Copa de 2026 deve superar US$ 35 bilhões em apostas esportivas, 10% delas no Brasil

Para especialistas, evento atrai parcela de público desinteressada em futebol. Brasil é o 5º maior mercado de bets do mundo e terá pela primeira vez um mundial de seleções com o setor regulamentado

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Imagens: Fifa/Divulgação

Seleção brasileira vai disputar sua 23ª Copa do Mundo no ano que vem

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Considerada o maior evento esportivo do mundo em termos de audiência e movimentação financeira, a Copa do Mundo de futebol, realizada pela Fifa de quatro em quatro anos, atrai a atenção dos mais variados setores econômicos. No segmento de apostas esportivas, é a competição que atrai o maior número de apostadores em todo o mundo. De acordo com levantamento do banco britânico multinacional Barclays, o Mundial do Catar, em 2022, gerou US$ 35 bilhões (cerca de R$ 190 bilhões) em apostas esportivas. O montante foi 65% maior do que o registrado na Copa da Rússia, em 2018. As projeções para 2026, obviamente, são ainda maiores, segundo analistas do mercado.

O escritório Betlaw, voltado para a gestão da indústria de bets, estima que 10% desse valor (R$ 19 bilhões) venha do Brasil, atualmente considerado o quinto maior mercado do mundo em faturamento, atrás apenas de Estados Unidos, Reino Unido, Rússia e Itália.

A expectativa é grande, já que é a primeira vez que o País entra na lista de maiores mercados da Regulus Partners, impulsionado pelo fato de 2025 ser o primeiro ano da regulamentação do setor no Brasil.

As empresas de apostas esportivas que atuam no território brasileiro estão animadas com a proximidade do torneio, que será realizado entre 11 de junho e 19 de julho do ano que vem, em três países-sede: Canadá, Estados Unidos e México.

Rafael Borges, CEO da Reals, observou que a Copa do Mundo sempre movimentou o mercado global de apostas esportivas e que o Brasil, neste momento, é um mercado regulado, competitivo e em plena expansão.

Sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2026 foi realizado pela Fifa dia 5 de dezembro
Sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2026 foi realizado pela Fifa dia 5 de dezembro

“Na última Copa, em 2022, o País vivia um cenário completamente diferente, sem regulamentação definida, investimentos menores e um mercado ainda em formação”, analisou.

“Para o Brasil, o cenário da Copa do Mundo de 2026 dentro do setor das apostas esportivas é único, pois o País se tornou um dos centros mais relevantes globalmente para as bets, com grandes operadores disputando espaço, campanhas robustas e um público muito mais educado e engajado”, disse.

“As projeções para 2026 são ainda mais agressivas. O evento chega exatamente no auge da transformação do setor brasileiro, o que potencializa investimentos, concorrência e volume transacionado como nunca vimos antes”, afirmou Borges.

Na avaliação de Marco Túlio, CEO da Ana Gaming, grupo que gere as marcas 7K, Cassino e Vera, a Copa do Mundo é um evento esportivo especial e diferenciado.

“Trata-se de um momento em que até aqueles que nem são tão interessados em esporte passam a acompanhar, torcer e se divertir com seus familiares e amigos. Para aumentar a emoção e deixar o entretenimento ainda mais intenso, é natural que fãs de todo o mundo realizem mais apostas durante a competição, gerando uma movimentação maior do que em outros períodos”, discorreu o executivo.

Para Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas, o setor se tornou mais consolidado e ganhou maior conhecimento do público após a pandemia, com o merchandising das bets e a introdução do Pix.

“Alcançou uma notoriedade antes jamais vista. Tudo isso contribuiu, além de opções cada vez maiores, não apenas na esfera esportiva, mas também no entretenimento”, afirmou Schleier.

Na opinião de Eduardo Biato, Chief Strategy Officer (CSO) da 1PRA1, patrocinadora máster do Avaí, a Copa do Mundo é um evento que transcende o esporte e se torna um fenômeno cultural, social e até familiar, o que amplia o interesse pelo entretenimento das apostas.

“Grande parte do volume apostado durante a Copa vem justamente desse público ‘ocasional’. Pessoas que não assistem a jogos regularmente passam a acompanhar seleções, criam rivalidades momentâneas, montam bolões entre amigos e começam a interagir com o universo das apostas pela primeira vez”, afirmou.

“Essa combinação de emoção coletiva, calendário concentrado de jogos e alta exposição midiática transforma a Copa em um dos eventos mais apostados do mundo”, completou Biato.

Ivan Dutra, CEO da Luck.bet, salientou que, durante o período em que a competição é realizada, existe uma “superexposição” do evento. “Para as casas, esse é um momento único, porque combina emoção, mobilização e alta frequência de jogos. Por isso, a Copa se consolida, a cada edição, como o torneio com mais engajamento nas plataformas de apostas”, afirmou.

Pietro Cardia Lorenzoni, diretor jurídico da ANJL e sócio do Betlaw, observou que houve uma evolução significativa do setor nas Copas de 2018 e 2022 em decorrência da permissão, pela Suprema Corte dos Estados Unidos, da adoção das apostas esportivas. “Creio que o cenário global também será fortemente impactado pela regularização do mercado no Brasil”, projetou o especialista.

Alex Rose, CEO da InPlaySoft, empresa internacional de tecnologia voltada para o setor das apostas esportivas, classificou o torneio como um “momento mágico”. “Até as pessoas que não são apaixonadas por esporte se unem para acompanhar e vibrar com as partidas do seu país. Com dois mercados gigantes abrindo as portas para os jogos online nos últimos anos — Estados Unidos e Brasil —, é evidente que as bets crescerão ainda mais durante as próximas edições do torneio”, afirmou.

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