COP 30 no Brasil: estamos prontos para uma transição energética sustentável?

Com uma matriz predominantemente renovável, o Brasil se destaca no cenário mundial por sua capacidade de produzir energia limpa

Celso Cunha*
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Imagens: Divulgação

Para Celso Cunha, a COP 30 será uma plataforma para que o Brasil apresente uma estratégia clara e ambiciosa

Para Celso Cunha, a COP 30 será uma plataforma para que o Brasil apresente uma estratégia clara e ambiciosa

De 10 a 21 de novembro de 2025, o Brasil será sede, pela primeira vez, da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). O evento, que acontecerá em Belém do Pará, no coração da Amazônia, será um marco para a agenda climática global e uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança na transição energética.

Com uma matriz predominantemente renovável, o Brasil se destaca no cenário mundial por sua capacidade de produzir energia limpa. No entanto, para garantir um futuro verdadeiramente sustentável, é preciso ampliar o uso da energia nuclear como parte da estratégia de descarbonização.

O debate sobre mudanças climáticas gira, invariavelmente, em torno da necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Países com compromissos robustos de descarbonização já reconheceram a importância da energia nuclear como uma fonte confiável, segura e livre de carbono.

No Brasil, esse reconhecimento tem crescido nos últimos anos. Angra 3, a perspectiva de novos reatores modulares (SMRs) e a ampliação da produção de urânio indicam que o país está alinhando sua matriz energética às necessidades do futuro.

A energia nuclear oferece vantagens que outras fontes renováveis, como eólica e solar, não conseguem garantir sozinhas: disponibilidade contínua, alta densidade energética e independência climática. Isso significa que, ao contrário das usinas solares e eólicas, as usinas nucleares não dependem das condições meteorológicas para operar com eficiência máxima.

A COP 30 será uma plataforma para que o Brasil apresente uma estratégia clara e ambiciosa para sua transição energética. Isso inclui a adoção de uma política energética de longo prazo que valorize todas as fontes limpas e complementares, incluindo a nuclear.

Além disso, será o momento de discutir formas de financiamento para novos projetos nucleares no país, inserindo o Brasil no movimento global de expansão dessa tecnologia. Países como Estados Unidos, China, Canadá e França já colocaram a energia nuclear no centro de suas políticas climáticas. O Brasil não pode ficar para trás.

A matriz energética do futuro será diversa, resiliente e sustentável. O Brasil tem um imenso potencial para expandir suas fontes renováveis e incorporar de forma mais estratégica a energia nuclear, garantindo segurança energética e contribuindo para a redução das emissões globais.

A COP 30 representa uma oportunidade única para o país consolidar sua visão de um futuro energético sustentável. Para isso, são necessários planejamento, investimentos e políticas públicas que garantam um caminho sólido rumo à descarbonização.

O Brasil tem todos os elementos necessários para ser protagonista dessa transição. Agora, é hora de agir.

*Celso Cunha é presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan)

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