Billor cresce 225% e projeta US$ 200 milhões este ano com transporte rodoviário nos EUA

Plataforma criada por brasileiros aposta na digitalização do setor e afirma que está se beneficiando com as mudanças no comércio internacional

Paulo Pandjiarjian
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Imagens: Divulgação

Vincent Goetten, CEO: “O que a Billor está trazendo para esse mercado é eficiência para o motorista"

Vincent Goetten, CEO: “O que a Billor está trazendo para esse mercado é eficiência para o motorista"

A startup Billor, criada por brasileiros e com atuação 100% nos Estados Unidos, registrou um crescimento de 225% na receita do primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Fundada em 2023, a empresa aposta na digitalização do transporte rodoviário e na oferta de serviços integrados voltados aos caminhoneiros autônomos e pequenas transportadoras.

Com sede na Flórida e um escritório em Joinville (SC), a Billor atua exclusivamente no mercado doméstico americano, cobrindo os 48 estados continentais. A plataforma combina um modelo de leasing com taxa semanal fixa — que permite ao motorista adquirir seu próprio caminhão — a um ecossistema de soluções que inclui tecnologia de gestão de cargas, serviços financeiros, manutenção, seguros e acesso direto a contratantes de frete.

“O que a Billor está trazendo para esse mercado é eficiência para o motorista. Tecnologia, inteligência artificial e serviços financeiros de forma acessível e simples”, afirma o CEO Vincent Goetten.

Segundo o executivo, a redução nas importações asiáticas devido às tarifas impostas nos últimos anos pelo governo dos Estados Unidos impulsionou a produção local e o chamado nearshoring — produção em países vizinhos —, o que elevou significativamente o volume de cargas transportadas por via terrestre. Esse movimento abriu espaço para empresas capazes de operar com agilidade e foco tecnológico.

A empresa encerrou 2024 com um faturamento de US$ 41,5 milhões e mira uma receita de US$ 200 milhões até o final deste ano. Além do salto anual, a Billor também cresceu 55% em relação ao quarto trimestre do ano passado, indicando um ritmo acelerado de expansão. A frota da empresa já ultrapassa os 300 caminhões operando em território americano.

A Billor adota uma estratégia de diversificação de cargas como forma de mitigar riscos e ampliar sua atuação. Os motoristas vinculados à plataforma transportam desde cargas vivas, como abelhas, até peças automotivas de alto valor agregado, como componentes do modelo Cybertruck, da Tesla.

“Temos uma diversidade de commodities para transportar, o que ajuda a proteger a empresa das oscilações de mercado”, explica Goetten. A variedade também demonstra a capacidade da plataforma de se adaptar rapidamente a diferentes setores e demandas logísticas.

Setor rodoviário em alta

O transporte rodoviário nos Estados Unidos deve movimentar cerca de US$ 1,1 trilhão em 2025, segundo projeções do setor. Com cerca de 4 milhões de caminhoneiros em atividade, boa parte deles ligados a pequenas transportadoras, o mercado ainda apresenta baixo grau de digitalização — lacuna que a Billor busca preencher com sua proposta de valor centrada no motorista.

Goetten avalia que, mesmo com possíveis acordos internacionais para redução de tarifas, o cenário logístico nos Estados Unidos deve continuar favorecendo o transporte terrestre, impulsionado por uma reindustrialização parcial e pela busca por fornecedores mais próximos dos centros de consumo.

“O reflexo dos últimos meses deve permanecer com a volta de algumas fábricas à produção local, o que seguirá demandando transporte interno”, afirma.

Com foco na inclusão do caminhoneiro como protagonista da operação, uso intensivo de tecnologia e uma visão de longo prazo, a Billor se posiciona como uma das empresas mais promissoras no setor de logística rodoviária nos Estados Unidos.

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