A metáfora “a grama do vizinho é mais verde que a sua”, expressão que demonstra a tendência das pessoas de achar que a vida dos outros é melhor do que a própria, parece valer também para o mercado de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Cajuína, divisão de inteligência da Caju (empresa de tecnologia especializada em multissoluções para a gestão de RH), em parceria com a Opinion Box, revelou que um em cada cinco trabalhadores CLT avalia os benefícios oferecidos por suas empresas como inferiores aos de concorrentes do mesmo segmento. O levantamento contou com a participação de 1.003 trabalhadores de empresas com mais de 100 funcionários, abrangendo diferentes modelos de trabalho – presencial, híbrido e remoto.
Entre os benefícios mais oferecidos, o plano de saúde lidera, estando disponível para 69% dos entrevistados, seguido pelo plano odontológico (54%) e pelo vale-refeição (50%). Apesar disso, benefícios mais estratégicos e voltados para o bem-estar, como apoio à saúde mental (17%), horários flexíveis (13%) e licenças-maternidade/paternidade estendidas, ainda são pouco adotados, evidenciando uma lacuna em relação às novas demandas do mercado de trabalho.
A pesquisa também apontou que 36% dos trabalhadores afirmam que suas empresas incluíram novos benefícios no último ano. Entre os mais recorrentes, destacam-se o apoio à saúde física (27%), à saúde mental (17%) e a flexibilização de horários (13%). Por outro lado, 56% dos participantes indicaram que não houve alterações nos pacotes de benefícios, refletindo uma inércia em um cenário corporativo que exige maior inovação para atender às expectativas dos colaboradores.
Além disso, a percepção sobre o alinhamento dos benefícios com o mercado também foi avaliada: 51% dos trabalhadores consideram que os benefícios oferecidos estão na média. Esse dado reforça a necessidade de maior atenção das empresas à competitividade e à atualização de suas políticas.
Os resultados ainda indicam que benefícios estratégicos estão diretamente ligados à percepção de suporte do RH. Embora 53% dos trabalhadores considerem que o RH de suas empresas os ajuda muito, 47% classificam o setor como burocrático – um fator que pode impactar negativamente a avaliação e a implementação de melhorias nos pacotes de benefícios.
“A pesquisa evidencia a importância de repensar os pacotes de benefícios à luz das novas demandas dos trabalhadores”, afirma Lucas Fernandes, CHRO da Caju. “Nosso compromisso é apoiar o RH na construção de benefícios que realmente façam a diferença na vida dos colaboradores e contribuam para a retenção de talentos e para uma cultura organizacional mais estratégica.”
Com base nos dados, o estudo reforça a importância de as empresas enxergarem os benefícios não apenas como um atrativo, mas como uma ferramenta essencial para a retenção de talentos e o fortalecimento da cultura organizacional.