O mercado financeiro já se prepara para a Super Quarta de decisão de juros nos Estados Unidos e no Brasil, tentando harmonizar as previsões. Faltando menos de uma semana para as reuniões de dezembro do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom), os investidores se apoiam nos dados econômicos para calibrar as expectativas do último grande encontro do ano.
Os dados fracos sobre o emprego no setor privado dos EUA (ADP) praticamente consolidaram as apostas de um terceiro corte consecutivo na taxa na semana que vem. O índice de preços preferido do Fed, o PCE, amanhã (05), deve pavimentar de vez os juros abaixo de 4% ao final de 2025.
Mas é a possível escolha de Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional, para suceder Jerome Powell no Fed em maio, que reorganiza o tabuleiro dos juros dos EUA daqui em diante. Se confirmada, a decisão pode reforçar a influência da Casa Branca em um colegiado que já está dividido – motivos pelos quais o mercado prevê que a decisão do Fed deste mês será a mais dissidente deste século.
Hoje é dia de PIB
Por aqui, os sinais de desaceleração mais intensa da atividade testam as previsões de economistas de queda da taxa Selic apenas a partir de março – ou depois. No entanto, a curva local de juros futuros enxerga que o início dos cortes está logo ali. Os números do Produto Interno Bruto (PIB) que saem hoje devem ajudar a alinhar essas expectativas.
A economia brasileira deve desacelerar para 0,2% no período entre julho e setembro deste ano, avançando a metade dos 0,4% do trimestre anterior. Em base anual, a perda de ritmo indica expansão de 1,7% no terceiro trimestre, de +2,2% no segundo. Os juros básicos elevados e em nível restritivo explicam o menor fôlego da atividade econômica.
Daí por que o Ibovespa vem cravando sucessivas máximas históricas. Ontem, a bolsa brasileira garantiu um novo recorde nominal, acima dos 161 mil pontos, ao passo que o dólar e as taxas dos DIs se seguraram. O apetite por risco no exterior, diante da expectativa com o Fed, e o ambiente interno (político e fiscal) menos hostil colaboraram.
Quem voltou à cena ontem foi a China. A sinalização de que a segunda maior economia do mundo deve preservar seu ritmo de crescimento econômico em 2026 animou o pregão aqui. Lá, não é o mercado quem dita a direção das taxas (dos juros, do câmbio, do PIB…) – e essa pode ser a regra do jogo no ano que vem.
Passeio pelo mercado
Os futuros das bolsas de Nova York amanheceram na linha d’água, sem viés único, após os índices S&P 500 e Dow Jones encerrarem a sessão da véspera próximo de suas máximas históricas, enquanto o Nasdaq não ficou muito atrás.
Na Europa, as principais bolsas estão em alta – exceto Londres, que tem leve baixa. Na Ásia, Tóquio subiu mais de 2%, enquanto Hong Kong teve ganhos moderados e Xangai caiu.
Entre as moedas, o dólar tem viés negativo, após o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) avançar e ficar mais próximo à marca de 100 pontos.
Nas commodities, o petróleo sobe, mas o ouro cai. Já o minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou praticamente estável, a 777 yuans (US$ 110,00).
Entre as criptomoedas, o Bitcoin avança mais, acima dos US$ 90 mil.
Agenda do dia
Indicadores
- 9h – Brasil: PIB (3T25)
- 10h30 – EUA: Pedidos de auxílio-desemprego (semanal)
- 10h30 – Brasil: Produção e venda de veículos – Anfavea (novembro)
- 15h – Brasil: balança comercial (novembro)

