Já há algum tempo o tema da IA vem me provocando: as pessoas têm vergonha de assumir, as próprias instituições desencorajam a utilização. Acho isso bizarro e extremamente arcaico. Me traz à mente os defensores das carruagens, criticando a fumaça dos automóveis.
A verdade é que o Google está com os dias contados. Os jovens já vão direto para o ChatGPT. O novo ciclo é o da inteligência híbrida: a união entre a sensibilidade da mente humana e a precisão da inteligência artificial. Conectados por um fio invisível de evolução coletiva, somos levados a experimentar novos modos de existir, pensar, criar e decidir.
As novas gerações não sentem vergonha de usar IA no dia a dia, como se fosse um atalho ilegítimo ou um segredo constrangedor. Sabe por quê? Simples: usar IA não é trapaça.
É inteligência. Ao somar nossa inteligência à artificial, atingimos um novo patamar de criatividade e produtividade, onde 1 + 1 vira 3. A máquina nos impulsiona, mas é a fagulha humana que provoca a ignição criativa.
A inteligência híbrida não substitui o pensamento humano, ela o amplifica. Assim como ninguém hesita em usar óculos para enxergar melhor, por que hesitaríamos em usar IA para pensar melhor?
Recusar a tecnologia é insistir em caminhar quando se pode voar. E, neste caso, a inteligência artificial é nosso avião.
A parceria “você + IA” oportuniza a cada um fazer o seu melhor. O humano traz contexto, intenção e emoção.
A máquina entrega velocidade, memória e precisão.
É libertador assumir isso. Reconhecer nossas limitações é o primeiro passo para superá-las. A coragem está em admitir que podemos voar — desde que aceitemos usar asas.
Essas novas asas nos levam longe. A inteligência híbrida nos oferece tempo, agilidade e liberdade mental para o que realmente importa:
- Automatiza o repetitivo, liberando energia para o criativo;
• Acelera diagnósticos, respostas e decisões;
• Filtra o ruído da informação e destaca o que importa;
• Entrega produtividade com menos esforço, tornando a vida mais leve e o trabalho mais inteligente.
A velocidade da inteligência híbrida dobra o tempo.
O que antes levava dias, agora pode ser feito em minutos (ou até segundos). Isso muda tudo. Não é apenas sobre ganhar tempo, é sobre ter tempo para usufruir o que tem mais significado na vida.
Inovar não é competir com a máquina.
É sair do modelo “ou” e entrar no modelo “e”: homem e máquina, juntos.
Estudos mostram que essa colaboração traz ganhos exponenciais em qualidade, velocidade e escalabilidade.
Como escreveu Natalia Ginzburg:
“…Não as pequenas virtudes, mas as grandes; não a prudência, mas a coragem; não a astúcia, mas a franqueza; não a diplomacia, mas o amor ao próximo; não o desejo de sucesso, mas o desejo de ser e de saber…”
Chegou a hora de trocar as pequenas virtudes pelas grandes.
Menos cautela. Mais coragem.
Menos vergonha. Mais expansão.
Vivemos um tempo de urgências. Novos modelos de trabalho pedem agilidade, colaboração, transparência. Diálogo, respeito e cocriação serão as pontes do futuro.
Não espere o futuro bater à sua porta.
Assuma sua inteligência híbrida.
Use suas asas.
Voe mais alto.
Venha viver e sentir esse admirável mundo novo.
*João Satt é estrategista e CEO do Grupo G5