Mercado busca harmonia nas previsões para juros, mas dados revelam notas dissonantes

Números fracos do emprego no setor privado dos EUA consolidam corte do Fed, enquanto PIB no Brasil desafia dissenso no mercado sobre Selic

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ChatGPT Image 4 de dez. de 2025 06 58 52 1 | Brazil Economy

O mercado financeiro já se prepara para a Super Quarta de decisão de juros nos Estados Unidos e no Brasil, tentando harmonizar as previsões. Faltando menos de uma semana para as reuniões de dezembro do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom), os investidores se apoiam nos dados econômicos para calibrar as expectativas do último grande encontro do ano.

Os dados fracos sobre o emprego no setor privado dos EUA (ADP) praticamente consolidaram as apostas de um terceiro corte consecutivo na taxa na semana que vem. O índice de preços preferido do Fed, o PCE, amanhã (05), deve pavimentar de vez os juros abaixo de 4% ao final de 2025. 

Mas é a possível escolha de Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional, para suceder Jerome Powell no Fed em maio, que reorganiza o tabuleiro dos juros dos EUA daqui em diante. Se confirmada, a decisão pode reforçar a influência da Casa Branca em um colegiado que já está dividido – motivos pelos quais o mercado prevê que a decisão do Fed deste mês será a mais dissidente deste século.

Hoje é dia de PIB

Por aqui, os sinais de desaceleração mais intensa da atividade testam as previsões de economistas de queda da taxa Selic apenas a partir de março – ou depois. No entanto, a curva local de juros futuros enxerga que o início dos cortes está logo ali. Os números do Produto Interno Bruto (PIB) que saem hoje devem ajudar a alinhar essas expectativas.

A economia brasileira deve desacelerar para 0,2% no período entre julho e setembro deste ano, avançando a metade dos 0,4% do trimestre anterior. Em base anual, a perda de ritmo indica expansão de 1,7% no terceiro trimestre, de +2,2% no segundo. Os juros básicos elevados e em nível restritivo explicam o menor fôlego da atividade econômica. 

Daí por que o Ibovespa vem cravando sucessivas máximas históricas. Ontem, a bolsa brasileira garantiu um novo recorde nominal, acima dos 161 mil pontos, ao passo que o dólar e as taxas dos DIs se seguraram. O apetite por risco no exterior, diante da expectativa com o Fed, e o ambiente interno (político e fiscal) menos hostil colaboraram. 

Quem voltou à cena ontem foi a China. A sinalização de que a segunda maior economia do mundo deve preservar seu ritmo de crescimento econômico em 2026 animou o pregão aqui. Lá, não é o mercado quem dita a direção das taxas (dos juros, do câmbio, do PIB…) – e essa pode ser a regra do jogo no ano que vem. 

Passeio pelo mercado

Os futuros das bolsas de Nova York amanheceram na linha d’água, sem viés único, após os índices S&P 500 e Dow Jones encerrarem a sessão da véspera próximo de suas máximas históricas, enquanto o Nasdaq não ficou muito atrás.

Na Europa, as principais bolsas estão em alta – exceto Londres, que tem leve baixa. Na Ásia, Tóquio subiu mais de 2%, enquanto Hong Kong teve ganhos moderados e Xangai caiu.

Entre as moedas, o dólar tem viés negativo, após o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) avançar e ficar mais próximo à marca de 100 pontos. 

Nas commodities, o petróleo sobe, mas o ouro cai. Já o minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou praticamente estável, a 777 yuans (US$ 110,00). 

Entre as criptomoedas, o Bitcoin avança mais, acima dos US$ 90 mil.

Agenda do dia

Indicadores

  • 9h – Brasil: PIB (3T25)
  • 10h30 – EUA: Pedidos de auxílio-desemprego (semanal)
  • 10h30 – Brasil: Produção e venda de veículos – Anfavea (novembro)
  • 15h – Brasil: balança comercial (novembro)

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