Top 10 tecnologias emergentes de 2025

O Fórum Econômico mundial define tecnologias emergentes por seu potencial transformador e adoção inicial, empregando IA para analisar o interesse científico sustentado e filtrar as inovações mais promissoras

Compartilhe:

Imagens: Leonardo.IA

Lucid Origin futuristic digital illustration of Emerging Techn 1 | Brazil Economy

A lista final para o relatório deste ano do World Economic Forum revela uma série de inovações profundas impulsionadas pela convergência de diferentes tecnologias: biologia sintética e IA; ciência dos materiais e sistemas energéticos; biotecnologia e desenvolvimentos digitais.

Cada uma das 10 tecnologias emergentes foi selecionada por sua novidade, nível de desenvolvimento e seu potencial de entregar benefícios sociais significativos. Veja a seguir o ranking:

1. Bateria Estrutural (SBCs)

Enquanto as baterias de íons de lítio são estruturas sólidas que exigem espaço próprio, os compósitos de bateria estrutural (SBCs) são materiais que suportam peso — como fibra de carbono ou resina epóxi — que também podem armazenar energia elétrica. Essa tecnologia pode tornar veículos elétricos mais leves e mais eficientes, além de poder ser aplicada em aeronaves, como fuselagens.

Os SBCs ainda não alcançaram adoção generalizada por diversos motivos, mas se as regulamentações e padrões de segurança puderem ser desenvolvidos para apoiar o uso generalizado, eles poderão ter um impacto ambiental e econômico significativo.

2. Sistemas de Energia Osmótica 

E se fosse possível gerar energia a partir da diferença de salinidade de duas fontes de água? É isso que os sistemas de energia osmótica prometem com o potencial de gerar eletricidade limpa, renovável e de baixo impacto.

Embora tenha sido proposta pela primeira vez em 1975, avanços recentes em materiais e designs de sistemas trouxeram a ideia para mais perto da realidade. Existem dois tipos de sistemas de energia osmótica: a Osmose Retardada por Pressão (PRO), que usa uma membrana semipermeável para permitir que a água se mova de baixa para alta salinidade; e a Eletrodiálise Reversa (RED), que usa membranas de troca iônica para mover cargas positivas e negativas entre os dois lados da membrana, criando uma carga no processo. 

3. Tecnologias Nucleares Avançadas 

Uma nova onda de inovação tecnológica na energia nuclear está em curso. Após um período de relativa inatividade em termos de construção de novas centrais nucleares, a produção está acelerando.

De combustíveis alternativos para resfriamento a pequenos reatores modulares (SMRs), há uma série de avanços tecnológicos com o objetivo de reduzir custos, simplificar projetos e aumentar a geração de energia nuclear em países ao redor do mundo. 

O objetivo final é alcançar a fusão nuclear, algo em que o projeto internacional ITER (Reator Termonuclear Experimental Internacional), na França, tem trabalhado há anos. Se for bem sucedido, a fusão nuclear fornecerá uma solução transformadora para os nossos desafios energéticos globais.

4. Engenharia de Terapias Vivas (ELTs- Engineered Living Therapeutics)

Cientistas esperam que, ao transformar bactérias úteis em pequenas fábricas de medicamentos, possam tratar doenças de dentro do corpo. O impacto? Cuidados de longo prazo mais baratos e eficazes. 

Isso é feito introduzindo código genético, que contém instruções para produzir terapias, em sistemas probióticos vivos, como micróbios, células e fungos.

Ignorar a necessidade de produzir medicamentos em laboratório significa uma redução de 70% nos custos de produção. Além disso, essa abordagem oferece um fornecimento de tratamento estável e prolongado para pacientes que normalmente necessitam de injeções regulares, como é o caso do tratamento do diabetes. 

“Imagine se você tivesse ELTs, estas pequenas biofábricas dentro de você, e elas pudessem fornecer essa glicose conforme a necessidade do corpo,” diz Mariette DiChristina, reitora da Universidade de Boston, no podcast Radio Davos. “Seria parecido com o que seu corpo faria naturalmente se você não tivesse aquela doença.”

5. GLP-1s para Doenças Neurodegenerativas 

Uma classe de medicamentos recentemente desenvolvida, originalmente criada para gerenciar diabetes tipo 2 e obesidade — tecnicamente conhecidos como Agonistas do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1 RAs) — está mostrando potencial no tratamento de doenças relacionadas ao cérebro, como Alzheimer e Parkinson. 

Os GLP-1 RAs reduzem a inflamação no cérebro e incentivam a remoção de proteínas tóxicas. Se não forem tratadas, ambas estão relacionadas ao desenvolvimento das condições mencionadas. Mais de 55 milhões de pessoas no mundo vivem com demência, de modo que tais medicamentos trazem benefícios sociais e econômicos significativos. Como diz DiChristina, por exemplo: “Pense nos cuidadores e no tempo que eles precisam gastar [com os cuidados] que talvez pudessem estar gastando em outros tipos de trabalho que afirmam a vida.”

6. Sensorização Bioquímica Autônoma 

Esses dispositivos detectam e quantificam parâmetros bioquímicos específicos — considere, por exemplo, marcadores de doenças ou alterações químicas na água para detectar poluição — de forma autônoma e contínua. Com comunicação sem fio e fontes de energia autossustentáveis, eles permitem o monitoramento contínuo e em tempo real.

Essa tecnologia considerada emergente  já obteve algum sucesso em aplicações específicas,de maneira mais notória por um monitor de glicose vestível para o gerenciamento do diabetes. No entanto, graças aos avanços em diversas áreas, a tecnologia está agora começando a abordar outros alvos e aplicações, como cuidados com a menopausa e segurança alimentar.

7. Fixação Verde de Nitrogênio 

A fixação de nitrogênio converte nitrogênio da atmosfera em amônia em escala. Isso é necessário para a produção de fertilizantes, que por sua vez sustenta cerca de 50% da produção mundial de alimentos. A nova fixação verde de nitrogênio visa reduzir o enorme impacto ambiental do processo, que atualmente consome cerca de 2% da energia global. 

8. Nanozimas 

Nanozimas são nanomateriais produzidos em laboratório e fabricados com propriedades semelhantes às das enzimas. No entanto, em comparação com as enzimas, que são produzidas por organismos vivos ou sintéticamente com custo e complexidade substanciais, as nanozimas são muito mais estáveis, além de serem mais baratas e mais simples de produzir. 

Elas agem como catalisadores, suportando as mesmas reações químicas das enzimas, mas por serem mais robustas, poderiam ser usadas em uma gama muito mais ampla de condições. As aplicações variam de terapêuticas à purificação de água e segurança alimentar, e estudos clínicos já estão em andamento para o tratamento do câncer e de doenças neurodegenerativas. Mas ainda há obstáculos técnicos e éticos a serem superados antes que as nanozimas possam atingir a adoção generalizada.

9. Sensorização Colaborativa 

Sensores individuais já são generalizados em nossas vidas, mas os avanços na tecnologia — por exemplo, a IA — oferecem novas oportunidades em rede. Esses sensores conectados podem mudar a forma como as cidades operam e como as organizações usam dados para tomar decisões.

Considere a mobilidade urbana. Semáforos conectados poderiam se ajustar com base em câmeras de tráfego e sensores ambientais, permitindo-lhes ajudar a gerenciar o congestionamento e reduzir a poluição. Outros casos de uso incluem mapeamento em minas, monitoramento ambiental e análise de sistemas de tempestades.

10. Marca D’água Generativa (Generative Watermarking)

Em uma era de deepfakes e mídia sintética, esta tecnologia emergente é bem-vinda. Ela adiciona marcas invisíveis ao conteúdo gerado por IA, o que torna mais fácil identificar o que é real e o que não é e, como resultado, ajudará a combater a desinformação e aumentar a confiança online.

Várias empresas líderes de tecnologia estão integrando cada vez mais a marca d’água. No entanto, a tecnologia enfrenta desafios, incluindo a adoção desigual e usuários que tentam remover ou forjar marcas d’água. As preocupações éticas também são diversas, como rotular falsamente conteúdo real como gerado por IA.

Fonte: World Economic Forum

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

ASSINE NOSSA NEWSLETTER E
FIQUE POR DENTRO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO MERCADO

    Quer receber notícias pelo Whatsapp ou Telegram? Clique nos ícones e participe de nossas comunidades.

    `