Mercado em cabo de guerra entre Copom e Fed, Trump e Xi

Agenda econômica vazia do dia abre espaço para continuidade dos ajustes da véspera no mercado, enquanto imprensa mundial destaca ligação entre Trump e Xi

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cabo | Brazil Economy

A semana chega ao fim com a agenda econômica do dia esvaziada, em termos de indicadores relevantes, o que abre espaço para uma continuidade dos ajustes da véspera no mercado financeiro. Ainda mais porque ontem os mercados domésticos não tiveram exatamente um acerto de contas.  

O Ibovespa patinou e fechou na linha d’água. Já o dólar subiu ligeiramente, a R$ 5,32, enquanto as taxas dos juros futuros recompuseram parte dos prêmios. Esse movimento lateral se assemelha mais a um cabo de guerra entre os investidores do que uma indefinição de cenário ou perda de fôlego do rali recente.

Em outras palavras, os negócios locais ficaram divididos. De um lado, há otimismo no exterior com os cortes nos juros dos Estados Unidos já contratados pelo Federal Reserve. De outro, está o tom duro do Comitê de Política Monetária (Copom) no comunicado que acompanhou a decisão de manter a taxa Selic.

A questão é que o comportamento dos ativos de risco por aqui tende a mudar, a depender de qual força prevalece. Daí porque alguns gestores locais já veem “limite na depreciação” do dólar – quase que declarando verbalmente a posição na moeda estrangeira. Esse limite no câmbio também abaixa o teto do Ibovespa e mantém atraente a renda fixa.  

Mas enquanto o Copom inibe o apetite por risco “no gogó”, o Fed age. Os cortes sucessivos – e preventivos, na visão de analistas estrangeiros – são o que garante a “festa da liquidez” global. Como  ensina um velho jargão do mercado: contra fluxo não há argumentos. Nesse caso, pode-se até substituir o termo da frase por “fatos” e o resultado final será o mesmo.   

TRUMPXI | Brazil Economy

Do gogó ao telefone

A imprensa mundial destaca a ligação telefônica prevista para as 10h da manhã desta sexta-feira (19) entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, como principal evento do dia.

De fato, chama a atenção por ser a primeira conversa direta entre os líderes desde a posse de Trump. Mas engana a narrativa de que o futuro do TikTok está no topo da pauta. O assunto entrou na agenda após as negociações entre EUA e China em Madri.

Porém, a leitura do lado chinês é de que as relações sino-americanas foram definidas em uma estrutura que abrange três aspectos: abordagens cooperativas para tratar adequadamente as questões relacionadas ao TikTok, reduzir as barreiras ao investimento entre os dois países e promover a cooperação econômica e comercial relevante.

Caso contrário, por que a China simplesmente cederia o TikTok? Provavelmente não seria apenas para Pequim garantir uma visita de Estado de Trump, como circulou por aí. Xi deve dar as boas-vindas a Trump, mas para ceder o TikTok é preciso oferecer algo muito mais concreto e tangível do que um encontro oficial.

Passeio pelos mercados

Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram com um viés negativo, sinalizando um dia de realização de lucros, após a reação atrasada à redução dos juros pelo Fed e à sinalização de novos cortes. 

Já a Europa exibia um ligeiro sinal positivo, enquanto na Ásia prevaleceu o movimento de queda. Tóquio caiu 0,6% e Xangai recuou 0,3%. Entre as moedas, o dólar ganha terreno frente às rivais, impulsionando o índice DXY. 

Nas commodities, o petróleo cai, mas o minério de ferro fechou em alta em Dalian (China), a US$ 113,53 a tonelada métrica. O ouro avança. Nas criptomoedas, o Bitcoin recua.

Agenda do dia

Eventos

  • 10h – Teleconferência entre Trump e Xi

 

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