Segundo o Global Wine Tourism Report 2025, elaborado pela Hochschule Geisenheim University em parceria com a OIV e a UN Tourism, 60% das vinícolas afirmam que o enoturismo tem impacto “significativo” ou “muito significativo” nas economias locais. Mais do que um complemento de renda, ele é uma fonte de vitalidade econômica: gera empregos, sustenta pequenos produtores e mantém viva a cultura do vinho em regiões rurais. Em muitos territórios, o visitante é hoje o principal cliente.
Quase todas as vinícolas já apostam no enoturismo
A pesquisa mostra que 88% das vinícolas do mundo já oferecem experiências turísticas, e a maioria das que ainda não oferecem planeja entrar nesse mercado em breve. O vinho deixou de ser apenas um produto e passou a ser uma vivência completa, que
O que mais atrai o turista do vinho
As degustações guiadas, os tours pelas adegas e as visitas aos vinhedos lideram as preferências dos viajantes. A experiência se completa com gastronomia local, encontros com enólogos, jantares harmonizados e até hospedagem em meio às videiras.
O turista do vinho busca mais do que rótulos. Ele quer autenticidade e pertencimento.
Quem visita – e por quê
O público do enoturismo é diverso, mas tem perfil definido: em média, cada vinícola recebe 1.500 visitantes por ano, sendo 65% turistas domésticos. Os adultos jovens (25 a 44 anos) formam o grupo que mais cresce, interessados em aprender, viver experiências e compartilhar nas redes. Já os visitantes de 45 a 65 anos seguem dominando o cenário, faixa etária que representa 82% das visitas globais.
A idade do visitante e o desafio das novas gerações
O enoturismo ainda é majoritariamente um fenômeno de público maduro:
- 82% dos visitantes têm entre 45 e 65 anos,
- 59% estão na faixa de 25 a 44 anos,
- 12% têm mais de 65 anos,
- e apenas 2% têm menos de 25 anos.
Ou seja, há grande potencial de renovação geracional, especialmente entre os jovens adultos, grupo que vê o vinho como parte de um estilo de vida mais amplo e conectado à cultura.
Rentabilidade em alta
O enoturismo é bom negócio, já que 65% das vinícolas consideram suas atividades turísticas lucrativas ou muito lucrativas. Além disso, ele gera fluxo constante de caixa, fortalece marcas e aproxima o consumidor da origem do vinho.
Quanto menor a vinícola, mais importante é o turismo
Nas pequenas vinícolas, o enoturismo pode representar até 28% do faturamento total, muito acima das médias (21%) e grandes (17%). Para negócios familiares e artesanais, receber visitantes é a diferença entre sobreviver e prosperar.
O futuro: expansão e resiliência
O setor não mostra sinais de desaceleração, com 73% das vinícolas planejando ampliar suas atividades turísticas, e 60% afirmam que o enoturismo ajuda a atravessar crises, sejam elas econômicas, climáticas ou de consumo.
Mais do que uma tendência, o turismo do vinho se tornou estratégia de sobrevivência.
Os desafios do setor
Os principais obstáculos refletem o contexto global: queda no consumo, pressões econômicas, mudança nas preferências dos jovens, problemas de transporte e acessibilidade, além de mão de obra escassa. Também pesam as mudanças climáticas e as políticas mais restritivas sobre álcool e saúde pública.
Em outras palavras, o enoturismo cresce, mas precisa se adaptar.
Tendências: identidade, experiência e autenticidade
As palavras de ordem do novo enoturismo são autenticidade, personalização e sustentabilidade. As vinícolas relatam foco crescente em experiências locais e gastronômicas, práticas ecológicas, conexão com a natureza e uso estratégico das redes sociais. O visitante quer sentir-se parte do lugar – e não apenas observá-lo de fora.
O vinho que se prova no lugar onde nasce vale por dois
Mais do que um produto, o enoturismo é o elo entre vinho, território e emoção.
Ele transforma paisagens em destinos, vinícolas em experiências culturais e taças em pontes entre pessoas e tradições. É, ao mesmo tempo, negócio, cultura e sustentabilidade.
