De olho na liderança de um mercado de R$ 1,7 bi, Lenovo inicia produção de storage

Fabricante chinesa de tecnologia também traz para o Brasil a manufatura de três workstations para ganhar competitividade, com menor tempo de entrega e preço

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Imagens: Wanezza Soares/Divulgação

Erick Pascoalato, general manager de infraestrutura da Lenovo Brasil: movimento estratégico

Erick Pascoalato, general manager de infraestrutura da Lenovo Brasil: movimento estratégico

Estudo da Gartner aponta que, até o ano que vem, 75% dos dados empresariais serão gerados fora dos datacenters. Com isso, cresce a demanda por armazenamento privado. A Lenovo, fabricante chinesa de dispositivos tecnológicos, observa essa tendência desde 2018, quando estava na 8ª colocação em market share de storage no segmento de entrada brasileiro. Hoje, é a segunda no ranking. O plano é liderar esse nicho em 2027. Para isso, vai avançar em marketing, novos canais de vendas e, principalmente, na fabricação local de equipamentos. A partir do dia 15, a companhia começa a produzir a matriz de armazenamento modelo ThinkSystem DE Series em sua planta de Indaiatuba (SP), onde já fabrica tablets e notebooks.

Erick Pascoalato, general manager de infraestrutura da Lenovo Brasil, ressaltou que o aumento do portfólio de produtos locais é um movimento estratégico para ampliar a presença no País, gerar valor na cadeia e acelerar o desenvolvimento de competências nacionais.

“Produção local visa ao fortalecimento da operação nacional, reduz custos logísticos e gera capacidade de atendimento ao segmento de PMEs (pequenas e médias empresas) e também às grandes. Podemos chegar na inferência da Inteligência Artificial para esses clientes”, disse o executivo. “Ganhamos em competitividade, ganhamos em tempo de entrega e ganhamos em preço.”

O ThinkSystem DE Series é a linha de armazenamento líder na América Latina para o segmento entry level. Neste primeiro momento, as máquinas produzidas em Indaiatuba são destinadas apenas ao mercado nacional. Atendem desde cargas de trabalho críticas até aplicações de backup e streaming de mídia.

O modelo tem três vezes mais desempenho do que a geração anterior, é modular, escalável, fácil de instalar e configurar, e tem sete anos de garantia. Pode chegar a até 8 petabytes. “Para se ter ideia da capacidade, 1 petabyte armazena mais de 300 milhões de músicas em MP3. É muita informação”, disse Marcos Café, diretor de Soluções de Data Storage para a América Latina da Lenovo.

“Com a nossa estratégia de negócios dedicada a PMEs, permitimos que as companhias comecem com um modelo mais básico e depois escalem para soluções mais robustas”, complementou.

Marcos Café, diretor de Soluções de Data Storage para a América Latina da Lenovo
Marcos Café, diretor de Soluções de Data Storage para a América Latina da Lenovo

Workstations

A Lenovo também vai iniciar a fabricação no Brasil de três modelos de workstations: as torres ThinkStation P3 G2 e ThinkStation P2 G2, e o notebook ThinkPad P16v G3 — todas equipadas com GPUs NVIDIA RTX Pro Blackwell em diferentes capacidades.

Segundo dados da IDC, o mercado brasileiro de workstations cresceu 288% no período de 2019 a 2023 e 38% de 2023 para 2024. Os equipamentos de entrada são responsáveis por 81% das vendas.

O mercado mundial de workstations apresenta crescimento de dois dígitos ao ano, com projeções de alcançar US$ 100 bilhões até 2030, segundo levantamento da Future Market Insights.

Para a Lenovo, o Brasil acompanha essa tendência, com uma demanda crescente por poder computacional para inovação e produtividade. As máquinas são focadas em usuários que demandam alto desempenho, especialmente nas áreas de engenharia e arquitetura, mídia e entretenimento, indústria de manufatura e na alta demanda por soluções em Inteligência Artificial.

“Nossos equipamentos são todos customizados de acordo com a necessidade do consumidor, desde processador, memória, disco e placa gráfica, para atender os requisitos de softwares específicos (ISVs)”, afirmou Daniel Bittencourt, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Lenovo.

De acordo com o executivo, as workstations contribuem para a produtividade corporativa. “Em um vídeo de 20 segundos em 4K, no qual um profissional precisa apenas fazer uma correção de cores e uma pré-visualização — algo supersimples —, ele tem um ganho de tempo de 2 minutos e 33 segundos. Se multiplicarmos isso, dentro de uma companhia, por alguns dias de trabalho de 15 profissionais, temos quase um colaborador a mais trabalhando”, exemplificou Bittencourt.

Além dos três modelos que serão produzidos no Brasil, a Lenovo também disponibiliza para o mercado brasileiro a workstation PGX, uma solução projetada para treinar, ajustar e implementar modelos de IA diretamente da mesa do usuário, sem depender totalmente da nuvem.

Segundo a Lenovo, até agora o treinamento de modelos de IA dependia principalmente de servidores em cloud, o que implicava altos custos, longos tempos de espera para acessar recursos compartilhados e a transferência constante de grandes volumes de dados. A PGX muda esse jogo ao reduzir tempo, custos e riscos de segurança.

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