Os investidores do varejo poderão ter um respiro nesta primeira metade do ano. As perspectivas de curto prazo para o segmento estão melhores do que se temia no fim de 2024, e empresas como Renner, C&A e Vivara podem estar entre os destaques positivos. Relatório divulgado nesta segunda-feira (07) pelo BTG Pactual aponta que, apesar das taxas de juros e do endividamento ainda elevados, os varejistas brasileiros vêm registrando tendências “decentes” nos últimos trimestres, resultado de uma combinação entre expansão de receita e melhorias na margem.
Além disso, havia uma preocupação do mercado com o ritmo de recuperação dessas companhias após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar uma queda de 1% nas despesas de consumo das famílias no último trimestre, em comparação com o período imediatamente anterior.
Contudo, a visão preliminar, conforme o relatório assinado por Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Pedro Lima e Luis Mollo, é de que empresas como a Renner podem apresentar um cenário mais promissor.
Os analistas esperam que a receita líquida da operação de varejo da companhia, por exemplo, cresça 9% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, com margem bruta estável e margem Ebitda na operação de varejo em 5,4%. Ao mesmo tempo, aguardam que a receita líquida de vestuário da C&A aumente 15% na mesma base de comparação.
A expectativa para a Vivara também é de crescimento da receita líquida em 16% ano contra ano. Outros destaques podem ser a Smart Fit, com alta de 30% na receita líquida, as Lojas Quero-Quero, com avanço de 12%, e a Petz, com aumento de 8%.
“Não há dúvida de que o setor varejista está altamente correlacionado com as perspectivas macroeconômicas, principalmente em um cenário que ainda é bastante avesso ao risco — assim como o desempenho das ações. Por um lado, as perspectivas de curto prazo permanecem decentes para a maioria dos players, enquanto as empresas reduziram a alavancagem financeira nos últimos trimestres”, apontam os analistas do BTG Pactual.
Por outro lado, as restrições de crédito e a taxa de juros elevada ainda são fatores de risco para o ritmo da desalavancagem financeira. Nesse cenário, os analistas seguem conservadores na exposição ao setor varejista, com um mix preferencial de empresas (MELI, Grupo Mateus, C&A e Smart Fit), que apresenta menor espaço para revisões negativas nos lucros.