Uma “nova era” no mercado imobiliário americano está prestes a começar

O ambiente de preços já mostra sinais positivos para compradores. Mais da metade das casas nos Estados Unidos perdeu valor no último ano

Jason Ma (Fortune)
Compartilhe:

Imagens: Kirk Sides/Houston Chronicle/Getty Images

Uma placa de vende-se em frente a uma casa no bairro de Spring Branch, em Houston

Uma placa de vende-se em frente a uma casa no bairro de Spring Branch, em Houston

O próximo ano deve marcar uma mudança no mercado imobiliário após anos de relativa estagnação, segundo Mike Simonsen, economista-chefe da Compass, uma das maiores corretoras residenciais dos Estados Unidos.

As vendas de imóveis ficaram praticamente paradas em meio a condições de baixa acessibilidade, depois que o aumento da demanda esbarrou em um crescimento tímido da oferta, elevando os preços das casas. Compradores em potencial ficaram tão desestimulados que a demanda arrefeceu e segue fraca.

Agora, os preços começam a se tornar mais favoráveis para quem busca comprar um imóvel, uma tendência que deve continuar em 2026 e mudar a narrativa do mercado imobiliário.

“Na próxima fase, essa história se inverte. As vendas começam a subir, mas os preços ficam limitados ou talvez até recuem. A renda cresce mais rápido do que os preços e, assim, a acessibilidade melhora pela primeira vez em muitos anos”, disse Simonsen à CNBC na sexta-feira (12). “Não é uma melhora dramática, mas é o começo de uma nova era.”

A avaliação ecoa um relatório recente da Redfin, que também citou o fortalecimento da renda e o enfraquecimento dos preços dos imóveis ao prever um “Grande Reset Imobiliário” em 2026.

Além de compradores em potencial desistirem de encontrar um imóvel acessível, vendedores também têm abandonado a tentativa de achar alguém disposto a pagar o preço desejado.

Como resultado, o número de imóveis retirados do mercado aumentou neste ano. Em junho, essas chamadas retiradas de listagem saltaram 47% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Simonsen afirmou que as retiradas tendem a envolver imóveis ocupados pelos próprios proprietários, o que significa que podem representar tanto demanda latente quanto oferta. Isso porque seriam necessárias duas transações: os proprietários querem comprar um novo imóvel, mas antes precisam vender o atual.

“Em um ambiente em que as condições melhoram um pouco, estimamos que isso represente uma demanda reprimida, pessoas que querem se mudar e que adiaram essa decisão talvez por quatro anos”, disse ele, acrescentando que há cerca de 150 mil proprietários nessa situação.

A perspectiva de Simonsen para essa nova fase de melhora da acessibilidade não depende de uma queda acentuada nas taxas de hipoteca. Pelo contrário: um recuo forte poderia estimular tanta demanda que os preços voltariam a subir de forma excessiva.

Ele espera que as taxas permaneçam na faixa de pouco acima de 6%, permitindo o crescimento das vendas e, ao mesmo tempo, mantendo os preços sob controle à medida que mais imóveis entram no mercado.

O ambiente de preços já mostra sinais positivos para compradores. Mais da metade das casas nos Estados Unidos perdeu valor no último ano, mas os proprietários ainda conseguem vender com ganho líquido, já que os preços estão, em média, 67% acima do valor da última venda do imóvel, segundo dados do Zillow, marketplace de imóvel no mercado americano.

Um relatório separado do Zillow também mostrou que compradores estão obtendo descontos recordes. Embora o desconto individual típico permaneça em US$ 10 mil, vendedores pressionados estão oferecendo cada vez mais reduções sucessivas, já que a demanda fraca mantém os imóveis à venda por mais tempo. Como resultado, o corte acumulado de preços em outubro chegou a US$ 25 mil.

“A maioria dos proprietários viu o valor de seus imóveis disparar nos últimos anos, o que lhes dá flexibilidade para conceder um ou dois cortes de preço e ainda sair com lucro”, afirmou Kara Ng, economista sênior do Zillow, em comunicado no mês passado. “Esses descontos estão alinhando mais anúncios aos orçamentos dos compradores e ajudando a impulsionar o mercado imobiliário de outono mais ativo dos últimos três anos. Compradores pacientes estão colhendo os frutos à medida que o mercado continua a se reequilibrar.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

ASSINE NOSSA NEWSLETTER E
FIQUE POR DENTRO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO MERCADO

    Quer receber notícias pelo Whatsapp ou Telegram? Clique nos ícones e participe de nossas comunidades.