Após um semestre de incertezas e adaptações, Globant acelera agentes de IA sob demanda

Empresa de origem argentina lança modelo de assinatura de soluções de Inteligência Artificial e mira faturamento de US$ 2,4 bilhões neste ano

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Imagens: Divulgação

Carlos Morais, managing director da Globant no Brasil

Carlos Morais, managing director da Globant no Brasil

A adoção de Inteligência Artificial Generativa (GenAI) em larga escala é definida pelo cofundador e CEO da Globant, Martín Migoya, como um “caminho dourado” para a companhia. São três pilares trabalhados pela empresa de tecnologia, de origem argentina, para trilhar essa estrada: a plataforma Globant Enterprise AI, os AI Studios e os recém-lançados AI Pods — o modelo de assinatura de agentes de Inteligência Artificial, que possibilita à Globant se consolidar como uma empresa de IA full stack que projeta, constrói e integra tecnologia, plataformas e expertise. Tudo de forma mais personalizada para cada cliente da companhia, que pretende faturar US$ 2,45 bilhões neste ano, praticamente o mesmo do ano passado. Um crescimento mais acentuado é esperado para 2026, com participação efetiva da operação brasileira, que cresceu 800% desde 2019.

Apesar da evolução no Brasil nos últimos seis anos, 2025 tem sido um ano diferente para a Globant no país. O primeiro semestre foi de incertezas, em decorrência do ciclo de vendas mais longo por parte das empresas, que passaram a observar o cenário macroeconômico com mais cautela, especialmente pela tensão comercial com os Estados Unidos. Por isso, a Globant teve de se adequar à velocidade da demanda do mercado brasileiro.

Outro fator foi a finalização da integração dos negócios com a Iteris, consultoria especializada em transformação digital adquirida no início de 2024, para reforçar setores considerados estratégicos pela empresa, como finanças, varejo, saúde e agronegócio. Entre os clientes incorporados a partir da aquisição estão Fiserv, PagBank, Julius Baer, Nubank, Nutrien, Globo, C&A e Reckitt.

Esse movimento de M&A ocorreu depois de um ciclo anterior de compras para ampliar a participação no mercado local. Em pouco mais de uma década no Brasil, a Globant adquiriu a Avanxo, o GA e a Nèscara, além da Genexus, que, apesar de ser uruguaia, possui uma operação importante no território brasileiro.

Globant inaugurou o escritório da nova sede no Brasil, em São Paulo, onde está instalado seu Centro de Inovação em Tecnologias Emergentes
Globant inaugurou o escritório da nova sede no Brasil, em São Paulo, onde está instalado seu Centro de Inovação em Tecnologias Emergentes

Em plena expansão no país, a companhia passou de 1.000 colaboradores em 2023 para 2.000 atualmente. Recentemente, inaugurou o escritório da nova sede no Brasil, na Zona Sul de São Paulo, onde está instalado seu Centro de Inovação em Tecnologias Emergentes.

Preparo para 2026

Mesmo com certa desconfiança dos clientes sobre os rumos da economia e com o processo de adaptação e integração de uma nova empresa, a Globant tem registrado um segundo semestre melhor. “Entendemos que vamos entrar em 2026 com uma perspectiva de crescimento acentuada”, disse Carlos Morais, diretor-executivo da Globant no Brasil.

Esse é um momento positivo para o país, alinhado a um reposicionamento global da companhia, que era estruturada por operações regionais e passa a atuar de maneira mais vertical.

“Isso ocorre por meio dos nossos AI Studios, que desenvolvem soluções avançadas específicas para cada um dos setores. Estamos mais conectados com cada um dos clientes e mais próximos deles para poder atendê-los com ferramentas muito mais vinculadas aos seus negócios”, disse Morais.

Nesse aspecto, entra também o projeto de AI Pods da Globant, primeiro modelo de software por assinatura no estilo on demand. Esse formato permite que empresas assinem mensalmente um AI Pod, que inclui uma capacidade medida por tokens, de forma semelhante à estrutura de uso de alguns LLMs (modelos de linguagem de grande escala). Tudo sob medida.

Um AI Pod da Globant pode criar soluções digitais do zero, com definição, desenvolvimento e testes de produtos. Outros casos de uso são: otimização da fase de manutenção de aplicativos; condução de conversas para extração de insights e geração de backlogs estruturados; reinvenção de soluções já existentes nas empresas, com mudanças na arquitetura, nos processos e na UX (experiência do usuário).

“São agentes hiperpersonalizados, que codificam diversas linguagens e trazem eficiência para a operação, podendo gerar ganhos acima de 20% já de largada e crescer de acordo com a maturidade apresentada pelo modelo e pelo sistema”, disse o executivo, ao ressaltar que a Globant tem trabalhado para disponibilizar as soluções de maneira rápida.

“É como se tivéssemos um marketplace de agentes. À medida que são criados, eles podem ser reutilizados em outras áreas”, afirmou.

A área de finanças e seguros tem puxado a utilização dos AI Pods da Globant. “São setores mais acostumados a experimentar inovação”, comentou Morais.

Sobre a possibilidade de novas aquisições para ampliar a gama de serviços disponibilizados, o diretor-executivo disse que a companhia “continua olhando o mercado”, mas que, neste momento, a avaliação é de que “a empresa está estabelecida, tem reconhecimento do mercado e cresce de forma importante”.

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