O mercado financeiro acordou em setembro para outros temas que vão além da política monetária. Mas os investidores seguem convencidos de que o que importa é o rumo dos juros nos Estados Unidos. Seja olhando para os números da inflação, para os dados de emprego, ou ainda para o desempenho da atividade, a expectativa é de mais dois cortes do Federal Reserve, levando a taxa para abaixo de 4% ao final de 2025.
É diante deste cenário que os mercados globais ajustam os preços dos ativos de risco nesta reta final de mês, já se preparando para o último trimestre do ano. O período contempla as duas reduções previstas nos juros dos EUA: a primeira em outubro (28-29) e a outra em dezembro (9-10). Essa previsibilidade é o que os investidores querem.
Isso significa que o dólar deve retomar a trajetória de queda em relação ao real, o que renova a força do Ibovespa. Desde o começo do ano, a bolsa brasileira sobe mais de 20%, enquanto a moeda estrangeira está 13,7% mais barata. A tendência é de que esse fluxo continue. Portanto, tanto faz o que reserva a agenda econômica desta semana.
O que vem pela frente
Dados do mercado de trabalho no Brasil e nos EUA estão em destaque na agenda nesta semana. O payroll na sexta-feira é, sem dúvida, a principal divulgação. Ainda mais após a série de revisões para baixo na geração de vagas de emprego nos EUA. Antes, porém, merecem atenção as pesquisas JOLTS, amanhã, e ADP, na quarta-feira (1º).
Por aqui, a PNAD de agosto sai na terça-feira (30). Em julho, a taxa de desemprego no Brasil caiu para o menor nível desde 2012, com a população ocupada atingindo patamar recorde, enquanto a informalidade ronda a faixa de 40%. Daí porque ganha relevância o Caged já nesta segunda-feira.
Além disso, também serão conhecidos dados sobre a atividade ao redor do mundo. Nos EUA, os índices ISM e S&P da indústria saem na quarta e os do setor de serviços, na sexta. No mesmo dia, tem o desempenho da produção industrial nacional. Já a China divulga os números da atividade hoje à noite, às vésperas da pausa no país para o feriado.
Passeio pelos mercados
Os índices futuros das bolsas de Nova York iniciaram a semana em alta firme. Na Europa, também prevalece o sinal positivo, enquanto na Ásia apenas Tóquio caiu (-0,7%). Na China, o setor de alta tecnologia liderou os ganhos.
Vale lembrar que as bolsas de Xangai e Shenzhen ficarão fechadas por uma semana, a partir de quarta-feira, devido à Semana Dourada, que será prolongada com as comemorações pelo Festival da Lua. Em Hong Kong, as pausas ocorrem apenas no Dia Nacional, em 1º de Outubro, e no dia 7 do próximo mês.
De volta aos mercados, entre as moedas, o dólar perde terreno em relação às moedas rivais, em meio às renovadas expectativas de cortes nos juros dos EUA após os números da inflação em agosto. O índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) recua.
Nas commodities, o petróleo cai mais de 1%, com o barril do tipo Brent voltando a ficar abaixo dos US$ 70, diante da retomada das exportações de óleo bruto na região do Curdistão iraquiano após uma pausa de dois anos e meio. Os planos do cartel de países exportadores e aliados (Opep+) de aumentar a produção também pesam.
Já o minério de ferro fechou em queda de 1,6% em Dalian (China), vindo abaixo de US$ 110 a tonelada métrica. Nos metais preciosos, o ouro ultrapassou a marca de US$ 3.800 a onça pela primeira vez.
Nas criptomoedas, o Bitcoin avança.
Agenda do dia
Indicadores
- 8h25 – Brasil: Relatório Focus (semanal)
- 8h30 – Brasil: Nota de crédito (agosto)
- 11h – EUA: Vendas pendentes de moradias (agosto)
- 14h30 – Brasil: Caged (agosto)
- 17h – Brasil: Resultado do governo central (agosto)
- 22h30 – China: PMI de atividade – indústria e serviços (setembro)
- 22h45 – China: PMI Caixin de atividade – indústria e serviços (setembro)