Com expansão consolidada na região metropolitana de Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo, o grupo mineiro Patrimar anunciou seu primeiro empreendimento na capital paulista, voltado para a população de baixa renda. A empresa já adquiriu sete terrenos, especialmente nas zonas Norte e Leste da cidade, e os dois primeiros devem ser lançados entre novembro e dezembro deste ano, com Valor Geral de Vendas (VGV) em torno de R$ 300 milhões. Os demais têm lançamento previsto para o ano que vem.
Líder de mercado em alta renda em Belo Horizonte, a empresa identificou que imóveis do Minha Casa, Minha Vida têm grande potencial de investimentos, sobretudo pela parceria com a Caixa Econômica Federal, que absorve de forma mais relevante os impactos das altas taxas de juros da economia brasileira. Por outro lado, a companhia se mostra mais cautelosa em relação a imóveis de valores médios.
“Nosso crescimento nos próximos anos será muito forte nos empreendimentos voltados para o Programa Minha Casa, Minha Vida, e São Paulo terá um papel fundamental nessa jornada”, afirmou Alex Veiga, CEO do grupo que inclui a Patrimar, voltada para imóveis de alta renda, e a Novolar, dedicada à baixa renda.
O grupo começou a atuar no interior paulista há cerca de dez anos, com empreendimentos em cidades como Indaiatuba, Taubaté, Jundiaí, São José dos Campos e, principalmente, Campinas. Porém, a chegada à capital ocorre somente agora, diante do alto déficit habitacional e da disponibilidade de bons terrenos, além de uma população com renda altamente formalizada.
“Enxergamos uma oportunidade estratégica para ampliar nossa atuação na capital paulista, em um momento em que o grupo já consolidou sua maturidade corporativa e processos robustos, o que nos permite expandir de maneira planejada, sustentável e eficiente, mantendo a disciplina financeira que norteia nossas decisões”, enfatizou Veiga.
Lucas Couto, engenheiro civil e administrador, entrou na empresa como estagiário e, em 2016, assumiu a direção das áreas comercial e de marketing da companhia, cuidando das duas marcas. “O mercado na capital paulista é altamente competitivo, mas não queremos fazer apenas alguns empreendimentos nessa área. Entendemos que muitas pessoas trabalham em São Paulo, mas moram em outras cidades e, por isso, perdem muito tempo na locomoção. A possibilidade de ter novas opções de habitação, com tíquetes mais acessíveis, atrai os moradores para viverem perto de seus empregos”, afirmou.
IPO à vista
Fundado em 1963, o grupo Patrimar chegou a considerar a possibilidade de um IPO em 2020, mas recuou diante da pandemia. Agora, de acordo com Couto, esse movimento não deve demorar, já que a companhia acompanha de perto os movimentos de mercado e não descarta essa alternativa:
“O grupo não tem necessidade de realizar um IPO, mas estamos preparados. Enquanto algumas empresas levam seis meses para concluir o processo de abertura de capital, o Patrimar consegue fazê-lo em menos de um mês, caso seja vantajoso. Ainda não é o momento, diante das taxas de juros no patamar atual, mas, se elas pararem de subir a partir de agora e, dependendo de questões políticas e de mercado, em 2026 talvez se abra alguma oportunidade.”
A empresa, inclusive, entende a expansão para o mercado de baixa renda na capital paulista como um fator de atração quando finalmente decidir abrir capital.
“Esse é um segmento gerador de caixa muito importante na nossa estratégia de expansão. Seguiremos crescendo com responsabilidade, sempre atentos às oportunidades que se alinhem à nossa estratégia de longo prazo, com foco na execução de projetos de qualidade, na excelência operacional e na criação de valor para clientes, investidores e colaboradores. Queremos, com isso, equilibrar melhor o portfólio entre as marcas Patrimar e Novolar, visando maior geração de caixa operacional para rebalancear os negócios até o final de 2027”, garantiu o CEO.