Mesmo desfalcada no setor de benefícios, Sodexo mantém o Brasil como 4º maior mercado

Pouco mais de um ano após spin-off, companhia francesa investiu em micromercados corporativos e espera um 2026 com crescimento sólido

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Imagens: Divulgação

Andrea Krewer, CEO da Sodexo Brasil: desafio de mudar a imagem de uma empresa atrelada ao setor de benefícios

Andrea Krewer, CEO da Sodexo Brasil: desafio de mudar a imagem de uma empresa atrelada ao setor de benefícios

Lançada no segundo semestre de 2024 para substituir a Sodexo Benefícios e Incentivos, a marca Pluxee completa seu primeiro ano de operação em um momento de profunda transformação do mercado brasileiro de vale-refeição e vale-alimentação. O segmento atravessa uma fase de reconfiguração impulsionada pela modernização das regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que reforçou princípios como portabilidade, interoperabilidade e maior transparência nas taxas cobradas de estabelecimentos comerciais. Nesse novo ambiente regulatório, a Pluxee avança, enquanto a Sodexo encerra o primeiro ano sem seu braço historicamente mais conhecido mantendo resultados.

“Foi um ano em que continuamos a avançar na estratégia desenhada para o Brasil, que assumiu a quarta região mais relevante em faturamento para o Grupo Sodexo [embora a empresa não revele suas cifras por região]. Evoluímos de forma consistente na entrega de soluções integradas de alimentação e facilities, com foco em experiência, personalização e eficiência operacional”, afirmou a nutricionista Andrea Krewer, CEO da Sodexo Brasil, que assumiu o comando da operação no início de 2023 após construir carreira na companhia desde o programa de trainee.

O spin-off que deu origem à Pluxee ocorreu em um contexto estratégico, mas também regulatório. As mudanças no PAT, consolidadas ao longo de 2023 e 2024, reduziram distorções históricas do setor de benefícios, estimularam a concorrência entre operadoras e pressionaram modelos baseados em altas taxas e exclusividade de redes credenciadas. A nova legislação acelerou a necessidade de adaptação tecnológica e operacional das empresas, favorecendo estruturas mais ágeis e focadas no usuário final.

Com a cisão, a Sodexo passou a concentrar suas atividades na prestação de serviços corporativos de alimentação e facility management para empresas, hospitais, escolas, universidades, plataformas de petróleo, operações de energia e recursos naturais, aeroportos e grandes complexos industriais. “Em resumo, 2025 foi um ano de crescimento sólido, fortalecimento estratégico e evolução do nosso modelo de negócios, preparando a companhia para avançar de forma ainda mais consistente em 2026”, avalia a executiva.

Embora não divulgue números específicos da operação brasileira, a Sodexo registra faturamento global consolidado de € 24 bilhões e atua em 43 países. O Brasil figura como o quarto maior mercado do grupo, atrás apenas de Estados Unidos, França, onde está a sede, e Reino Unido.

Segundo Andrea Krewer, o ambiente econômico e regulatório cria oportunidades relevantes para o avanço do negócio no País. “Nossa expectativa é manter uma trajetória de crescimento sustentável, com foco em aceleração comercial, eficiência operacional, inovação e fortalecimento da liderança. O mercado brasileiro segue em expansão, impulsionado pela retomada dos escritórios e pela crescente terceirização de serviços”, diz. A inauguração do novo escritório da companhia em Porto Alegre, concebido como um hub de inovação, é apontada como uma das principais conquistas de 2025.

Entre os investimentos estratégicos, a Sodexo tem apostado em soluções que ampliam a flexibilidade de consumo de alimentos, alinhadas às novas dinâmicas de trabalho e comportamento dos consumidores. Um dos destaques é a expansão dos micromercados 100% autônomos, que permitem escolhas a qualquer hora e lugar.

Embora o modelo já fosse comum em condomínios residenciais, a Sodexo se posiciona como pioneira na implementação dessa solução em escritórios, fábricas, hospitais e escolas. Estudos globais da companhia indicam que os consumidores permanecem, em média, de três a dez minutos nesses espaços de conveniência, utilizando quiosques de autoatendimento ou o aplicativo proprietário Direct para realizar suas compras.

“Encerramos o ano fiscal de 2025 com centenas de micromercados em operação e registramos um crescimento de dois dígitos nas vendas de varejo, incluindo cafeterias, máquinas de venda automática e micromercados”, afirma a CEO.

Estratégia em ESG

Paralelamente ao reposicionamento estratégico e ao novo ambiente regulatório do setor de benefícios, a Sodexo também reforçou sua agenda de sustentabilidade. A companhia lançou o Better Tomorrow 2028 (BT28), evolução de sua estratégia global de ESG para os próximos três anos, com o objetivo de acelerar a jornada rumo a um modelo de negócio mais sustentável.

O programa estabelece diretrizes comuns para todas as operações globais, permitindo que cada país desenvolva planos de execução alinhados às realidades locais, sejam elas culturais, regulatórias ou econômicas. No Brasil, o BT28 está integrado à estratégia ESG da empresa.

“O BT28 traz uma narrativa mais simples e focada na operação, com prioridades claras para os próximos três anos. As estratégias global e local atuam de forma conectada, como partes de um mesmo caminho evolutivo, gerando vantagem competitiva e sustentabilidade para o negócio no Brasil”, explica Ana Menegotto, vice-presidente de Pessoas, Comunicação e ESG da Sodexo Brasil.

Em um dos maiores produtores de alimentos do mundo, a companhia tem direcionado esforços relevantes para a redução do desperdício alimentar. A meta global é diminuir em 50% o volume de resíduos orgânicos até 2028. No Brasil, os resultados já são expressivos: em 2025, a operação registrou uma redução média de 44% no desperdício, o equivalente a 7,8 milhões de refeições poupadas.

O desempenho reforça a estratégia da Sodexo de alinhar eficiência operacional, impacto social e sustentabilidade em um mercado que, além de mais competitivo, passou a operar sob regras mais transparentes e exigentes após a modernização do marco regulatório do vale-refeição no País.

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