Mercado tem terça nobre com payroll e ata do Copom, com foco nos juros

Dia tem cara de sexta-feira, com a divulgação dos dados de emprego nos EUA, mas o mercado também aguarda ata do Copom

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ChatGPT Image 16 de dez. de 2025 07 15 01 | Brazil Economy

O mercado financeiro tem um dia atípico pela frente. Normalmente divulgado na primeira sexta-feira de cada mês, o payroll será conhecido hoje. No entanto, o mais longo shutdown da história dos Estados Unidos prejudicou o relatório de outubro. O documento não trará a taxa de desemprego nem a geração de vagas no período – apenas os números de novembro.

Caso se confirme a leitura de que a economia norte-americana está, na prática, fechando postos de trabalho, o payroll tem potencial para mexer com as expectativas de juros. Por ora, as apostas de pausa no ciclo de queda giram em torno de 75%. No entanto, a piora do mercado de trabalho nos EUA tende a aumentar as chances de mais um corte de 0,25 ponto na primeira reunião do Federal Reserve em 2026. 

Antes disso, as atenções dos investidores se voltam para a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é de que o documento tenha uma mensagem mais suave (“dovish”) do que o tom duro (“hawkish”) do comunicado que manteve a taxa Selic em 15%. Porém, não se sabe o quanto disso é wishful thinking

Afinal, de lá para cá, pouca coisa mudou. O índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), conhecido ontem, foi na contramão do crescimento nos setores industrial e de serviços, além das vendas no varejo, divulgados anteriormente pelo IBGE. Assim, o enfraquecimento da economia brasileira no início do último trimestre deste ano pode ser, novamente, mais um desejo do que um dado concreto. 

Mercado olha para onde quer

Da perspectiva de queda dos juros, uma economia mais fraca indica que a inflação estará mais comportada. Mas essa leitura mostra o mercado olhando para onde quer. Como já dito aqui, é a queda do dólar contra o real que irá permitir uma redução dos juros básicos – o Copom deixou isso nas entrelinhas. E o problema é que essa tendência de desvalorização parece ter sido interrompida. 

Ontem, a moeda norte-americana fechou em leve alta, reforçando a previsão de que a taxa de câmbio deve encerrar 2025 ao redor de R$ 5,40. Ao mesmo tempo, o Ibovespa em dólares não consegue se sustentar acima da resistência nos 30 mil pontos – e segue bem distante da máxima histórica em moeda estrangeira, acima dos 40 mil pontos. Em termos nominais, a bolsa brasileira segue acima dos 160 mil pontos. 

Nesse cabo de guerra entre BC e mercado, os investidores estrangeiros preferem manter a estratégia de ganho com o diferencial de juros (carry trade) no Brasil a alocar recursos nas ações domésticas. Ou seja, não é à toa que o fluxo de capital externo, que sustentou o Ibovespa às máximas nos últimos meses, perdeu força – assim como a renda variável. Enquanto o câmbio não destravar, os gringos seguem apostando no juro alto como porto seguro — e tratando o corte da Selic mais como expectativa do que como decisão iminente.

Passeio pelos mercados

  • Futuros das bolsas de Nova York: em baixa.
  • Europa: bolsas mistas.
  • Ásia: fechamento em queda de mais de 1%.
  • Moedas: dólar mede forças frente a moedas rivais.
  • Commodities: petróleo cai; minério de ferro (Dalian) fecha em alta; ouro recua.
  • Criptomoedas: Bitcoin em alta.

Agenda do dia

Indicadores

  • 8h – Brasil: Ata do Copom (dezembro)
  • 10h15 – EUA: Pesquisa ADP sobre emprego no setor privado (semanal)
  • 10h30 – EUA: relatório do mercado de trabalho – payroll (outubro e novembro)
  • 10h30 – EUA: Vendas no varejo (outubro)
  • 11h45 – EUA: Índice PMI composto de atividade – indústria e serviços (dezembro – prévia)

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