A semana do Natal será mais curta no mercado financeiro brasileiro, que ficará fechado na quarta (24) e na quinta-feira (25). Em Nova York, as bolsas e as Treasuries operam em horário reduzido na véspera do feriado e param no dia seguinte.
Antes disso, o destaque fica com a terça-feira (23), quando saem a prévia de dezembro da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15) e a primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no trimestre passado. E é basicamente isso.
A contagem regressiva começa hoje e os próximos dias devem ser marcados pela sazonalidade típica de fim de ano, que enxuga o volume de negócios. Os investidores deixam a cargo dos robôs suas operações diárias — o que tende a amplificar os movimentos dos ativos, em meio à baixa liquidez.
Isso acontece porque as máquinas automatizadas seguem estratégias que, grosso modo, identificam e acompanham tendências no mercado. Ou seja, partem da premissa de que o que está subindo deve continuar subindo — e vice-versa.
A questão é que esse tipo de estratégia não puxa o movimento: apenas potencializa sua direção. Nesse sentido, depois de o Ibovespa recuar 1,4% na semana passada e acumular queda de 0,4% em dezembro – enquanto o dólar subiu 2,2% e 3,6%, respectivamente, no período – tudo vai depender da largada nesta reta final de 2025.
Assim, a dez dias da virada do calendário, os mercados devem consolidar o desempenho no acumulado do mês — sem prejudicar a performance das carteiras no ano. A presença de poucos gestores em seus escritórios com paredes de vidro na Faria Lima, enquanto a cidade cintila como um terminal de cotações em modo noturno, o contexto pouco importa para a formação de preços.
Ficam adiados para 2026 os próximos passos do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom). Até porque em janeiro os operadores estarão de volta às mesas e o coração pode disparar com o anúncio de um corte na taxa de juros, tanto lá quanto aqui — algo que a Inteligência Artificial ainda não consegue antecipar, apesar do espírito animado com o rali da IA neste ano.
Portanto, no apagar das luzes de 2025, o jogo agora é ritmo, não evento. O cronômetro passa a refletir mais a própria mecânica do mercado do que os fundamentos da economia. No fim, a semana mais curta do Natal serve como lembrete de que nem todo movimento carrega mensagem. Com os algoritmos em ação, preço é, muitas vezes, apenas ruído — e o silêncio também é informação.
Passeio pelos mercados
- Futuros das bolsas de Nova York: em alta.
- Europa: bolsas em queda – exceto Frankfurt.
- Ásia: fechamento no positivo – Tóquio +1,81%; Hong Kong +0,43%; Xangai +0,69%.
- Moedas: dólar perde terreno frente a rivais; índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) recua.
- Commodities: petróleo sobe; minério de ferro (Dalian) fecha em alta, a US$ 110,99; ouro supera marca de US$ 4.400 e atinge novo recorde.
- Criptomoedas: Bitcoin em alta, mas ainda abaixo da marca de US$ 90 mil.
Agenda do dia
Indicadores
- 8h25 – Brasil: Boletim Focus (semanal)
- 10h – Brasil: Pesquisa Firmus (4T25)
- 10h30 – Brasil: Arrecadação federal (novembro)
- 10h30 – EUA: índice de atividade Fed de Chicago (novembro)
- 15h – Brasil: Balança comercial (semanal)

