Stark Bank desenvolve IA própria e aposta em velocidade para crescer em 2025

Fintech aportada por Jeff Bezos tem ampliado investimentos em infraestrutura. O objetivo é acelerar a análise de documentos e permitir a abertura de conta em menos de 10 minutos

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Imagens: Divulgação

Rafael Stark, fundador e CEO da fintech, diz que com IA vai conseguir escalonar sem depender de muitas contratações

Rafael Stark, fundador e CEO da fintech, diz que com IA vai conseguir escalonar sem depender de muitas contratações

A grande maioria dos brasileiros provavelmente não sabe, mas o processo de análise de documentos para concessão de empréstimos ou abertura de contas é tão artesanal quanto o trabalho de um alfaiate ou sapateiro – tanto nos grandes bancos quanto nas fintechs. Mesmo com a adoção de processos digitalizados de avaliação de riscos, a palavra final geralmente passa pela caneta e pelo carimbo de um humano, principalmente quando a transação envolve grandes cifras. É por isso que a fintech brasileira Stark Bank, apoiada pelo bilionário americano Jeff Bezos, decidiu desenvolver uma ferramenta de Inteligência Artificial (IA) capaz de analisar documentos, principalmente contratos sociais, em menos de 10 minutos. “O nosso processo de escalabilidade não vai depender mais da contratação de pessoas”, afirmou o CEO Rafael Stark, em entrevista ao BRAZIL ECONOMY. “O que antes podia levar dias será feito em instantes”, disse.

A novidade está sendo desenvolvida pela Stark Infra, frente de tecnologia da empresa, e está prestes a ficar pronta. Além de ser utilizada para benefício próprio, a IA será ofertada a outros bancos e até a escritórios de advocacia, que poderão ganhar agilidade e precisão na análise de documentos e de processos. “O foco será o setor financeiro, mas nada impede expandir as aplicações para outros segmentos”, acrescentou Stark.

Com esse tipo de tecnologia, o Stark Bank busca crescer no chamado middle market — segmento composto por empresas de médio porte, com faturamento de até R$ 300 milhões, que demandam soluções robustas, porém flexíveis. “Nosso foco está em entregar valor para essas empresas com serviços financeiros que realmente façam sentido no dia a dia delas”, explicou o CEO.

A IA do Stark Bank será fundamental para sustentar os planos de crescimento. Em um cenário altamente competitivo no setor financeiro, a fintech registrou queda de 30% no lucro líquido em 2024, com R$ 50 milhões, mas contabilizou uma alta de 80% no volume transacionado no ano passado – que passou de R$ 155 bilhões para R$ 280 bilhões. Com 800 clientes (como Localiza, Ultragaz, Ingresse, Simplic, Buser, Zigpay, Ambipar, Loft e Daki), a empresa projeta chegar a 10 mil empresas em sua base, segundo Stark.

Apesar do bom desempenho em volume, o lucro líquido da companhia sofreu queda, reflexo dos aportes realizados em marketing e infraestrutura. Para Rafael Stark, fundador e CEO da fintech, os investimentos foram estratégicos e necessários para o amadurecimento da operação. “Fizemos contratações importantes e reforçamos processos de governança. Isso nos dá uma base sólida para crescer de forma sustentável”, afirmou.

Lego como estratégia: modularidade e personalização

Para enfrentar a concorrência acirrada, o Stark Bank tem adotado uma estratégia baseada na criação de produtos modulares e personalizados. Rafael Stark compara essa abordagem à montagem com peças de Lego, permitindo a construção de soluções sob medida a partir de diferentes combinações de funcionalidades. “Os clientes não querem mais produtos de prateleira. Precisamos entregar o que faz sentido para o negócio deles”, explica.

Um dos casos de sucesso citados é o da Buser, empresa que implementou um módulo de reembolso automatizado. O recurso melhorou a experiência dos usuários e aumentou a eficiência operacional, ao reduzir o tempo de atendimento e o número de reclamações. “É um bom exemplo de como um módulo bem pensado pode trazer benefícios reais para o cliente final e para o negócio”, destacou Stark.

Na avaliação do CEO, as perspectivas para 2025 são positivas, principalmente em áreas como adquirência e e-commerce. Mas o alvo é conseguir atrair mais empresas para o seu guarda-chuva ainda neste ano, seja pela proposta de serviços modulares ao estilo Lego, seja pela velocidade da IA na análise de dados.

 

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