O mercado financeiro está a dois pregões do fim de 2025. Até aqui, o Ibovespa acumula valorização de quase 35% desde janeiro, ao passo que o dólar está 10% mais barato no período. Assim, os ativos de risco brasileiros caminham para encerrar um ano de retornos expressivos — a dúvida é se 2026 também será de ganhos para os investidores.
Apesar da agenda forte antes da virada para o ano-novo, com destaque para a ata da reunião de dezembro do Federal Reserve e para os dados do IBGE sobre o mercado de trabalho (Pnad) – ambos divulgados amanhã (30), o ambiente para os negócios nesta reta final de 2025 continua sendo de liquidez esvaziada.
Ainda mais por aqui, já que não haverá sessão doméstica na quarta-feira (31), enquanto as bolsas de Nova York funcionam normalmente. O mercado de ações dos Estados Unidos também está prestes a encerrar mais um ano de ganhos sólidos. A três pregões do fim de 2025, o S&P 500 deve cravar um terceiro ano consecutivo com retorno próximo a 20%.
Trata-se de algo que só aconteceu no período anterior ao estouro da bolha da internet no início dos anos 2000. A série histórica serve como alerta para o que esperar para o próximo ano, em meio à preocupação com os investimentos massivos em Inteligência Artificial (IA) e os fundamentos reais.
Jogo é jogo
Mas, como se diz no futebol, dados são apenas estatísticas de desempenho: os números podem até impulsionar análises detalhadas e estratégias de jogo, mas o importante é quando a bola rola. O mesmo vale para o mercado financeiro. As previsões para 2026 podem ser otimistas ou mais pessimistas, mas tudo vai depender dos acontecimentos.
Até porque o próximo ano é marcado por um grande evento nacional – as eleições presidenciais; outro grande evento mundial – a Copa do Mundo na América do Norte; e também um de esfera internacional – as eleições legislativas nos EUA. São fenômenos fora do campo econômico capazes de influenciar as decisões de negócios.
E isso sem falar nos dados de inflação e emprego nos EUA e nas apostas de cortes na taxa Selic – que, por si só, têm força suficiente para movimentar as expectativas dos investidores. São várias variáveis e o desafio é transformar esse conjunto de fatores em cenários factíveis. Como me disse certa vez um gestor: “a bola de cristal está embaçada”.
Passeio pelos mercados
- Futuros das bolsas de Nova York: leve baixa.
- Europa: bolsas no vermelho.
- Ásia: fechamento misto.
- Moedas: dólar mede forças ante rivais; índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) em ligeira alta.
- Commodities: petróleo sobe; minério de ferro (Dalian) fecha em alta de 2,6%; ouro cai, abaixo de US$ 4,5 mil por onça.
- Criptomoedas: Bitcoin sobe, mas segue abaixo de US$ 90 mil.
Agenda do dia
Indicadores
- 8h – Brasil: IGP-M (dezembro)
- 8h25 – Brasil: Boletim focus (semanal)
- 12h30 – EUA: Vendas pendentes de imóveis (novembro)
- 12h30 – EUA: Estoques de petróleo (semanal)
- 14h30 – Brasil: Resultado do governo central (novembro)

