PI AgSciences semeia inovação e colhe crescimento no Brasil com vacinas para plantas

Comprda pelo grupo indiano PI Industries, PHC tornou-se PI AgSciences e adota uma postura mais estratégica e agressiva para ganhar espaço no mercado brasileiro e alcançar um faturamento US$ 150 milhões entre três e cinco anos

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Imagens: Reprodução/Divulgação PI AgSciences

Com os investimentos do grupo indiano, Brasil vai se tornar um hub de pesquisa e de negócios

Com os investimentos do grupo indiano, Brasil vai se tornar um hub de pesquisa e de negócios

A PHC (Plant Health Care) já estava em expansão no Brasil antes mesmo de ser adquirida pelo grupo indiano PI Industries, no fim do ano passado. O crescimento era orgânico, com sementes de negócios plantadas por uma equipe de 13 profissionais, liderados por Rodrigo de Miranda, que iniciou a operação da subsidiária brasileira da PHC uma década atrás. Agora, com as rédeas do negócio no País nas mãos da PI Industries e o plantio agressivo de investimentos, a projeção de colheita de resultados é animadora por parte da empresa de insumos biológicos para a agricultura, que atuam como “vacinas” para as plantas crescerem saudáveis e, assim, aumentar a eficiência produtiva. A PHC tornou-se PI AgSciences, divisão agrícola global da PI. Mais do que uma mudança de nome, é uma mudança de postura, mais estratégica e mais agressiva, para ganhar espaço no mercado brasileiro e alcançar um faturamento na casa de US$ 150 milhões por aqui no período entre três e cinco anos. Hoje, a receita global do grupo indiano é de US$ 1 bilhão, com o Brasil ainda fora das principais fontes de receita, mas com o maior potencial de crescimento dentro da companhia.

Foi justamente esse potencial, aliado aos avanços conquistados em 10 anos de PHC no País, um dos principais fatores que levaram o grupo da Índia a apostar na PHC, em um negócio que girou em torno de 32,8 milhões de libras, aproximadamente R$ 240 milhões na cotação atual.

Após estruturar sua subsidiária no Brasil em 2015, a PHC iniciou, em 2018, a venda da tecnologia de proteína Harpin em cana-de-açúcar no Brasil, por meio da distribuição exclusiva da Coplacana.

Rodrigo de Miranda iniciou a operação da subsidiária brasileira da PHC, hoje PI AgSciences
Rodrigo de Miranda iniciou a operação da subsidiária brasileira da PHC, hoje PI AgSciences

Depois disso, vieram conquistas globais exponenciais. Nem tanto financeiras, é verdade, mas sim no âmbito técnico, que renderam maior conhecimento dos produtos da PHC produzidos na Índia, mas testados em solo nacional.

Em 2021, o Saori foi o primeiro fungicida bioquímico da tecnologia PREtec (Plant Response Elicitor Technology) do mundo registrado no Brasil como tratamento de sementes para o controle de doenças foliares da soja.

Em 2023, o Moshy foi o primeiro fungicida bioquímico de aplicação foliar para o controle de doenças em café e cana-de-açúcar também registrado no Brasil. No mesmo ano, o Teikko tornou-se o primeiro nematicida bioquímico para tratamento de sementes também registrado por aqui.

“O Brasil é o jogo que precisa ser ganhado. O Brasil é a terra da oportunidade. Se a companhia visa crescer globalmente nos produtos biológicos, é importante se desenvolver no Brasil”, disse Rodrigo de Miranda, diretor-geral da PI AgSciences.

“É aqui que conseguimos fazer os registros mundiais, é onde existe uma legislação que permite uma diversificação de ferramentas, desde químicas a biológicas. Isso, na Europa e nos Estados Unidos, é muito difícil”, discorreu.

Outro patamar

Ao tornar-se PI AgSciences, a companhia subiu de patamar. O projeto do novo escritório em São Paulo, que estava sendo montado, teve de ser reformulado. Os indianos querem uma estrutura grande, que já preveja o tamanho da empresa em 2030, para não precisar ampliar em etapas.

Diferença das raízes da planta em comparação de método tradicional com o uso da proteína Harpin
Diferença das raízes da cana em comparação de método tradicional com o uso da proteína Harpin

No início deste ano, foram contratados 42 profissionais. Agora, são 55 colaboradores, entre pessoal da área técnica, suporte de pós-venda, administrativo e, principalmente, da área comercial. “Aumentamos no front mesmo”, disse Miranda.

Os vendedores atuam em Estados onde a adoção dos produtos da PI AgSciences está sendo mais rápida, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, oeste da Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

A perspectiva é que o escritório brasileiro seja o hub da empresa para a América Latina, tanto em pesquisa quanto em resultados. No aspecto financeiro, a companhia deve alcançar o breakeven no ano que vem. “Importante ressaltar que temos um projeto de longo prazo no País”, destacou o diretor-geral.

Aumento de vendas e de portfólio

O atual portfólio da PI AgSciences no Brasil tem quatro produtos (Harpin, Saori, Teikko e Moshy). Apenas o Teikko apresenta um aumento de vendas fora da curva: deve sair de 22 quilos no ano passado para uma previsão de 3,5 toneladas neste ano. Os outros não estão nesse patamar de incremento comercial, mas também avançam, à exceção do Saori, que deve empatar com a performance de 2024.

Isso ocorre pelo apetite dos produtores pela solução, que tem sido oferecida inicialmente como uma espécie de degustação. Com resultados satisfatórios na safra, as vendas começam a ser alavancadas. Outro fator é a venda direta aos agricultores, sem passar por vendedores ou distribuidores.

Nos planos da companhia está também o aumento das ofertas, para abranger outras categorias além dos biológicos.

“Temos moléculas químicas que foram produzidas pela própria PI na Índia e que devem chegar ao mercado brasileiro em três ou quatro anos”, afirmou Miranda, ao observar que essas soluções estão sendo desenvolvidas para obter seus registros em breve. “Ainda assim, os produtos biológicos vão continuar crescendo”, salientou.

Se as vendas e o portfólio vão aumentar, outros setores da companhia também devem expandir. É o caso dos armazéns. Hoje, são dois na região de Campinas, no interior de São Paulo, operados por parceiros. “Estamos olhando todo o Brasil e vendo onde precisamos ter novos warehouses”, disse o executivo.

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