Importação de cannabis por brasileiros bate recorde em outubro, revela Cannect

Levantamento realizado junto a dados do governo mostra que foram emitidas 19.710 autorizações pela Anvisa. Mercado vai ultrapassar R$ 1 bilhão neste ano

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Imagens: Divulgação

No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, já são aproximadamente 160 mil autorizações concedidas pela Anvisa

No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, já são aproximadamente 160 mil autorizações concedidas pela Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu 19.710 autorizações para que brasileiros importassem produtos à base de cannabis medicinal do exterior. Trata-se do maior volume já registrado em um único mês e de um aumento de 16,2% em relação a setembro. Os dados são de um levantamento realizado pela Cannect, especializada em tratamentos com cannabis medicinal, suplementos e terapias integrativas, a partir de informações do governo federal.

No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, já são aproximadamente 160 mil autorizações concedidas pelo órgão regulador, um crescimento de 13,9% sobre o mesmo período de 2024. Os dados foram obtidos com exclusividade pelo BRAZIL ECONOMY.

Para Allan Paiotti, CEO da Cannect, os números refletem uma consolidação importante no acesso à cannabis medicinal no Brasil. “Estamos diante de um movimento consistente, em que mais pacientes encontram nos derivados de cannabis uma alternativa segura e eficaz”, afirmou.

“A expectativa é que esse avanço continue ampliando o acesso e fortalecendo a integração da cannabis ao cuidado clínico cotidiano”, projetou o executivo, ex-gestor do Hospital Oswaldo Cruz.

Allan Paiotti, CEO da Cannect: números refletem consolidação no acesso à cannabis medicinal no Brasil
Allan Paiotti, CEO da Cannect: números refletem consolidação no acesso à cannabis medicinal no Brasil

Segundo o relatório mais recente da Kaya Mind, empresa de estudos e pesquisas que gera insights para o setor, neste ano o mercado brasileiro de cannabis medicinal alcançou, até setembro, 873 mil pacientes e movimentou R$ 970,9 milhões. A expectativa, portanto, é fechar o ano em R$ 1,2 bilhão.

Acessibilidade e eficiência

A Cannect tem crescido de maneira consistente desde sua fundação, em 2021. Já impactou 100 mil pessoas com tratamentos integrativos que vão além da cannabis medicinal, incluindo suplementação alimentar, fitoterápicos e cogumelos funcionais.

São cerca de 11 mil médicos treinados e 11,6 mil prescritores ativos na base da companhia, que oferece um portfólio de mais de 800 produtos certificados. O custo médio mensal do tratamento foi reduzido em 64%, para R$ 250,00, o que reflete maior acessibilidade e eficiência.

Legislação

A legislação vigente permite que apenas alguns produtos derivados de cannabis sejam comercializados em território nacional. No entanto, a Anvisa possibilita que pacientes importem medicamentos ou outros itens à base da planta, desde que prescritos por médico ou dentista e mediante autorização prévia emitida pela própria agência.

Brasileiros com doenças crônicas, como dor, ansiedade, insônia, autismo, Parkinson e epilepsia — condições nas quais há maiores recomendações e evidências científicas sobre o uso da cannabis — têm recorrido às importações para realizar seus tratamentos com produtos que contêm o princípio ativo natural.

Desde 2015, quando a Anvisa autorizou a compra de cannabis em outros países por meio de uma resolução — hoje, a RDC 660 —, o País registra aumento exponencial no número de autorizações: de 850 naquele ano para 167.337 em 2024.

Em novembro, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) prorrogou até 31 de março de 2026 o prazo para que a União regulamente o plantio de cannabis industrial para fins exclusivamente medicinais e farmacêuticos. Caso a data-limite não seja adiada novamente, espera-se que, com a normatização, o mercado de cannabis cresça exponencialmente no País.

Neste ano, a Anvisa realizou consulta pública para atualizar as normas da RDC 327/19, que regula os produtos de cannabis passíveis de venda em farmácias e drogarias do território nacional, mediante autorização sanitária específica.

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