O mercado financeiro inicia a última semana cheia de 2025 encarando uma agenda econômica carregada tanto no Brasil quanto no exterior. Os destaques por aqui ficam com as divulgações do Banco Central, que começam já nesta segunda-feira (15). Lá fora, os Estados Unidos anunciam números camuflados sobre o emprego e a inflação, enquanto a Europa e a Ásia ainda têm decisões de juros importantes.
Combinados, esses eventos podem calibrar as expectativas sobre o que está por vir em 2026. Os dados de outubro e novembro do mercado de trabalho (amanhã) e dos preços ao consumidor (quinta-feira) nos EUA podem confirmar ou mudar a previsão de pausa no atual ciclo de queda. Já a ata do Copom e o relatório de Política Monetária, respectivamente nos mesmos dias, calibram as apostas sobre o início dos cortes na Selic.
Também merecem atenção os anúncios dos BCs inglês (BoE), da zona do euro (BCE) e japonês (BoJ), na quinta-feira. Enquanto a Europa se divide entre corte na Inglaterra e manutenção na região da moeda única, o Japão deve promover a segunda alta dos juros neste ano – a primeira havia sido em janeiro. Mais que isso, sinalizações de novas elevações no ano que vem tendem a aguçar um rearranjo nos mercados globais.
Vai ter rali?
Assim, os investidores já não estão mais interessados em saber se haverá (ou não) um rali de Natal. Afinal, faltando apenas dez dias para o início das pausas no mercado, qualquer movimento dos ativos de risco de agora em diante será um ligeiro ajuste nos preços – seja para cima ou para baixo. Até porque na segunda metade de dezembro, que começa hoje, o volume de negócios tende a diminuir com as festas de fim de ano.
Com isso, o Ibovespa, de volta à faixa dos 160 mil pontos, deve apenas consolidar os ganhos acumulados de 1% em dezembro e de quase 35% no ano. Por sua vez, o dólar deve orbitar ao redor da marca de R$ 5,40, defendendo a valorização de 1,4% no mês, ainda que tenha barateado mais de 10% em relação ao real desde janeiro. Nos juros futuros, os investidores definem o prêmio pelo risco da próxima eleição presidencial.
Aliás, este será apenas um dos grandes eventos esperados para 2026. Os outros dois têm relevância mundial – a Copa do Mundo – e internacional – as eleições de meio de mandato nos EUA (midterm elections). Enquanto o torneio de futebol mexe com o sentimento das pessoas, a disputa nas urnas – tanto no Brasil quanto nos EUA – estimula a rivalidade. No fim, prevalece a lógica de polos distantes e opostos – que não se atraem.
Assim, o mercado já começa a separar o que ainda pertence a 2025 do que, de fato, será tema em 2026. Com a liquidez minguando e grandes eventos no radar, o fim do ano se transforma menos em palco para apostas e mais em terreno de ajuste fino de posições.
Passeio pelos mercados
- Futuros das bolsas de Nova York: em alta.
- Europa: bolsas no terreno positivo.
- Ásia: fechamento em queda.
- Moedas: dólar mede forças frente a moedas rivais.
- Commodities: petróleo sobe; minério de ferro (Dalian) fecha em queda, a 753 yuans; ouro avança.
- Criptomoedas: Bitcoin em alta.
Agenda do dia
Indicadores
- 8h25 – Brasil: Relatório Focus (semanal)
- 9h – Brasil: IBC-Br (outubro)
- 10h30 – EUA: Índice de atividade industrial Empire State (dezembro)
- 12h – EUA: ìndice NAHB de confiança das construtoras (dezembro)
- 15h – Brasil: Balança comercial (semanal)

