Compartilhamento de aeronaves decola em busca de novos mercados no País

Com regulação madura e concorrentes consolidados, Solojet aposta no modelo fracionado para crescer no Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro

Celso Masson
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Imagens: Divulgação

A Solojet possui três hangares no Aeroporto de Jundiaí (SP) e um em Luís Eduardo Magalhães (BA)

A Solojet possui três hangares no Aeroporto de Jundiaí (SP) e um em Luís Eduardo Magalhães (BA)

O modelo de propriedade compartilhada de aeronaves, regulamentado pela ANAC em 2020, vive um momento de consolidação no Brasil. A Solojet é a mais recente empresa de aviação a aproveitar essa oportunidade para ampliar sua participação territorial. Depois de focar essencialmente em São Paulo, a companhia vai levar seu programa Solojet Shares para Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro, ampliando a frota com mais aeronaves do modelo Hawker 400XP. O objetivo é aproximar o serviço de clientes que hoje dependem de deslocamentos até bases centrais e, assim, reduzir tanto os custos logísticos quanto o chamado “tempo morto”, em que o aparelho fica sem uso.

Criado em 2020, o programa Solojet Shares oferece aos clientes a possibilidade de adquirir uma cota de aeronave com um pacote de serviços que vai além da simples divisão de propriedade. Os cotistas têm à disposição manutenção, hangaragem e gestão de tripulação. “O modelo é perfeito para determinados clientes que não têm demanda suficiente de voo para comprar uma aeronave para si mesmos e que pagam muito caro para fretar toda vez que precisam voar”, afirmou André Bernstein, CEO da empresa.

No modelo atual de compartilhamento, previsto em lei, os cotistas têm garantia de disponibilidade. Eles podem utilizar outra aeronave caso a de sua cota esteja em manutenção ou em uso, o que elimina a insegurança comum a esquemas informais de copropriedade. “Esse é um dos principais diferenciais, sem contar a nossa robusta estrutura jurídica. O operador somos nós, o que tira qualquer responsabilidade do cotista”, destacou Bernstein.

O modelo Hawker 400XP, para até oito passageiros, pode voar de São Paulo a Recife sem escalas
O modelo Hawker 400XP, para até oito passageiros, pode voar de São Paulo a Recife sem escalas

Para sustentar o crescimento, a Solojet inaugurou recentemente seu terceiro hangar no aeroporto de Jundiaí, em São Paulo, dedicado exclusivamente ao programa de compartilhamento. A estrutura reforça a estratégia de oferecer aos cotistas não apenas uma aeronave, mas todo o ecossistema necessário para que possam voar com conforto, previsibilidade e privacidade. A empresa possui ainda um hangar próprio em Jundiaí e outro em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia.

Agora, com o anúncio de seu plano de expansão para outros estados, a Solojet reforça a frota e prevê agregar novas bases regionais. A aeronave escolhida é o Hawker 400XP, fabricada nos Estados Unidos pela Hawker Beechcraft Corporation. Bimotor de médio porte e capacidade para transportar sete ou oito passageiros em viagens interestaduais e internacionais, o jato tem uma cabine considerada entre as mais espaçosas da categoria. Com velocidade máxima de 833 km/h e alcance de até 2.592 quilômetros, pode, por exemplo, conectar São Paulo a Recife sem escalas. A frota da Solojet é composta por quatro unidades desse modelo, além de um Cessna Citation X. “O Hawker 400 foi escolhido porque conhecemos a fundo sua performance, manutenção e oferecemos todo o suporte necessário aos compradores aqui mesmo em nossa oficina”, explicou Bernstein.

O modelo de compartilhamento, bastante popular nos Estados Unidos, é relativamente novo no Brasil. A regulação é fruto do Programa Voo Simples, que visa desburocratizar e dar segurança jurídica ao arranjo de cotistas que compartilham uso e custos de uma aeronave.

Em 2022, a Prime You foi a primeira empresa a receber da ANAC a Especificação Administrativa para operar esse programa de propriedade compartilhada. A Avantto, outro player estabelecido, também tem investido na interiorização do serviço, levando aeronaves para além dos grandes centros e ampliando sua frota com modelos turboélice, capazes de atender regiões fora das rotas comerciais mais usuais.

 

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