Mercado caça oportunidades e vai de improviso, na falta de dados dos EUA

Com a agenda dos EUA paralisada pelo shutdown, mercado opera no instinto e reage ao que tem - até um telefonema pode mudar o humor

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O mercado financeiro mostrou ontem que, na ausência de dados econômicos nos Estados Unidos, por causa do shutdown ainda sem solução, o jeito é adaptar-se ao que tem no noticiário do dia. O inesperado telefonema de Donald Trump ao presidente Lula na manhã de segunda-feira (8) foi o suficiente para virar o humor dos mercados por aqui. 

Foi um exemplo emblemático do ditado popular – geralmente dito de forma errada – que diz que “quem não tem cão caça como gato”. Ou seja, na falta de ferramentas ou recursos ideais, deve-se usar o que se tem à disposição para resolver uma situação, agindo com astúcia e improviso – tal qual as habilidades do felino. E foi exatamente isso o que o mercado fez. 

A conversa de cerca de 30 minutos em tom amistoso mostrou que a “química” entre os dois líderes continua rolando. Trump e Lula relembraram o momento em que estiveram juntos em Nova York, por ocasião da Assembleia-Geral da ONU, e reiteraram a impressão positiva daquela ocasião. Um encontro presencial ficou pré-agendado e pode acontecer “em um futuro não tão distante”.

Mercado e os ditados

Aos olhos dos investidores, a ligação entre os dois presidentes é favorável para as negociações comerciais bilaterais. O diálogo, mantido em sigilo até instantes antes de acontecer, renovou as expectativas de uma reversão do tarifaço contra produtos brasileiros e abriu espaço para a ampliação dos acordos já existentes, além da assinatura de novos.

Portanto, a diplomacia roubou a cena nos negócios locais, restaurando a confiança entre os agentes econômicos e reduzindo as incertezas entre as duas maiores economias do continente americano. Apesar da queda do Ibovespa no primeiro pregão da semana, o dólar encerrou a sessão em baixa, aproximando-se do piso em R$ 5,30 e mostrando que a briga ao redor dessa faixa continua

A conversa ainda pode ecoar no pregão desta terça-feira (7), à medida que rende assunto no noticiário do dia. Porém, a falta de novidades também pode ser a brecha para o mercado farejar oportunidades – e colocar em prática outros ditados igualmente populares. 

Como se sabe, “gato escaldado tem medo de água fria”. Mas também há muitas outras variações. Cães e até outros bichos podem inspirar. Seja qual for o animal da vez, o instinto de sobrevivência dos mercados segue sendo o mesmo. 

Passeio pelos mercados

Os futuros das bolsas de Nova York amanheceram em baixa, um dia após os índices S&P 500 e Nasdaq cravarem recordes. Na Europa, o sinal é misto, depois de uma sessão esvaziada na Ásia. O Festival de Outono fechou os mercados na China e na Coreia do Sul.

Entre as moedas, o dólar mede forças em relação às moedas rivais, o que sustenta o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) em alta. 

Nas commodities, o petróleo cai. O ouro recua, após flertar a marca de US$ 4 mil a onça. Entre as criptomoedas, o Bitcoin também se afasta da faixa de US$ 125 mil. 

Agenda do dia

Indicadores

  • 8h – Brasil: IGP-DI (setembro)
  • 10h – Brasil: CNI – indicadores industriais (agosto)
  • 16h – EUA: Crédito ao consumidor (agosto)

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