O prazer de degustar vinhos que combinam história, técnica apurada e inovação

Elaborados a partir de métodos tradicionais como ripasso e appassimento, rótulos da Bixio Poderi mostram como ser fiel ao passado olhando para o futuro

Celso Masson
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Imagens: Divulgação

À frente da empresa está Elisa Bixio, neta de Ottavio e representante da terceira geração da família

À frente da empresa está Elisa Bixio, neta de Ottavio e representante da terceira geração da família

Um vinho que traduz a história de uma família é muito mais que um líquido engarrafado. É cultura viva para ser compartilhada. É exatamente isso que propõe a Bixio Poderi, vinícola instalada em San Bonifacio, no coração da região de Soave, na romântica Verona, na Itália. Seu enredo começa em 1866, quando Nino Bixio, um revolucionário de sobrenome incomum que foi braço direito de Giuseppe Garibaldi, deixou não apenas seu nome na história da unificação italiana como também um herdeiro na região: Alfonso. Desde então, cinco gerações se dedicaram às vinhas que deram origem a uma marca hoje presente em 23 países.

Fundada oficialmente em 1969 por Ottavio Bixio, a vinícola combina tradição e inovação em tintos e brancos que carregam a identidade veronesa, com destaque para técnicas emblemáticas como o appassimento e o ripasso. À frente da empresa está Elisa Bixio, neta de Ottavio e representante da terceira geração da família.

Elisa esteve pela primeira vez no Brasil para acompanhar o lançamento oficial de seus vinhos no mercado nacional, por meio da importadora Locamatta. Entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, participou da ProWine São Paulo, maior feira B2B de vinhos da América Latina, onde a Bixio Poderi dividiu espaço com outras casas italianas no estande da Freschi & Bufano.

A visita, no entanto, foi além do calendário profissional. Elisa celebrou seu aniversário em São Paulo, durante um jantar intimista no restaurante Osteria Sardegna. Um brinde simbólico que marcou não apenas a chegada da vinícola ao Brasil, mas também um capítulo pessoal de sua trajetória. Hoje, à frente da empresa que leva seu sobrenome, Elisa mantém um pé na tradição enquanto inova no estilo dos vinhos que produz, com um olhar para os desejos de consumo das novas gerações. O resultado aparece na qualidade de sua bebida, reconhecida em diversas premiações internacionais. “Eu também gosto muito de gim e de vermute”, afirmou a produtora, que elabora suas próprias versões de ambos em pequena escala.

Entre os rótulos que chegam às taças brasileiras estão o Pinot Grigio delle Venezie DOC 2023, fresco e mineral; o premiado Passonero Rosso Arcole DOC 2017, vencedor da medalha de ouro no Concours Mondial de Bruxelles; e o Amarone DOCG Bronze 2019, ícone da casa, avaliado com 95 pontos e medalha de ouro pela Gilbert & Gaillard. Os preços para o consumidor final variam entre R$ 250 e R$ 650. A seguir, mais detalhes de cada rótulo:

Pinot Grigio delle Venezie D.O.C. 2023
Cor amarelo-palha com tons esverdeados e aroma com notas de frutas frescas e flores brancas. Vinho muito fresco, mineral, equilibrado, perfeito para aperitivos, peixes e frutos do mar.

Passonero Rosso Arcole D.O.C. 2017 (80% Merlot, 20% Cabernet Sauvignon)
Vinho tinto de cor vermelho-rubi intenso, com aroma frutado, notas de cereja e ameixa combinadas a especiarias, típicas do seu especial modo de produção, o ripasso (uma técnica tradicional da região do Vêneto que consiste em reaproveitar as cascas e borras do vinho para gerar uma segunda fermentação) e da passagem em madeira. Perfeito para charcutaria e queijos firmes. Vencedor da medalha de ouro no Concours Mondial de Bruxelles deste ano.

Nero d’Arcole D.O.C. 2015 (80% Merlot, 20% Cabernet Sauvignon)
Aqui as uvas passam pelo appassimento, outra técnica enológica tradicional da Itália usada na produção de vinhos como o Amarone, que consiste em desidratar parcialmente as uvas depois da colheita, antes da vinificação. As uvas são deixadas para secar em esteiras por semanas ou meses. Durante esse processo, perdem até 40% de seu peso em água, o que concentra açúcares, aromas e taninos. O vinho resultante seguiu para envelhecimento em barris de carvalho francês e americano. Macio, intenso, persistente e equilibrado na boca, ótimo para carnes vermelhas e queijos maturados e picantes.

Amarone D.O.C.G. Bronze 2019 (80% Corvina Veronese, 15% Corvinone, 5% Rondinella)
Segundo a produtora Elisa Bixio, esse vinho costuma ser chamado de “il primo bacio”, porque é inesquecível como o primeiro beijo. Uvas com appassimento de 60 a 90 dias, que depois da fermentação permanecem pelo menos dois anos em grandes tonéis de carvalho, antes de passar pelo tanque de aço e por um descanso em garrafa de três meses. Cor vermelho-rubi com reflexos granada, é intenso, persistente e apresenta características notas de frutas pretas e de baunilha. Obteve 95 pontos e medalha de ouro do guia Gilbert & Gaillard.

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