Mesmo empresas centenárias devem acompanhar novas tendências. Essa é a máxima seguida pela espanhola Freixenet, principal marca de Cava do mundo, fundada em 1911 por um casal que vivia próximo à Barcelona. A união com a gigante alemã Henkell em 2018 impulsionou ainda mais a marca, atualmente pertencente ao grupo Henkell Freixet.
Apesar da busca por se reinventar, a companhia também preza pelos laços centenários: é na cidade espanhola de Sant Sadurní d’Anoia, onde foi fundada, que funciona ainda hoje a maior fábrica de espumantes de modo tradicional do mundo com nove andares, sendo seis subterrâneos, em um espaço equivalente a 20 campos de futebol.
Hoje no Brasil, a marca está com 30% do market share entre todos os espumantes importados e 19% na categoria premium acima de R$50, fortalecendo sua liderança no segmento premium em um País que supera 50 milhões de garrafas desta bebida anualmente.
Para 2026, a companhia tem o objetivo de crescer acima da média do mercado, projetando um avanço de 12% em comparação a 2025 e capturando novas oportunidade do setor, como no Carnaval deste ano, que teve alta de 21% em volume.
“A expectativa é muito positiva. Será um ano naturalmente mais favorável ao consumo, com Carnaval, Copa do Mundo e uma agenda cheia de feriados, o que deve impulsionar ainda mais a categoria”, disse Fabiano Ruiz, CEO da Henkell Freixenet Brasil e vice-presidente do grupo na América do Sul e Central.
“O grande destaque de 2025 é a consolidação do Brasil como o motor da América Latina, representando metade de todo o volume de espumantes na região. Mesmo em um ano desafiador para categorias como cerveja e destilados, o espumante manteve um comportamento resiliente, com crescimento no varejo de 5% em valor em relação ao ano passado”, afirmou o executivo.
Muito deste sucesso deve-se justamente ao processo de adaptação da companhia às tendências brasileiras, como o crescimento da linha Zero Álcool, que acompanhou a ascensão do movimento low & no alcohol no País. A marca identificou uma procura crescente por bebidas inclusivas e ampliou a presença do espumante não alcoólico em celebrações familiares, confraternizações corporativas, casamentos e encontros diurnos, o que fez o rótulo alcançar 33% de participação de mercado entre os distribuidores.
Outro movimento observado pela Henkell Freixenet é o comportamento de pessoas que gostam de um bom brinde mesmo fora de comemorações clássicas. Por isso, um dos marcos do ano foi o lançamento da campanha global “Cheers to Life”, uma comunicação voltada especialmente para as gerações Z e Y, que busca ressignificar o espumante como bebida para momentos cotidianos. Por meio de uma linguagem digital e estética moderna, a campanha quis trazer ao Brasil o estilo de vida mediterrâneo que guia a marca.
“Em um momento em que o mercado global enfrenta desafios, é estratégico para a Freixenet investir em uma campanha como ‘Cheers to Life’, que valoriza o espumante como uma experiência de consumo. Estamos acompanhando de perto essa transformação do setor e enxergamos no Brasil uma oportunidade real de expansão e conexão com novos públicos”, disse Ruiz.
Após ocupar o cargo de embaixador da vodka Absolut, Ruiz passou cerca de dez anos como proprietário de casas noturnas e restaurantes em São Paulo. Em seguida transferiu-se para a Pernod Ricard, multinacional francesa e uma das maiores companhias de bebidas do mundo, onde atuou na área de vendas e marketing. Em 2009, entrou na Freixenet que, na época, tinha importadores que distribuíam os produtos pelo Brasil.
Ele foi o responsável por abrir a filial brasileira que em 2020 consolidou a distribuição total de produtos do grupo no País e, atualmente, de cada três espumantes vendidos no Brasil, um é da Henkell Freixenet. Entre as cerca de 30 filiais espalhadas pelo mundo, a brasileira é uma das que mais crescem.
De acordo com o executivo, a oportunidade principal se dá especialmente por uma lacuna de mercado em relação aos países vizinhos, já que o consumo de espumantes no Brasil ainda é apenas 0,2 litros per capita. Enquanto isso, Chile e Argentina consomem 0,8 e 0,9 litros per capita, respectivamente.
“Isso por si só já mostra o tamanho da oportunidade. Mesmo com a perspectiva de um cenário econômico mais desafiador em 2026, notamos o comportamento de consumo de bebidas alcoólicas mais seletivo, com consumidores optando por bebidas de melhor qualidade, o que nos favorece. Além disso, o consumo está se dessazonalizando, deixando de se concentrar apenas no fim do ano, o que abre espaço para um crescimento mais consistente e contínuo. Nesse cenário, marcas fortes, com origem confiável e qualidade reconhecida, como a Freixenet, tendem a crescer deforma mais acelerada”, enfatizou o CEO.
Para 2026, a Freixenet projeta acelerar ainda mais por meio da ampliação do diálogo com o público jovem, expansão de distribuição, evolução do portfólio e maior atuação em experiências. Segundo Fabiano Ruiz, o País segue como um dos mercados mais promissores da companhia e continuará sendo prioridade estratégica.
“Entramos em 2026 com a confiança de quem consolidou uma base sólida e olha para o futuro com ambição. O Brasil é um dos mercados mais promissores para a Freixenet e segue como prioridade dentro da nossa estratégia global. O consumidor brasileiro busca produtos que unam qualidade, elegância e novas experiências. Queremos acompanhar essa evolução e ampliar ainda mais o reconhecimento da nossa marca no País”, complementou Ruiz.
