Grupo Positivo alcança faturamento recorde de R$ 1,2 bilhão e acelera agenda ambiental

Companhia paranaense fortalece sua agenda de sustentabilidade, amplia investimentos em preservação ambiental e colhe resultado histórico

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Imagens: Divulgação

Lucas Guimarães, CEO do Grupo Positivo, diz que o objetivo é liderar pelo exemplo

Lucas Guimarães, CEO do Grupo Positivo, diz que o objetivo é liderar pelo exemplo

O Grupo Positivo, um dos mais tradicionais conglomerados empresariais do Paraná, tem consolidado nos últimos anos uma agenda de sustentabilidade que se tornou parte de sua identidade corporativa. Ao mesmo tempo em que se torna a primeira e única gráfica carbono neutro da América Latina, com a curitibana Posigraf, a companhia projeta encerrar o ano com receita recorde próxima de R$ 1,2 bilhão e prevê alcançar R$ 1,3 bilhão em 2026, superando o patamar anterior à venda de unidades relevantes em 2019. “Estamos provando que crescimento e sustentabilidade caminham juntos, embora possam parecer interesses conflitantes para muitas empresas”, afirmou o CEO Lucas Guimarães, em entrevista ao BRAZIL ECONOMY. “Queremos liderar pelo exemplo, levando para todos nossos parceiros e fornecedores o mesmo conceito de compromisso ambiental que temos desde nossa origem”, disse.

O conglomerado intensificou ações ambientais dentro da Posigraf, uma das maiores gráficas da América Latina e fornecedora de milhões de livros didáticos no País
O conglomerado intensificou ações ambientais dentro da Posigraf, uma das maiores gráficas da América Latina

É nesse ambiente que o Grupo Positivo vem se posicionando. O conglomerado intensificou ações ambientais dentro da Posigraf, uma das maiores gráficas da América Latina e fornecedora de milhões de livros didáticos no País. O executivo afirma que a proposta não se limita ao atendimento regulatório. “A missão institucional é promover uma transformação cultural que alcance alunos, famílias e colaboradores, ampliando a conscientização sobre temas como economia de energia, gestão de resíduos e consumo responsável”, garantiu o CEO. “O universo de influência direta da iniciativa supera 100 mil pessoas, incluindo estudantes, professores e familiares.”

A origem desse compromisso remonta a 2003, quando a Posigraf, então sob comando de Giem Guimarães, irmão de Lucas – e ambos filhos do fundador, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos) – buscou alternativas para compensar o elevado consumo de papel. Em uma época em que conceitos como neutralização de carbono ainda eram raros no debate empresarial brasileiro, a empresa firmou uma parceria pioneira com a SPVS para preservar uma área de Mata Atlântica na região da Mata do Uru, no Paraná. O espaço, transformado em reserva ambiental privada, se tornou um laboratório de educação e pesquisa utilizado até hoje para práticas pedagógicas, trilhas, estudos científicos e dinâmicas de aprendizagem ao ar livre. Nos últimos dez anos a Posigraf está sob comando do executivo Gilberto da Silva Junior.

a empresa firmou uma parceria pioneira com a SPVS para preservar uma área de Mata Atlântica na região da Mata do Uru
A empresa firmou parceria com a SPVS para preservar uma área de Mata Atlântica na região da Mata do Uru

Desde o início do programa, foram investidos mais de R$ 2 milhões em ações diretas e o espaço já recebeu mais de 30 mil visitantes, entre alunos de escolas públicas e privadas, professores universitários, pesquisadores e especialistas em conservação. Nas escolas do grupo, o tema ganhou relevância curricular com certificações ISO 14000 e práticas educativas permanentes, incluindo trilhas ecológicas, gincanas, atividades de reciclagem e projetos interdisciplinares que conectam biologia, geografia, matemática e cidadania.

O fortalecimento da agenda ambiental ocorre em um momento em que empresas brasileiras ampliam investimentos em conservação e reflorestamento. Dados setoriais mostram que o mercado voluntário de créditos de carbono tem crescido de forma acelerada, impulsionado pela demanda de grandes grupos corporativos que buscam neutralizar emissões e atender padrões internacionais de sustentabilidade.

O avanço da regulação climática no País, incluindo a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, também deve ampliar o engajamento empresarial nos próximos anos. Esse contexto contribui para elevar os padrões de atuação e incentiva companhias como o Grupo Positivo a transformar iniciativas voluntárias em projetos institucionalizados de impacto social.

Apesar da digitalização acelerada nos mercados gráfico e editorial, a Posigraf manteve foco no segmento didático. A empresa considera o livro físico um instrumento pedagógico central para a educação básica, apoiada por pesquisas que indicam maior retenção de conteúdo no material impresso. Hoje, aproximadamente 60% da produção gráfica destina-se ao setor educacional, enquanto 40% atendem ao mercado promocional, incluindo grandes empresas brasileiras, como o Grupo Boticário. O posicionamento fortaleceu a competitividade da empresa, que se consolidou como uma das principais fornecedoras de material didático tanto para o setor privado quanto para o público. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e o Aprende Brasil Educação, que atende cerca de 380 prefeituras com sistemas completos de ensino, figuram entre os principais clientes.

No ambiente de negócios, a agenda ambiental também se tornou diferencial competitivo. O selo de carbono zero do Grupo Positivo e sua política de compensação são fatores que atraem empresas com metas ESG consolidadas. “Embora nem todos os clientes estejam dispostos a pagar valores adicionais por produtos sustentáveis, a reputação ambiental frequentemente funciona como critério decisivo em disputas comerciais em mercados onde governança e sustentabilidade são prioridades”, completou o CEO.

Do ponto de vista financeiro, o Grupo Positivo vive um período de expansão sustentada. As projeções para 2024 e 2025 indicam que a companhia não apenas recuperou a escala operacional pré-reestruturação, como alcançou seu melhor desempenho real em mais de uma década, quando descontados os efeitos inflacionários. O crescimento dos negócios gráficos, aliado à gestão educacional e aos serviços complementares, estabeleceu uma base sólida para os próximos anos.

Para Lucas Guimarães, a prioridade agora é aprofundar o programa ambiental e transformá-lo em um laboratório contínuo de conscientização. O executivo afirma que o principal desafio não está na ampliação quantitativa de iniciativas, mas na formação de uma geração capaz de tomar decisões responsáveis e exercer impacto positivo no ambiente em que vive. “A educação ambiental deve ser encarada como vetor estratégico para o futuro do País.”

Em uma conjuntura em que empresas brasileiras aumentam investimentos em práticas socioambientais, o Grupo Positivo busca consolidar sua posição como referência em educação e sustentabilidade. A expectativa é que a cultura ambiental desenvolvida dentro das escolas se torne o maior legado institucional do grupo, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para enfrentar os desafios ambientais das próximas décadas.

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