Nadando contra a maré dos coaches, The Founders traz a Geração Z ao Cubo do Itaú

Com cerca de um ano e meio de existência, companhia já tem 120 membros com faturamento entre R$ 150 mil e R$ 650 milhões por ano

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Imagens: Divulgação

Matteo Couto (à esq.) e Fabio Equizian, cofundadores do The Founders: mentores e mentorados no mesmo nível

Matteo Couto (à esq.) e Fabio Equizian, cofundadores do The Founders: mentores e mentorados no mesmo nível

Nos últimos anos, o que no início parecia uma onda de coaches se tornou um tsunami no Brasil, tanto em cursos de graduação, pós-graduação, quanto no mercado corporativo, muito disso incentivado pelo poder das redes sociais.

Mas, se depender de Matteo Couto, fundador e CEO do The Founder, essa tendência está com os dias contados. “Não gosto desta ideia de coaches que ganhou força no Brasil O brasileiro ainda está na vibe de consumir produtos baratos em poucos dias. É tipo essa ideia de ficar magro em dois dias que na prática não funciona. A The Founders veio para desglamourizar o empreendedorismo”, disse.

Desde que fundou sua primeira “empresa” aos 14 anos, quando usava seu armário na escola para vender produtos, disputando com a cantina, Matteo percebeu que sua carreira seria voltada a incentivar o empreendedorismo. Durante o curso de Administração no Insper também tocou uma iniciativa de organizações de festas universitárias e em seguida abriu a The Finders, plataforma que conecta compradores e vendedores ao mercado de fusões e aquisições.

Foi quando ele percebeu que faltavam espaços para troca de experiências entre pessoas da Geração Z, composta por quem nasceu entre meados da década de 1990 e 2010. É aquele grupo que já veio ao mundo com tamanha influência da internet e por isso criou uma noção inédita da importância de estar conectado.

Matteo, representante nato desta geração, decidiu então criar esse ecossistema e se inspirou no podcast The Founder, que aborda algumas biografias de grandes empreendedores. Aproveitou o nome, mudou algumas letras de sua empresa antiga e fundou, ao lado do amigo Fabio Ekizian, o The Founders.

Com o objetivo de organizar rodadas de conversas para discutir tendências corporativas, no início as reuniões eram feitas de maneira informal em salas cedidas por parceiros.

Após um ano e meio no mercado, a empresa conta hoje com 120 membros ativos representada por empresas que faturam entre R$ 150 mil e R$ 650 milhões em um ano e funciona regularmente no Cubo, iniciativa do Itaú que dá espaço ao empreendedorismo em um espaço moderno na Vila Olímpia, na capital paulista. Praticamente todos os CEOs das companhias que pertencem ao ecossistema do The Founders têm entre 20 e 30 anos.

“Os talks que organizamos são eventos de duas horas, uma vez por semana que reúnem de 15 a 20 pessoas no máximo. É um espaço onde o mentor abre experiências bem particulares para mostrar aos nossos membros como é o ambiente corporativo na prática. E não precisamos sempre de nomes famosos para dar essa mentoria, já que muitas vezes alguns executivos menos conhecidos podem enriquecer demais o debate para quem quer empreender”, disse Couto.

Ele ressalta que a crítica aos métodos usados pelos coaches aparece exatamente nessa hora. “Quando o mentor entra para falar ele é igual a todo mundo. Não é uma aula onde ele ensina a se fazer. É uma troca com muita conversa”, ressaltou Couto que toca às operações do The Founders como CEO, enquanto seu amigo e cofundador Fabio Ekizian atua com as operações internas acumulando o cargo de COO.

Em meio à rotina de organizar tantas rodadas de encontros para networking, Couto também comanda a área de tecnologia da IGC Partners, uma das maiores empresas da América Latina especializadas em promover fusões e aquisições.

Atualmente, a empresa com maior faturamento dentro do The Founders é a FlyBy Viagens, criada por Gianlucca Nahas e Marco Fragali, dois amigos de infância que começaram a empreender aos 16 anos. O negócio, que nasceu da venda de passagens aéreas emitidas com milhas compradas de familiares, prevê faturamento de R$ 650 milhões em 2025, resultado 30% superior ao do ano passado. Entre 2023 e 2024, o salto já havia sido expressivo, com expansão de 178%.

Com o tempo, a empresa deixou de atuar apenas como intermediadora de milhas e passou a operar como um ecossistema completo de viagens que inclui serviços terrestres e hotelaria. A especialização em classe executiva continua sendo o principal foco, por permitir estratégias de precificação mais previsíveis e margens mais estáveis.

No segmento empresarial, a FlyBy desenvolveu uma tecnologia própria que identifica alternativas mais econômicas para viagens aprovadas pelas companhias. A ferramenta reduz custos ao impedir que funcionários selecionem voos mais caros apenas para acumular benefícios pessoais, o que gera economia de até 30%.

Com crescimento acelerado na última década, a FlyBy hoje mantém cerca de 150 funcionários e operações no Brasil e nos Estados Unidos. Com o sucesso, os executivos abriram uma base internacional em Miami que movimenta mais de R$ 120 milhões ao ano e já se expandiu para mercados como Colômbia, Chile, Peru e México.

“Ajudando a conectar empresas deste porte conseguimos trazer um pouco do pensamento da Geração Z, a que eu pertenço, ao Cubo do Itaú que é composto por pessoas mais experientes”, afirmou Matteo Couto.

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