mil.

Muito além de uma compra mais econômica

Além das vantagens financeiras, o consumo de artigos de segunda mão ganha força também por questões de sustentabilidade e estratégia. Esse movimento também estimula uma nova valorização das marcas brasileiras. “Vemos um crescente desenvolvimento e expansão de marcas nacionais para fora e, portanto, uma competição melhor com o que temos de importado. Uma marca que podemos citar é a Misci, que, apesar de não estar na curadoria da Front Row, tem crescido bastante na intenção de compra de clientes locais”, cita Marques, ao lembrar da marca de roupas e mobiliário idealizada pelo designer mato-grossense Airon Martin.

No curto prazo, as revendedoras de alto padrão se preparam para um crescimento acelerado, sustentado por uma demanda mais racional e conectada ao cenário econômico. No longo prazo, o setor vê uma mudança estrutural no comportamento do consumidor de luxo: mais atento, mais estratégico e cada vez menos dependente das grifes internacionais.

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