Sem dados e com shutdown nos EUA, mercado busca rumo

Shutdown nos EUA se arrasta para segunda semana e adia divulgação de dados, mas agenda econômica traz ata do Fed e discurso do Powell

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hj | Brazil Economy

O mercado financeiro tenta encontrar um gatilho para os negócios à medida que a paralisação do governo dos Estados Unidos se arrasta para a segunda semana. Apesar de o shutdown ter adiado a divulgação de dados econômicos importantes, como o payroll, os investidores seguem convencidos de que o Federal Reserve irá cortar a taxa de juros em mais 0,25 ponto neste mês. 

Uma queda adicional de mesma magnitude é esperada para dezembro, levando a taxa para abaixo de 4% ao final de 2025. A ata da reunião de setembro do Fed, quando teve início o ciclo de cortes, deve ser publicada na quarta-feira (8). O documento ganha atenção em meio à ausência de novos indicadores norte-americanos, uma vez que a autoridade monetária possui orçamento independente da Casa Branca

Também em destaque estão os discursos de vários dirigentes do Fed, em especial o presidente Jerome Powell, na quinta-feira (9). Resta saber se a visão cautelosa de Powell sobre novos cortes nos juros dos EUA, em meio aos riscos referentes à pressão inflacionária por causa do tarifaço global de Donald Trump e à piora do mercado de trabalho, será compartilhada pelos demais membros votantes do comitê.  

Mais detalhes

Sem um acordo entre republicanos e democratas no Senado, o calendário nos EUA se esvazia. Na China, o feriado prolongado de outubro mantém os mercados fechados até meados da semana. Enquanto isso, o Japão movimenta a Ásia (leia mais abaixo). Por aqui, o foco se concentra no IPCA de setembro, também na quinta. O consumidor brasileiro sentiu os preços mais salgados, principalmente na conta de luz. 

É essa expectativa de inflação ainda alta que impede, por ora, o debate sobre a queda da taxa Selic. Ainda mais diante da resiliência do dólar, com os investidores subindo o nível de exigência das notícias ruins nos EUA para que haja mais posições vendidas na moeda.

Enquanto isso, o ouro e o Bitcoin escalam rumo a novos topos históricos (leia mais abaixo). Assim, os mercados seguem guiados mais pela expectativa do que pelos fatos – e é aí que mora o risco, inibindo o apetite.

Passeio pelos mercados

Os índices futuros das bolsas de Nova York iniciaram a semana em alta, à espera de um acordo da Casa Branca com senadores democratas para pôr fim ao shutdown. Na Europa, prevalece o sinal negativo.

Na Ásia, destaque para o salto de 4,75% da Bolsa de Tóquio, após o partido governista do Japão escolher Sanae Takaichi como líder. A ultraconservadora deve se tornar a primeira mulher primeira-ministra do país. 

Entre as moedas, o dólar disparou em relação ao iene, diante das perspectivas de mais gastos com o novo governo japonês. A moeda norte-americana voltou à faixa de 150 ienes. Com isso, o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) está em alta. 

Nas commodities, o petróleo avança. Já as negociações com o minério de ferro em Dalian seguem suspensas por causa do feriado na China. O ouro também sobe, renovando recordes a cada dia e se aproximando da marca de US$ 4 mil a onça. 

A tese de reserva de valor, diante da fraqueza generalizada do dólar, impulsiona o metal precioso e também o Bitcoin. A criptomoeda ultrapassou a barreira dos US$ 125 mil no domingo (5). 

Agenda do dia

Indicadores

  • 8h25 – Brasil: Relatório Focus (semanal)
  • 15h – Brasil: Balança comercial (setembro)

 

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