Com 38 anos de operação no Brasil, com duas fábricas e dois centros de pesquisa e desenvolvimento, em Manaus (AM) e Campinas (SP), a Samsung sempre atuou no mercado B2B, mas são as relações com os consumidores brasileiros que tornaram a marca forte por aqui. Os televisores, os smartphones, os wearables e os aparelhos da linha branca fazem a fabricante sul-coreana ser reconhecida como uma das principais corporações de eletroeletrônicos do País. Mas a Samsung quer ser tão relevante para empresas quanto para as pessoas. Por isso, acaba de lançar o Samsung Business Experience Studio, um hub de experiências práticas de como seus produtos e suas soluções de serviços podem ser integrados e, assim, agregar valor aos clientes corporativos. De quebra, a companhia lançou no mercado brasileiro o Color E-paper, um device para casos de uso, principalmente para retail media.
“Na relação B2B, há duas formas de agregar valor aos parceiros: ou ajuda o cliente a vender mais, gerar mais receita, com mais eficiência; ou ajuda a reduzir custos. Quando o projeto é muito bom, você consegue as duas coisas integradas”, disse Kauê Melo, diretor sênior da Divisão B2B da Samsung Brasil.
A declaração do executivo resume bem a proposta da companhia sul-coreana, que visa acelerar os negócios com outras empresas no País. Explicar melhor como as soluções da Samsung podem aumentar faturamento, diminuir gastos e reter consumidores é o caminho para a marca ser ainda mais relevante.
A fabricante pouco falou sobre seus produtos durante a apresentação do espaço para a imprensa, na manhã de terça-feira (12). Afinal, não era sobre produto.
“É sobre o ecossistema de produtos integrados. Não é só sobre smartphone, é o poder do smartphone integrado com os displays. Não é sobre display, é o display integrado com o sistema de ar-condicionado. Mas ar-condicionado com outros aparelhos, geridos por uma plataforma de software que traga, de fato, gestão e eficiência energética”, discorreu Melo.
É também sobre incrementar a receita da Samsung com maior participação das vendas B2B, apesar de isso também não ter sido citado. Aliás, a companhia não divulga o desempenho das soluções corporativas em seus resultados. “Mas posso dizer que é bastante relevante”, esquivou-se Melo.

Globalmente, a fabricante vem numa crescente. Em 2024, o faturamento foi de US$ 217,1 bilhões (wons coreanos convertidos em dólar no dia 12 de agosto), aumento de 16,2% em relação aos US$ 186,8 bilhões registrados em 2023. No primeiro semestre deste ano, vendas de US$ 110,9 bilhões, 5,3% superior ao mesmo período do ano passado.
A Samsung é líder de vendas de dispositivos no Brasil e no mundo. Em smartphones, por exemplo, tem 18,4% de market share global, à frente de Apple (15,6%) e Xiaomi (14,5%), segundo dados do IDC. No Brasil, de acordo com a StatCounter, a participação é de 35,6%, com Motorola em segundo (19,9%) e Xiaomi (16,7%). A marca também lidera em alguns modelos e tamanhos de televisores por aqui.
Estúdio de experiências
O Samsung Business Experience Studio foi montado na sede da companhia, no 20º andar do Morumbi Corporate – Diamond Tower, na zona sul de São Paulo. São 389 m² onde os clientes corporativos podem observar as oportunidades de implementação de tecnologia para seu setor.
O Brasil é o sétimo país do mundo a receber esse hub, que já existe no Panamá, Espanha, China, Índia, Singapura e Estados Unidos. O mercado brasileiro foi contemplado pelo projeto global por ser uma região estratégica e prioritária para a Samsung.
São oito espaços para experiências práticas da integração dos aparelhos, como smartphones, telas e monitores, com a VXT, plataforma proprietária de gerenciamento das soluções da marca, que possui Inteligência Artificial embarcada e segurança, a partir da aplicação Knox.
Os setores destacados pela companhia são food retail, segurança pública, educação, medicina, escritório, premium retail, finanças, além de treinamento para instalação e utilização das soluções, com certificação. “Nossa responsabilidade é treinar, educar e certificar esse parceiro. Também fazemos testes de conceito, para verificar se as propostas funcionam na prática”, disse o diretor da Samsung.

Casos de uso
Em um fast food montado no local, os displays Samsung são usados para fazer os pedidos e as telas mostram propagandas. Mesmo depois dos pedidos feitos, um QR Code impresso no cupom possibilita acessar a plataforma e acrescentar produtos na cesta.
As telas de retail media são gerenciadas a partir da plataforma VXT, de onde o usuário estiver – pode ser de outro estado ou país, inclusive. “É um exemplo claro da integração dos dispositivos”, disse Melo. “As lojas de Porto Alegre (RS) vendem melhor a sobremesa. E as lojas de São Paulo (SP) vendem melhor o café. Isso é customizável, pelo celular”, afirmou. “É conectividade, integração e produtividade, para aumentar a receita e reduzir custos.”
Na área médica, uma réplica de um consultório foi elaborada para mostrar as funcionalidades práticas das soluções tanto para pacientes quanto para médicos e para a gestão hospitalar.
Equipamentos com maior qualidade de imagem para ultrassonografias, por exemplo, painéis interativos para mostrar exames a pacientes, dar aulas online ou apresentar resultados de exames à distância para equipes de outros hospitais são alguns dos casos de uso apresentados.
Na agência bancária reproduzida no hub de experiências da Samsung, todos os dispositivos e soluções para atendimento e abertura de contas estão disponíveis, inclusive com Avatar de IA para auxiliar o cliente.
Serviços como escaneamento de documentos, captação de impressão digital e facial, além de assinatura digital, são disponibilizados pelas soluções Samsung. “Espaço criado especialmente para transformar a experiência com o banco em algo mais prático, moderno e confortável.”
E no setor de educação, uma sala de aula foi montada para exemplificar as utilizações de telas interativas e de gestão das instituições de ensino sobre desempenho dos alunos e produtividade dos professores. “Centenas de salas de aula estão recebendo esse projeto, que abrange desde a educação infantil até o ensino superior, inclusive com conexão a aplicações de Google e Microsoft Education”, afirmou o diretor.

E-paper
Além do hub de experiências, a Samsung apresentou seu mais novo produto para o mercado corporativo: o Color E-Paper. Trata-se de um display ultrafino e leve como papel, mas eletrônico. Talvez a melhor definição seja um Kindle gigante, pois oferece qualidade de imagem comparável à do papel.
Segundo a marca, é ideal para ambientes de varejo, hospitais, escritórios e instituições de ensino, para retail media estática ou sinalização. “É um dispositivo que complementa nosso portfólio”, disse Kauê Melo.
A bateria pode durar até 30 dias, com uma atualização por dia da mensagem, dependendo do manuseio e atualizações. “Além do baixo consumo de energia, tem outra responsabilidade ambiental, já que 55% dos materiais de revestimento são feitos com plásticos reciclados”, frisou o executivo. Já está à venda nas versões de 13 e 32 polegadas. Mais um device para o portfólio da Samsung avançar no mercado B2B brasileiro.