Com 35 anos de mercado e recém-adquirida pelo grupo canadense Constellation, a MXM Sistemas vive uma nova fase de crescimento. A companhia, especializada em sistemas integrados de gestão empresarial (ERP), projeta um aumento de 12% no faturamento em 2025, alcançando R$ 113 milhões. A expectativa de tração vem principalmente do setor de óleo e gás (O&G), que deve responder por 26% do montante total.
A guinada estratégica é impulsionada pelo cenário promissor do setor. Somente neste ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no Brasil devem alcançar R$ 140 bilhões. E, até 2029, o montante total previsto é de R$ 609 bilhões. A MXM, sediada no Rio de Janeiro – estado líder na produção nacional –, quer aproveitar essa onda para reforçar sua atuação junto a empresas como Brava Energia, Gran Services e Karoon Energy, que já estão em sua carteira de clientes.
“Hoje, 10% da nossa carteira pertence ao segmento de óleo e gás. Com a retomada da indústria, novos entrantes e aumento na exploração, acreditamos que essa fatia possa chegar a 20% da receita ainda neste ano”, afirmou Guilherme Carrullo, presidente da MXM, ao BRAZIL ECONOMY. A receita do segmento atualmente corresponde a 15%.
A presença da companhia em grandes eventos do setor também faz parte da estratégia. Em maio, a MXM estará na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, nos Estados Unidos — um dos principais encontros mundiais da indústria de O&G. “A OTC nos permite engajar com decisores-chave e entender melhor as demandas do mercado. Isso contribui para que continuemos entregando soluções avançadas e atualizadas”, destaca Carrullo.
Fundada no Brasil com capital próprio, a MXM mantém sua essência mesmo após se tornar uma multinacional, com a venda para a Vela Latam (marca da Constellation). “Somos uma empresa que preza pela proximidade com o cliente. Nosso objetivo não é ter milhares de contratos diretos, mas manter nosso DNA de atendimento personalizado”, diz o executivo, que está na companhia há 27 anos. Atualmente, a empresa tem mais de 400 contratos diretos e 10 mil indiretos, via BPOs (do inglês Business Process Outsourcing, que significa “terceirização de processos de negócios”).
A base de clientes da MXM é composta por negócios nacionais e multinacionais dos mais diversos setores, como saúde (SulAmérica e Dasa), contabilidade (Domingues e Pinho Contadores, RSM Brasil), cultura e terceiro setor (Orquestra Sinfônica Brasileira, Instituto Ronald McDonald), além de nomes como Autoglass, Sesc e Senac. Segundo Carrullo, cerca de 50% do portfólio é formado por companhias estrangeiras.
Apesar do foco atual no mercado brasileiro, a internacionalização está no radar. “Trabalhar com a legislação brasileira é um grande diferencial competitivo. Se conseguimos atender a essa complexidade aqui, podemos replicar essa expertise em outros países”, afirma o executivo.