Em maio do ano passado, tudo o que se via em Porto Alegre era uma cidade tomada pelas águas. Menos de um ano depois, o cenário devastador deu lugar à empolgação de mais de 23 mil pessoas na quarta e maior edição do principal evento de empreendedorismo e inovação da capital gaúcha: o South Summit Brazil.
Delton Batista, presidente do sistema LIDE Rio Grande do Sul e Santa Catarina, marcou presença como speaker da conferência, que aconteceu entre os dias 9 e 11 de abril, e destacou a chegada da South Economy, nova sessão do BRAZIL ECONOMY voltada para o noticiário da região.
“Em tão curto espaço de tempo, um estado que foi devastado por uma das maiores tragédias climáticas do mundo conseguiu, tão rapidamente, ficar de pé, se reerguer. Claro que ainda há muito a ser feito, mas o principal, que é o espírito de resiliência e de empreendedorismo, está no DNA do Rio Grande do Sul — e de todo o Brasil, que apoiou o estado nesse momento tão importante”, destacou Batista.
Para o empresário, a força empresarial do Rio Grande do Sul está historicamente ligada aos setores da indústria, agronegócio, novas tecnologias e educação: “Tudo isso criou um caldo cultural, um ambiente favorável aos negócios que fez o Rio Grande do Sul ser uma das potências econômicas do Brasil. E a prova desta edição do South Summit é justamente a força dessa resiliência, dessa capacidade de se reinventar.”
No segmento industrial, que “sempre é uma força absoluta”, Batista destaca que organizações como a Gerdau e a Randon — duas gigantes gaúchas — estão se reinventando e se posicionando na nova economia, na lógica da neoindustrialização.
Outros setores que vêm com força total, segundo o presidente do LIDE, são a economia criativa e o turismo, puxado pela Serra Gaúcha. As startups e empresas de tecnologia também são destaques, assim como os segmentos de saúde e bem-estar, além do mercado imobiliário e da construção civil.
“O Rio Grande do Sul tem, historicamente, uma tradição de empreendedorismo muito relevante — tanto como pioneiro, vanguardista em vários setores da economia, quanto do ponto de vista de ideias. Sempre foi um estado à frente do seu tempo”, destacou Batista.
Para o empresário, é fundamental que a força empresarial gaúcha se conecte com o restante do Brasil, e esse é o grande papel do LIDE, que proporciona um ambiente para conectar empresas e suas cadeias de parcerias dentro do próprio estado. “Mas também é muito importante conectar com o Brasil, buscando novos mercados, com a Faria Lima, em São Paulo, com o centro financeiro e econômico brasileiro, e também com o mundo. O LIDE realiza mais de 14 fóruns internacionais por ano, em cidades globais como Londres, Nova York e Dubai. É importante conquistar e buscar mercados no exterior. O Brasil precisa globalizar mais suas empresas e suas marcas.”
Em um mercado internacional mais hostil às relações comerciais, Batista ainda considera o tema do “tarifaço de Trump” muito recente, mas acredita que o assunto “mais do que nunca” mostra a importância de as empresas buscarem novos mercados e diminuírem a dependência de uma região, de um segmento, de um país. “Acho que isso talvez seja um estímulo para o Brasil — e para as empresas brasileiras — conquistarem o mundo”, afirmou.
Dentro do Brasil, a prioridade do presidente do LIDE é dar visibilidade ao empreendedorismo e às lideranças do Sul, para que as empresas do RS e de SC — estados cujo PIB supera R$ 1 trilhão — tenham mais proximidade com outros mercados, parceiros, fornecedores e investidores.
