Negócios envolvendo healthtechs no Brasil caem 24% e atingem R$ 799 milhões

Ainda que o número de acordos firmados tenha saltado 38%, investidores estão mais atentos aos negócios inovadores, dando maior atenção para empresas menores e mais novas

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Imagens: Freepik

Healthtechs

No Brasil foram realizados, no ano passado, 40 negócios envolvendo startup da área de saúde

Há dois mercados que, nos últimos oito anos, têm crescido dois dígitos em todo o mundo, segundo a Global Market Insights: tecnologia e saúde. No mundo, a perspectiva é que as chamadas healthtechs movimentem US$ 504 bilhões este ano, com aumento do interesse de empresas do ramo financeiro e da indústria farmacêutica em adquirir iniciativas inovadoras. No Brasil, no entanto, o movimento é um pouco diferente. No ano passado, os negócios envolvendo as startups de saúde giraram R$ 799 milhões, 24% a menos do que em 2023, mas com 38% mais startups conseguindo captar recursos. O motivo? Os compradores estão buscando novos perfis de startups por aqui.

Os dados do mercado brasileiro foram compilados pela Liga Ventures. Segundo Daniel Grossi, cofundador da Liga Ventures, o cenário brasileiro não indica um menor apetite pelo setor, mas uma mudança de estratégia dos compradores. “A queda no tíquete médio e o aumento no número de transações indicam que investidores estão apostando em uma nova geração de startups de saúde”, afirmou. Para o levantamento, foram mapeadas 602 startups ativas que desenvolvem tecnologias voltadas à eficiência para a saúde.

“Categorias como Gestão de Processos, Inteligência de Dados e Planos e Financiamento lideraram as captações, indicando uma forte digitalização e busca por eficiência no setor”, afirmou o executivo. “Além disso, a presença de 130 startups aplicando IA mostra que a tecnologia será um pilar fundamental para o futuro do segmento. Bons casos de uso em IA devem pautar os investimentos na área em 2025”, completou.

PERFIL

O estudo também apresentou o mapa das startups brasileiras. Sobre o ano de fundação das startups, cerca de 12,3% delas nasceram entre 2021 e 2024. Já as principais categorias de healthtechs ativas fundadas entre 2020 e começo de 2025 foram: bem-estar físico e mental (10%); planos e financiamento (9%); novos medicamentos e tratamentos (9%); gestão de processos (8%) e buscadores e agendamentos (6%).

O levantamento aponta que elas estão divididas em 35 categorias, sendo que as principais são: gestão de processos (8%); planos e financiamento (7%); bem-estar físico e mental (7%); buscadores e agendamentos (6%); novos medicamentos e tratamentos (5%); exames e diagnósticos (5%); inteligência de dados (4%); capacitação, informação e educação (4%); saúde no trabalho (4%); prontuário, prescrição e triagem (3%); infraestrutura para telemedicina (3%); gestão financeira e contábil (3%); doenças crônicas (3%) e autogestão da saúde (3%).

O estudo também mostra que 130 startups aplicam inteligência artificial em suas soluções, com o intuito de analisar e processar imagens, personalizar tratamentos, realizar pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e terapias, monitorar pacientes, fornecer previsões e rastreabilidade de surtos e doenças, e promover hiperpersonalização da jornada do paciente.

O relatório traz ainda os estados com maior distribuição de startups ativas. No primeiro lugar do ranking está São Paulo (49%), seguido por Minas Gerais (9%), Rio de Janeiro (8%), Rio Grande do Sul (8%), Santa Catarina (6%), Paraná (5%), Pernambuco (3%), Espírito Santo (3%), Distrito Federal (2%), Bahia (1%) e Ceará (1%).

Segundo Grossi, a maturidade das healthtechs mapeadas também indica como o setor está se desenvolvendo no Brasil. Por aqui, 35% são emergentes, 25% estão estáveis, 22% são nascentes e 18% delas são disruptoras. Com relação às tecnologias mais aplicadas, destacam-se: Data Analytics (24%); Telemedicina (22%); Inteligência Artificial (21%); Banco de Dados (18%) e API (17%). Já em relação ao público-alvo, o estudo mostra que 48% das startups têm como foco o mercado B2B.

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