O conceito de integrar uma segunda moradia à produção de vinhos já é bem estabelecido na região de Mendoza, na Argentina, onde surgiram empreendimentos que combinam resort, vinícola e condomínio residencial. Entre os exemplos mais emblemáticos estão o The Vines Resort & Spa, em Los Sauces, e o Casa de Uco Vineyards & Wine Resort. O primeiro reúne 21 villas com vistas deslumbrantes para os Andes e vinhedos particulares, além do restaurante Siete Fuegos, do chef Francis Mallmann, referência mundial em cozinha argentina de fogo e terroir. O outro, com 320 hectares, possui uma vinícola boutique em que os condôminos (caso do designer de calçados gaúcho Jorge Bischoff) podem produzir seus próprios vinhos a partir de uma consultoria enológica personalizada.
Esses e outros empreendimentos semelhantes criaram um modelo de real estate no qual o luxo é traduzido pela experiência de viver o vinho, e não apenas consumi-lo. O morador torna-se coprotagonista do terroir, participando do ciclo produtivo e da vida cultural do lugar. Uma ideia atraente, que já chegou ao Centro-Oeste brasileiro por meio da Fazenda Canoa – Condomínio Reserva, primeira iniciativa do gênero no Brasil Central, que recebeu investimento superior a R$ 80 milhões.
Seu idealizador é Fernando Costa, da FRSC Participações, que propõe uma nova leitura do luxo no campo, inspirada em referências como a Fazenda Boa Vista (SP) e os hotéis-boutique VIK Retreats, presentes no Chile e no Uruguai — e com uma operação em fase de lançamento no interior paulista.
Na Fazenda Canoa, com mais de 600 mil m², a vegetação nativa do Cerrado se integra a uma infraestrutura que inclui marina, heliponto, complexo esportivo e, claro, vinícola. A Bodega CostaCave já iniciou sua produção com uvas Syrah e Primitivo, importadas da Europa e adaptadas ao terroir do Cerrado. “É um destino que acolhe o novo luxo: aquele que privilegia o tempo, a natureza, o silêncio e as experiências autênticas”, disse Costa.
Além da vinícola, o condomínio oferece marina para embarcações de até 50 pés e píeres privativos no Complexo Náutico Estaleiro Jatobá. A Praça do Beija-Flor concentra a vida esportiva, com quadras de areia, pista de cooper, playground e teatro arena. Há ainda três quadras de tênis, ciclovia e uma área de preservação ambiental de mais de 500 mil m².
Segundo a arquiteta e curadora Dannyella Picotto, o nível de entrega superou as expectativas iniciais. “O empreendimento está 100% concluído e com uma estrutura muito maior do que a prometida inicialmente”, afirmou. As residências terão de 500 m² a 1.500 m², em um cenário que equilibra natureza e sofisticação. Um empório e uma adega subterrânea completam o projeto, reforçando o caráter enogastronômico da proposta. Nos próximos meses, a Fazenda Canoa deve ganhar um Beach Club com lounges, bar, piscina com borda infinita, decks molhados e mirante.
