Construtora Cavazani aposta no “Minha Casa Minha Arte” e prepara salto bilionário

Empresa projeta R$ 1,3 bilhão em lançamentos, amplia atuação em São Paulo, Guarulhos e São José dos Campos e adota diferenciais como grafite nos projetos

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Imagens: Divulgação

Cecília Cavazani decidiu em 2017 que todos seus empreendimentos teriam pinturas do artista Guilherme Asthma

Cecília Cavazani decidiu em 2017 que todos seus empreendimentos teriam pinturas do artista Guilherme Asthma

Fundada um ano antes da criação do Minha Casa Minha Vida, a Cavazani Empreendimentos Imobiliários consolidou sua trajetória no segmento de habitação popular. Todos os projetos da construtora estão enquadrados no programa federal, que garante juros fixos e previsibilidade ao comprador. Segundo Cecília Cavazani, co-CEO da companhia, esse é o segmento mais aquecido do setor. “O Minha Casa Minha Vida sempre deslanchou. É o que mais cresce porque a taxa de juros é fixa e dá segurança para o cliente. Além disso, tem seu público fiel.”

Atualmente, a empresa trabalha em empreendimentos da Faixa 3, com imóveis avaliados até R$ 350 mil, mas já planeja sua entrada na Faixa 4, que contempla unidades de até R$ 500 mil. Em 2025, a Cavazani vai lançar R$ 335 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV). Para 2026, a meta é alcançar R$ 1,3 bilhão, quase quatro vezes mais. O movimento, explica Cecília, é fruto de planejamento iniciado dois anos atrás. “Parece um salto repentino, mas começamos a estruturar governança, atrair executivos de mercado e adquirir terrenos ainda em 2022. Em 2025, aprovaremos projetos para lançar em 2026.”

O landbank atual soma R$ 1,9 bilhão, com áreas estratégicas em São Paulo e um terreno em Guarulhos que comporta mais de 3 mil unidades, divididas em seis condomínios, com lançamentos previstos até 2028.

Além da capital e da Grande São Paulo, a Cavazani está preparando sua primeira incursão no interior, em São José dos Campos. A escolha da cidade se deve ao perfil industrializado, com forte geração de renda formal, característica fundamental para o público do programa habitacional. “Ainda é um mercado carente de lançamentos, e vemos grande potencial em São José. Mas, por enquanto, não pensamos em Campinas ou Baixada Santista. Nosso foco segue concentrado.”

Apesar do bom momento, a empresa identifica dois pontos de atenção: a escassez de mão de obra e eventuais pressões inflacionárias. “A idade média dos trabalhadores do canteiro de obras está subindo, e não há renovação. O mercado está superaquecido e toda a mão de obra já está tomada. Esse é o maior desafio hoje.”

Para contornar o problema, a Cavazani substituiu parte da equipe própria por mão de obra terceirizada (empreitada) e adotou novos métodos construtivos, como o uso de drywall em substituição às tradicionais placas de gesso.

A empresa também vai verticalizar seus projetos, saindo de edifícios de até quatro andares para prédios mais altos, com cerca de 20 pavimentos, como forma de otimizar terrenos escassos na Região Metropolitana de São Paulo.

Diferenciais: arte urbana e sustentabilidade

Mais do que preço e localização, a Cavazani busca oferecer experiências diferenciadas aos moradores, segundo Cecilia. Desde 2017, todos os empreendimentos contam com painéis de grafite assinados pelo artista Guilherme Asthma, de Jundiaí. “Não é porque é Minha Casa Minha Vida que não podemos entregar algo belo. O grafite valoriza o condomínio, encanta os clientes e dá orgulho também aos trabalhadores, que muitas vezes nunca tiveram contato com esse tipo de arte”, afirmou Cecília. No campo ambiental, a construtora investe em placas solares para iluminação de áreas comuns, reuso de água e reaproveitamento de resíduos de obra para produção de pisos.

O perfil dos compradores varia entre jovens casais e famílias com até dois filhos. Em São Paulo, a proximidade a corredores de ônibus e estações de metrô é determinante, enquanto em Guarulhos prevalece a busca por regiões com déficit habitacional elevado.

Os imóveis têm metragem entre 28 m² e 42 m², sempre com sacada e áreas de lazer estilo “condomínio-clube”, com piscina, playground e salões de festas. Os preços variam de R$ 240 mil a R$ 350 mil, com previsão de unidades de até R$ 500 mil na Faixa 4.

Com 1.129 unidades atualmente em construção e mais 3.660 previstas para 2025, a Cavazani aposta no Minha Casa Minha Vida como pilar central de sua estratégia. A meta é crescer mantendo diferenciais que unem funcionalidade, qualidade de vida e inclusão estética. “Nosso maior desafio é equilibrar custo e atratividade sem perder de vista o impacto social. Queremos entregar moradias dignas, bem localizadas e que inspirem orgulho nos moradores”, afirmou Cecília.

 

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