Agenda volta ao radar do mercado, em dia de ata do Fed

Agenda ganha força com documento sobre início de cortes nos juros dos EUA e rouba a cena entre ruído político e shutdown

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radar | Brazil Economy

O mercado financeiro tem olhado mais para a cena política, em meio à agenda econômica esvaziada e diante da ausência de sinais de acordo nos Estados Unidos para pôr fim ao shutdown. Enquanto a inesperada videoconferência entre os presidentes Trump e Lula agitou o pregão doméstico no início da semana; ontem, a incerteza sobre a “MP do IOF” penalizou os ativos locais.

O Ibovespa teve a maior queda percentual desde meados de agosto. O dólar subiu a R$ 5,35. O movimento ocorreu em meio à incorporação de prêmios nas taxas dos juros futuros, com o receio em relação às contas públicas. A Medida Provisória 1303, que serve como alternativa ao aumento do imposto sobre operações financeiras, reacendeu esse temor.  

A votação, prevista para ontem, deve ocorrer apenas no fim do dia, mantendo a cautela e a postura defensiva nos negócios ao longo da sessão. Nos mercados, o adiamento soou como desarticulação política, com o governo ainda precisando “amadurecer o diálogo” no Congresso sobre a tributação de apostas online (bets) e nos lucros das fintechs. 

Agenda ganha força

Fato é que os investidores estão aproveitando para ajustar a exposição ao risco. Nesta quarta-feira (8), porém, o calendário econômico volta a ganhar destaque, com a divulgação da ata da reunião de setembro do Federal Reserve. O documento será lido com lupa, em busca de evidências para confirmar (ou descartar) duas hipóteses.

A primeira é se a visão cautelosa do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre novos cortes nos juros dos EUA é compartilhada pela maioria dos demais votantes do comitê. A segunda é se a defesa do diretor Stephen Miran, recém-empossado após indicação do governo Trump, por cortes maiores, de meio ponto percentual, tem apoio de outros membros. 

Pelo sim, pelo não, prevalece a chance de duas quedas adicionais de 0,25 ponto, cada, nas próximas duas reuniões do Fed, após iniciar o ciclo de cortes no mês passado. Essa expectativa baseia-se no gráfico de pontos (dot plot), levando a taxa para abaixo de 4% neste ano. 

Com os ruídos políticos vindos de Brasília tentando roubar a cena, em meio à escassez de dados econômicos nos EUA, os mercados voltam ao seu ponto de partida: o Fed. É daí que virá o próximo movimento de ajuste. Ou seja, qualquer revisão de cenário sobre cortes nos juros dos EUA deve agitar os ativos globais, com ou sem shutdown.

Passeio pelos mercados

Os futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta, com os índices Dow Jones e S&P 500 levemente abaixo de altas recordes. Na Europa, também prevalece o sinal positivo, enquanto na Ásia o Festival de Outono manteve a sessão esvaziada.

Entre as moedas, o dólar ganha terreno em relação às moedas rivais, o que sustenta o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) em alta. 

Nas commodities, o petróleo sobe. O ouro estende os ganhos para além da marca de US$ 4 mil a onça, testando novas máximas históricas. 

Entre as criptomoedas, o Bitcoin também sobe, mas se afasta da faixa de US$ 125 mil. 

Agenda do dia

Indicadores

    • 10h – Brasil: Dados do setor automotivo – Anfavea (setembro)
    • 14h30 – Brasil: Fluxo cambial (semanal)
    • 15h – EUA: Ata do fed (reunião de setembro)

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