Conhece a Equinix? Gigante americana investe R$ 1 bilhão por ano no Brasil

Empresa acaba de lançar seu oitavo datacenter no País. Agora são cinco em São Paulo e três no Rio de Janeiro. Com aceleração da IA, vem mais por aí

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Imagens: Divulgação

Equinix possui cinco data centers em São Paulo e três no Rio de Janeiro, onde o mais recente foi inaugurado dias atrás, com um investimento de US$ 94 milhões

Equinix possui cinco data centers em São Paulo e três no Rio de Janeiro, onde o mais recente foi inaugurado dias atrás, com um investimento de US$ 94 milhões

Nos últimos 10 anos, a Equinix na América Latina passou de uma atuação em um único país e atendimento a dois mercados para presença em cinco países e sete mercados. Globalmente, nesse período, a receita da companhia americana de data centers e infraestrutura digital saltou de US$ 2,44 bilhões em 2014 para US$ 8,75 bilhões no ano passado, um crescimento de 260%. Mais do que isso: é a única companhia do S&P 500 a registrar 22 anos seguidos de crescimento em receita. Os números mostram a dinâmica da evolução da empresa, que tem no Brasil um de seus principais mercados, com 1.000 clientes entre os 12 mil parceiros comerciais ao redor do mundo — sendo 60% deles da Fortune 500 — que utilizam a infraestrutura da Equinix para armazenar e operar dados e soluções. Essa relevância também se traduz em investimentos. Em média, são R$ 1 bilhão aportado por ano no País, que conta com oito dos 85 data centers alocados nas Américas — são mais de 260 espalhados pelo mundo.

“Temos um plano de expansão muito forte no Brasil, que é um mercado estratégico para a companhia. Essa é uma característica da Equinix desde que foi fundada, em 1998. De lá para cá, já foram investidos mais de US$ 40 bilhões em data centers e aquisições no mundo todo”, disse ao BRAZIL ECONOMY Victor Arnaud, presidente da operação brasileira da Equinix.

São cinco data centers em São Paulo e três no Rio de Janeiro, onde o mais recente foi inaugurado dias atrás, com um investimento de US$ 94 milhões (aproximadamente R$ 550 milhões). Todos os principais serviços digitais e de interconexão da plataforma Equinix estão disponíveis aos clientes.

Victor Arnaud, presidente da operação brasileira da Equinix: forte plano de expansão
Victor Arnaud, presidente da operação brasileira da Equinix: forte plano de expansão

Há conexão direta com provedores de nuvem como Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud, além de fácil acesso a diversos outros serviços de rede e segurança oferecidos por parceiros.

E vem mais por aí: outro data center em território paulista, o nono no Brasil, está nos planos da Equinix.

Os equipamentos em solo paulista (um no centro da capital, dois em Barueri e dois em Santana de Parnaíba) são integrados a centenas de clientes, principalmente dos ecossistemas de serviços financeiros, provedores de cloud, conteúdo digital e redes sociais. Já os localizados no estado do Rio de Janeiro (um em Botafogo, outro em Del Castilho, ambos na capital, e um em Duque de Caxias) fazem parte de uma rede de interconexão chamada colocation premium, que oferece densas concentrações das principais operadoras e provedores de serviços corporativos globais.

Então, se você está no computador ou no smartphone, seja para navegar em notícias, comprar em ecommerce ou fuçar em rede social, muito provalelmente seus dados passam por infraestrutura da Equinix. E também muito provavelmente você não sabia disso. Com valuation de US$ 77 bilhões, a companhia é discreta. Talvez a maior empresa de tecnologia do mundo que você não conhece, como brincam os mais familiarizados com ela. Discreta, mas significativa, diga-se.

INTERCONEXÃO E SERVIÇOS

Além de relevante, o Brasil possui um modelo de negócios diferenciado em relação aos demais mercados da Equinix. Na linha de colocation para interconexão, uma empresa cliente aloca seu rack no espaço da Equinix e gerencia o equipamento por conta própria. Também existe a linha de serviços gerenciados, voltada a empresas com menos recursos para CapEx, que estabelecem acordos para a Equinix fornecer o hardware, alugado ao cliente — uma espécie de assinatura de data center, que se transforma em receita recorrente.

“Também gerenciamos para o parceiro. Dessa forma, criamos uma base de clientes muito específica no Brasil, que não temos globalmente”, explicou Arnaud, destacando que, por essa característica, a operação local é frequentemente citada em reuniões estratégicas internas e até em relatórios públicos.

MUNDO CONECTADO

Foi com base nesse conceito que a Equinix desenvolveu uma solução global em parceria com a Nvidia, a gigante dos chips e GPUs, lançada em janeiro. Trata-se de um serviço de nuvem privada totalmente gerenciado, que permite às empresas adquirir e operar sua própria infraestrutura de supercomputação, com inteligência artificial da Nvidia embarcada, para construir e executar modelos personalizados de IA generativa.

O produto já vem sendo utilizado por companhias dos setores de biofarmacêutica, serviços financeiros, softwares, setor automotivo e varejo, que estão criando centros de excelência em IA.

A evolução da tecnologia, com o amplo uso de IA e, mais recentemente, da computação quântica, faz com que a procura por um maior volume de data centers seja cada vez mais expressiva.

Em média, são R$ 1 bilhão por ano aportado no País, que possui oito dois 85 datacenters alocados nas Américas – são mais de 260 espalhados pelo mundo
Em média, são R$ 1 bilhão por ano aportado no País, que possui oito dois 85 datacenters alocados nas Américas – são mais de 260 espalhados pelo mundo

Para se ter uma ideia da conexão digital atual, em 2023, 55% da população global possuía smartphones — o que equivale a 4,3 bilhões de pessoas, segundo relatório da GSMA. No Brasil, a Fundação Getulio Vargas (FGV) estima a existência de 480 milhões de dispositivos digitais, entre celulares, computadores, laptops e tablets. Tudo isso conectado à internet, softwares e hardwares. Haja espaço para transmitir e processar esses dados.

Para acompanhar essa evolução e atender à forte demanda sem utilizar 100% de recursos próprios, a Equinix criou uma unidade chamada xScale. Na prática, são firmadas joint ventures com parceiros para construção dos data centers.

O quinto data center de São Paulo, chamado SP5x, foi construído dessa forma. Foi o primeiro das Américas nesse modelo, com investimento de US$ 116,4 milhões, a partir da joint venture com o GIC, fundo soberano de Cingapura.

Ao contrário dos data centers tradicionais de varejo da Equinix — compartilhados por centenas de empresas —, este é de hiperescala e atende às necessidades específicas de um grupo seleto de clientes, incluindo os maiores provedores de serviços de cloud do mundo.

As instalações são projetadas de acordo com requisitos técnicos, operacionais e financeiros dessas empresas, que demandam grandes volumes de espaço e energia.

A energia, aliás, é um capítulo à parte na Equinix. O compromisso com a sustentabilidade tem norteado as iniciativas da empresa globalmente.

Por meio do programa Heat Export, a companhia tem reutilizado o calor gerado pelos data centers. No ano passado, durante a Olimpíada de Paris, esse calor foi usado para aquecer as piscinas do centro aquático de natação. Em Toronto, no Canadá, o calor do data center TR5 é distribuído para edifícios residenciais, um hotel, uma universidade e um shopping center local, no centro de Markham. Além desses dois exemplos, há projetos semelhantes em andamento na Finlândia, Alemanha, Irlanda e Suíça. Pelo tamanho e perfil do mercado, o Brasil deve entrar nessa lista em breve.

Enquanto isso não ocorre, a operação brasileira segue ampliando sua capacidade e importância no atendimento a empresas que desenvolvem negócios em um mundo hiperconectado.

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