Com mais de mil projetos em 40 países, a Axial Brasil, braço nacional da espanhola Axial Structural Solutions, tem no País sua segunda maior operação entre os seis escritórios que possui espalhados pelo planeta. A fabricante de trackers solares (rastreadores que acompanham o movimento do sol ao longo do dia) está há apenas três anos no Brasil e tem agradado a matriz, que faz parte do Grupo Alonso, holding da Espanha que possui mais de 80 empresas e atua nas áreas logística, energia, infraestrutura, lazer e serviços. A Axial Brasil tem avançado com novo escritório em São Paulo e a mudança da planta de Camaçari (BA) para uma área maior na mesma cidade. E recentemente anunciou o espanhol Ronald Carias Esteban como diretor-geral da operação brasileira.
“A Axial é uma empresa jovem no País, mas que vem demonstrando a que veio. Desde que a marca desembarcou por aqui em 2022, estamos batendo novos números a cada ano”, disse o executivo ao BRAZIL ECONOMY.
Em território nacional, a Axial tem se desenvolvido a partir de duas frentes. Uma delas é seu know-how com capacidade de entrega. São 20 anos de atividades, posicionada entre as 10 empresas que mais comercializam trackers solares no mundo. Por aqui, já é uma das principais fabricantes desses sistemas, com uma estrutura de negócios completa, tanto em termos comerciais, de engenharia e industriais.
No último balanço divulgado pela companhia, com receita de 120 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o Brasil foi citado como “mercado poderoso”, no qual vai “continuar a fortalecer sua presença”. No mundo, a corporação também realiza projetos de referência, como a maior usina fotovoltaica construída até hoje no Reino Unido.

Apesar de estar no Brasil há apenas três anos, a Axial já alcançou números bastante expressivos no mercado. Atualmente, são 503 MWp (megawatt-pico) contratados, atendendo grandes empresas do setor solar. A título de comparação, 1 MWp de potência instalada pode produzir 1,2 GWh (gigawatts-hora) de energia por ano, capaz de atender 540 residências.
A ascensão no mercado brasileiro tem sido meteórica. Sem revelar número de faturamento consolidados, em 2023 as vendas foram 873,3% maiores do que as registradas em 2022, primeiro ano da empresa no País. A base comparativa era pequena, mas em 2024 cresceu 158,7% em relação a 2023. “Dentre os seis escritórios que temos ao redor do mundo, o mercado brasileiro é o segundo mais importante, inclusive pelo potencial territorial e energético de um país tropical”, afirmou Esteban.
Para o diretor-geral, o mercado brasileiro de energia solar oferece um enorme potencial de crescimento para empresas de trackers. Em novembro, o superou a marca de 50 gigawatts (GW) de potência instalada operacional de energia solar e tornou-se o sexto a alcançar esse nível, juntando-se aos Estados Unidos, China, Alemanha, Índia e Japão, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). De acordo com a entidade, a fonte solar representa 20,7% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira, segundo lugar entre os sistemas disponíveis, atrás apenas da energia hidrelétrica.
“Ao adaptar nossas estratégias e soluções às características do mercado local, investir em inovação tecnológica e estabelecer parcerias estratégicas, podemos aproveitar as oportunidades e contribuir para a construção de um futuro energético mais limpo e sustentável para o Brasil”, discorreu Esteban.
Para o diretor da Axial Brasil, a união de recursos naturais, políticas públicas e a demanda crescente por energia limpa compõe um “cenário fascinante” para o desenvolvimento e uso de soluções como os rastreadores solares. “Observamos o mercado brasileiro como um dos melhores para o crescimento da nossa empresa”, disse.
Sobre a mudança de endereço da fábrica, que fica na Bahia, o executivo frisou que a ideia é ocupar um espaço maior e ampliar as instalações. “Essas expansões são reflexo tanto das demandas do mercado como da visão de longo prazo da Axial no País.”
Desde 2012, o Brasil recebeu investimentos na ordem de R$ 230 bilhões em projetos de energia solar. Apenas no ano passado foram instaladas mais de 120 usinas solares no País, segundo informações do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Como se destacar, então, diante de um mercado que está cada vez mais acirrado? Segundo Esteban, a resposta está na oferta pela Axial Brasil de uma “abordagem personalizada” para cada projeto de grande porte, “com soluções completas e de alta qualidade”.
“Desde a concepção do projeto até as condições de pagamento, garantimos que cada cliente receba uma solução sob medida para suas necessidades”, afirmou o executivo, ao apontar ainda a capacidade de otimizar layouts e minimizar a movimentação de terra pelas “tolerâncias de declividade” de seus equipamentos.