Na última semana, a C&A inaugurou, no Shopping Center Norte, em São Paulo, a Energia, seu novo conceito de loja. Focada em maior integração digital e considerada pela companhia um marco para o varejo de moda no Brasil, a unidade foi pensada para ser mais do que um espaço de compras, e sim um lugar que empodere o cliente ao longo da jornada de consumo. Desenvolvido a partir de pesquisas extensas com consumidores brasileiros e estudos aprofundados sobre as inovações do varejo internacional, o conceito foi assinado pelo escritório de arquitetura britânico Gensler, responsável por alguns dos principais projetos de store design globais.
“O conceito de loja é um marco importante da nossa estratégia. Ele cristaliza tudo aquilo que temos feito para evoluir a C&A, desde o sortimento e as coleções até a forma como conduzimos a jornada de compra. Para nós, simboliza essa transformação, mas, principalmente, para o cliente, representa a melhor experiência que pode ter dentro de uma loja C&A”, afirmou Paulo Correa, CEO da companhia no Brasil, em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY.
São 3.400 m² em que a integração digital é o grande diferencial. Pelo app, a cliente pode consultar tamanhos disponíveis em tempo real, localizar peças, conferir avaliações de produtos e opiniões de outras compradoras e até finalizar a compra online. Nos provadores, totens inteligentes permitem solicitar tamanhos ou cores sem precisar sair da cabine.
O conceito foi desenvolvido para que o cliente sempre encontre o que procura, no tamanho ou na cor desejada, tornando sua experiência de compra mais ágil e assertiva. Na etapa de pagamento, a jornada também é simplificada. Além dos self-checkouts e da tecnologia de etiquetas inteligentes por radiofrequência (RFID), a C&A oferece biometria facial (o “pague com um sorriso”) como forma de autenticação em segundos para clientes do cartão digital C&A Pay.
Com ambientes exclusivos para os grandes destaques do portfólio da marca, como o jeans (categoria ícone da C&A), os vendedores assumem um papel mais consultivo, atuando como curadores de moda que apoiam na escolha das peças de acordo com as preferências e o estilo de vida de cada cliente. “Nosso novo conceito de loja nos coloca à frente no varejo brasileiro, e esse projeto reforça nossa posição de trazer inovação ao oferecer um espaço em que cada cliente pode se encontrar por meio da moda”, disse o CEO.
Em 2024, a expectativa de crescimento da C&A era menor do que a registrada, justamente quando se completaram cinco anos do IPO da companhia. Porém, os balanços foram favoráveis: a empresa encerrou o ano com lucro líquido de R$ 452,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 6,8 milhões em 2023. Para Paulo Correa, isso é sinal de que o varejo brasileiro vai bem e permite investimentos tecnológicos como o novo conceito de loja anunciado nesta semana.
“Eu vejo o ano de 2025 como produtivo. Para a C&A, o momento é fruto de uma evolução muito concreta que temos construído nos últimos anos, com um trabalho estruturado e consistente para melhorar a experiência dos nossos clientes e elevar a proposta de produto e de coleções. Esse esforço vem se refletindo nos resultados que apresentamos trimestre após trimestre e agora se materializa também neste novo conceito de loja”, enfatizou Correa, que prevê para este ano o aumento no número de lojas reformadas pelo país.
Sustentabilidade como estratégia
A nova loja da C&A demonstrou cuidado também com a sustentabilidade. Toda a energia do espaço é proveniente de fontes renováveis, e as cortinas foram confeccionadas com jeans sustentável. O piso das áreas esportivas é feito com borracha reciclada, contribuindo para a redução de resíduos. Além disso, a loja implementa logística reversa de cabides, promovendo a reutilização de materiais, e as shoppers bags reutilizáveis do Movimento ReCiclo substituem definitivamente as sacolas plásticas, fortalecendo a proposta de circularidade e consumo consciente.
Entre os destaques da estrutura está um espaço dedicado ao próprio Movimento ReCiclo, iniciativa que já deu o destino correto a mais de 350 mil peças de roupas. Nesse ambiente, as clientes encontram uma urna para o descarte consciente de peças que não usam mais, com a garantia de que terão o destino adequado. O jeans doado, por exemplo, ganha nova vida ao ser transformado em uma coleção inédita.
Para o CEO Paulo Correa, a loja Energia simboliza a estratégia de evolução contínua da companhia no Brasil, baseada em escuta ativa, dados e proximidade com os clientes. “Estar à frente no varejo não é apenas lançar tendências, mas criar espaços onde a moda e as pessoas se encontram de forma autêntica. Essa loja é um laboratório vivo, um modelo que moldará o futuro da C&A e do setor, sempre com inovação, o cliente no centro e sustentabilidade”, reforçou.